Artigo do Padre José do Vale: Padroeiro dos Sacerdotes


 12.08.2009 - Foi iniciado em 19 junho, o ANO SACERDOTAL com o tema: “FIDELIDADE DE CRISTO, FIDELIDADE DO SACERDOTE”. A iniciativa do Papa Bento XVI surgiu em decorrência da comemoração dos 150 anos da morte do Santo Cura d’Ars, São João Batista Maria Vianney, PADROEIRO DOS SACERDOTES E APÓSTOLO DO CONFESSIONARIO.

Segundo as palavras do Santo Padre, o objetivo deste ANO JUBILAR é “Ajudar a valorizar cada vez mais a importância do papel e da missão do sacerdote na Igreja e na sociedade contemporânea”.
O Ano Sacerdotal encerrará no dia 19 de junho de 2010, com encontro Mundial Sacerdotal com o Papa, na Praça de São Pedro, no Vaticano. Rezemos pelos sacerdotes e pelas vocações.
A Santa Madre Igreja necessita de numerosos padres santos. Verdadeiros sacerdotes a exemplo do Santo Cura de d’Ars.
Sacerdotes que tenham a visão abissal do amor a Igreja, a Cristo a humanidade.
“O sacerdócio exige particular integridade de vida e de serviço; tal integridade condiz muito bem com nossa identidade sacerdotal”, afirmou o Papa João Paulo II. (Carta a todos os Sacerdotes da Igreja, 08 de abril de 1979).

APÓSTOLO DO CONFESSIONÁRIO

São João Maria Vianney, padroeiro dos sacerdotes do mundo inteiro, nasceu em Dardilly, uma pequena aldeia perto de Lyon, na França, no dia 8 de maio de 1786. Seus pais eram: Mateus e Maria Béluse, agricultores e piedosos praticantes da santa religião católica.
A infância do santo transcorreu durante os anos tumultuados da Revolução Francesa e durante o período conhecido como “Terror”, quando os sacerdotes fiéis ao papado eram perseguidos e mortos. Após o fim do período revolucionário, os seminários foram reabertos e, aos 20 anos, João Vianney pôde iniciar seus estudos para o sacerdócio. Por não ter instrução devida para entrar no Seminário de Lyon, foi rejeitado. Pela Providência Divina foi acolhido na casa paroquial de Écully, cujo pároco era um sábio, o Padre Balley, que com amor e paciência lhe deu as primeiras instruções. O Padre Balley era um sacerdote iluminado ao ponto de vê seu aluno um jovem de futuro glorioso para a Santa Madre Igreja e afirmou: “É um jovem que reza. A graça de Deus fará o resto”.
Em 13 de agosto de 1815, com 29 anos de idade, foi ordenado sacerdote. Por não ser considerado muito capaz intelectualmente, foi-lhe confiada à pequena paróquia interiorana de Ars-en-Dombes.
Ali passou mais de quarenta anos como grande apóstolo do Sacramento da Reconciliação, atraindo verdadeiras multidões, que vinham de outras cidades e faziam fila desde a madrugada para se confessarem. São João Maria Vianney costumava dizer que: “não é pecador que vem a Deus para lhe pedir perdão, mas é o próprio Deus que corre atrás do pecador e que o faz retornar”.
Em 1859, numa quinta feira do mês de agosto, dia 4, ás duas da madrugada, ele tranqüilamente entregou a alma a Deus.
Por ocasião do centenário da sua morte ,em 1959, o Papa João XXIII promulgou a Carta Encíclica Sacerdotii Nostri Primordia, onde se lê: “Destacamos da vida de São João Maria Vianny este aspecto do ministério pastoral, que para ele durante muitos anos, foi como um longo martírio e fica para sempre ligado á sua memória: a administração do sacramento da penitência, que dele recebeu singular brilho e produziu os mais abundantes salutares frutos”.
O grande ministério do Cura d’Ars foi no confessionário, geralmente 17 horas diárias, interrompidas ás 11 horas para uma catequeses aos fieis.
De toda parte da França e de outras nações européias, chegavam peregrinos para se confessar com o Padre Vianney. Nos últimos tempos de vida eram mais de 200 por dia, mais de 80.000 por ano.
Grandes sinais milagrosos, prodígios e atos portentosos eram realizados pelas obras do Santo Cura d’Ars. A presença do céu era presente com ações de poder e graça na vida do humilde sacerdote João Vianney.
Jamais saberemos a quantidade de almas convertidas a Deus pelo sacerdócio da Cura d’ Ars. Só o registro do Livro da Vida sabe.
Quem pela lógica humana ou má fé receara faze-lo sacerdote, teve que contemplar a sua obra maravilhosa e sua santidade gloriosa. Chegaram a afirmar que esse o simples sacerdote d’Ars “ perturbou o século XIX”.
Era tão grande a multidão que acorria a pequena cidade de Ars que o Governo Francês, opositor a fé católica, teve que se curvar e construir uma ferrovia ligando Lyon a Ars. O bispo nomeou o Padre Vianney, como “Cônego Honorário”, porém, o Padre vendeu a murça por 50 francos, para uma obra de caridade. Rejeitou os títulos, pois ele declarava ser muito ridículo apresentar–se diante do bom Deus com essas bugigangas e dele ouvir: “Já foi recompensado”.
O Santo Cura d’ Ars, vivia profundamente a espiritualidade da divina misericórdia, dizia ele: “Deus perdoa o pecador mais depressa do que uma mãe salva o filho do fogo”.

CONCLUSÃO

A radicalidade do amor que nutria o Padre João Maria Vianney por Deus, pela Igreja e pelo povo era extraído do Altar - Santíssima Eucaristia, do Sacrário – Vida de oração e de contemplação e do Confessionário – Vida iluminada pelo Espírito Santo para reconciliar, aconselhar e fortalecer as almas em direção a Casa do Pai.
“Está ali aquele que tanto nos ama; por que não havemos de amá-lo?” Esta é a sua expressão de amor e abissal devoção para com o Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, presente no Santíssimo Sacramento do Altar.
Vamos interceder ao bom Deus que nos envie padres no modelo do Santo Cura d’ars.

Pe. Inácio José do Vale
Pároco da Paróquia São Paulo Apóstolo
Professor de Historia da Igreja
Faculdade de Teologia de Volta Redonda
E-mail: pe. [email protected]


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