Artigo de Everth Queiroz Oliveira: A santidade da Igreja


 18.08.2009 - A Igreja Católica, baseada nas Escrituras e no Seu Sagrado Magistério, professa:

“A nossa fé crê que a Igreja, cujo mistério o sagrado Concílio expõe, é indefectivelmente santa. Com efeito, Cristo, Filho de Deus, que é com o Pai e o Espírito o único Santo, amou a Igreja como esposa, entregou-Se por ela, para santificá-la (cf. Ef 5, 25-26) e uniu-a a Si como Seu corpo, cumulando-a com o dom do Espírito Santo, para glória de Deus” (Lumen Gentium, 39).

Com efeito, a Bíblia por diversas vezes demonstra que a Igreja é o Corpo de Cristo: “Ele [Jesus] é a cabeça do corpo, da Igreja” (Cl 1,18); “Vós sois o Corpo de Cristo e cada um, de sua parte, é um dos seus membros” (1 Cor 12,27); “E [Deus] sujeitos aos seus pés todas as coisas, e o constituiu [Jesus] chefe supremo da Igreja, que é o seu corpo” (Ef 1,22-23). Ora Jesus, que é santo, “amou a Igreja e se entregou por ela, para santificá-la, purificando-a pela água do batismo, com a palavra, para apresentá-la a si mesmo toda gloriosa, sem mácula, sem ruga, sem qualquer outro defeito semelhante, mas santa e irrepreensível” (Ef 5,25-27).

E que Igreja seria essa? Santo Inácio de Antioquia, discípulo de São João e seguidor fiel das palavras dos apóstolos, dizia que “onde quer que se apresente o bispo, ali também esteja a comunidade, assim como a presença de Cristo Jesus também nos assegura a presença da Igreja Católica” (Ep. aos Esmirnenses, 8). Essa Igreja, cuja dimensão santa é demonstrada na Bíblia também é chamada de romana uma vez que a autoridade maior dos bispos na Igreja Católica vem do Bispo de Roma. O comprova Santo Irineu de Lião, que viveu no séc. II d.C. e também São Máximo Confessor, que viveu no século VII:

“Mas visto que seria coisa bastante longa elencar, numa obra como esta, as sucessões de todas as igrejas, limitar-nos-emos à maior e mais antiga e conhecida por todos, à igreja fundada e constituída em Roma, pelos dois gloriosíssimos apóstolos, Pedro e Paulo, e, indicando a sua tradição recebida dos apóstolos e a fé anunciada aos homens, que chegou até nós pelas sucessões dos bispos, refutaremos todos os que de alguma forma, quer por enfatuação ou vanglória, quer por cegueira ou por doutrina errada, se reúnem prescindindo de qualquer legitimidade. Com efeito, deve necessariamente estar de acordo com ela, por causa de sua origem mais excelente, toda a Igreja, isto é, os fiéis de todos os lugares, porque nela sempre foi conservada, de maneira especial, a tradição que deriva dos apóstolos” (Santo Irineu de Lião, Adversus Haereses, 3,2).

“Com efeito, desde a descida a nós do Verbo Encarnado, todas as Igrejas cristãs de toda parte consideraram e continuam considerando a grande Igreja que está aqui [em Roma] como única base e fundamento, visto que, segundo as próprias promessas do Salvador, as portas do inferno nunca prevaleceram contra ela” (São Máximo Confessor, Opusc.: PG 91, 137-140).

É dogma divinamente revelado que a Igreja que Jesus Cristo fundou sobre a pedra visível, que é Pedro, não se pode corromper, já que “as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt 16,18) e, sendo ela santa, imaculada e irrepreensível, graças ao sacrifício de Jesus Cristo, sua perfeição é eterna e sua conduta é indefectível. É preciso confirmar, ao mesmo tempo, que a santidade da Igreja não depende essencialmente da conduta de seus membros, e sim daquela promessa que Jesus infundiu em Pedro, promessa essa que conduz o Espírito Santo à Igreja toda a verdade.

Graça e paz.

Fonte: http://beinbetter.wordpress.com/


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