“Pois bem, a negação da base fundamental da moralidade teve, na Europa, a sua raiz originária no afastamento daquela doutrina de Cristo, de que é depositária e mestra a cátedra de são Pedro; doutrina que, em tempos idos, dera certa coesão espiritual à Europa, a qual, educada, enobrecida e civilizada pela cruz, chegara a tal grau de progresso civil que a fizera mestra de outros povos e de outros continentes. Afastando-se, ao invés, do magistério infalível da Igreja, não poucos chegaram até a subverter o dogma central do cristianismo, a divindade do Salvador, acelerando assim o processo de dissolvimento espiritual.” (CARTA ENCÍCLICA DO PAPA PIO XII, SUMMI PONTIFICATUS, SOBRE O OFÍCIO DO PONTIFICADO, n. 21)
“Muitos talvez, ao se afastarem da doutrina de Cristo, não tiveram plena consciência de serem enganados pela falsa miragem de frases brilhantes que proclamavam tal afastamento como um libertar-se da escravidão a que julgavam estar antes sujeitos; nem previam as amargas conseqüências da triste permuta entre a verdade, que liberta, e o erro que escraviza; nem pensavam que, renunciando à infinitamente sábia e paternal lei de Deus e à unificadora e nobre doutrina de amor de Cristo, se entregavam ao arbítrio de uma pobre e mutável sabedoria humana. Falavam de progresso quando retrocediam; de elevação, quando se degradavam; de ascensão ao amadurecimento, quando caíam na escravidão; não percebiam a vaidade de todo o esforço humano em substituir a lei de Cristo por alguma outra coisa que a igualasse: "tornaram-se fátuos nos seus arrazoados" (Rm 1,21).” (CARTA ENCÍCLICA DO PAPA PIO XII, SUMMI PONTIFICATUS, SOBRE O OFÍCIO DO PONTIFICADO, n. 23)
“Enfraquecida a fé em Deus e em Jesus Cristo, ofuscada nos ânimos a luz dos princípios morais, fica a descoberto o único e insubstituível alicerce daquela estabilidade e tranqüilidade, daquela ordem externa, e interna, privada e pública, única que pode gerar e salvaguardar a prosperidade dos Estados.” (CARTA ENCÍCLICA DO PAPA PIO XII, SUMMI PONTIFICATUS, SOBRE O OFÍCIO DO PONTIFICADO, n. 24)
"Causa de tantos desastres: a descristianização do indivíduo e da sociedade. Quando se indagam as causas das presentes ruínas, diante das quais a humanidade, que as considera, fica perplexa, ouve-se não raro afirmar que o cristianismo falhou na sua missão. De quem e donde parte tal acusação? Porventura daqueles apóstolos, glória de Cristo, daqueles heróicos zeladores da fé e da justiça, daqueles pastores e sacerdotes, arautos do cristianismo que através de perseguições e martírios amansaram a barbárie e a prostraram devota ao altar de Cristo, iniciaram a civilização cristã, salvaram as relíquias da sabedoria e da arte de Atenas e de Roma, uniram os povos no nome cristão, difundiram o saber e a virtude, alçaram a cruz sobre os zimbórios e abóbadas das catedrais, imagens do céu, monumentos de fé e de piedade, que ainda levantam a fronte veneranda em meio das ruínas da Europa? Não; o cristianismo, cuja força deriva daquele que é caminho, verdade e vida e com ele está e estará até à consumação dos séculos, o cristianismo não faltou à sua missão; mas os homens rebelaram-se contra o verdadeiro cristianismo, fiel a Cristo e à sua doutrina; forjaram um cristianismo a seu talante, um novo ídolo que não salva, que não repugna às paixões da concupiscência da carne, à avidez do ouro e da prata que fascinam a vista, à soberba da vida; uma nova religião sem alma ou uma alma sem religião, uma máscara de cristianismo morto, sem o espírito de Cristo; e proclamaram que o cristianismo faltou à sua missão. (RADIOMENSAGEM DO SANTO PADRE PIO XII, NELL'ALBA E NELLA LUCE, SOBRE AS BASES DA ORDEM NOVA, 24 de dezembro de 1941, n. 6)