“Ele vos dará outro Paráclito o Espírito da Verdade“. A fé, como conhecimento e profissão da verdade sobre Deus e sobre o homem, “surge da pregação, e a pregação surge pela palavra de Cristo”, afirma São Paulo (Rm 10, 17). Ao longo da história da Igreja, os Apóstolos anunciaram a palavra de Cristo, preocupando-se em transmiti-la intacta aos seus sucessores, que por sua vez a comunicaram às gerações sucessivas, até aos nossos dias. Muitos pregadores do Evangelho deram a vida precisamente em virtude da fidelidade à verdade da palavra de Cristo. E assim, da atenção pela verdade nasceu a Tradição da Igreja. Como nos séculos passados, também hoje há pessoas ou ambientes que, ignorando esta Tradição plurissecular, gostariam de falsificar a palavra de Cristo e tirar do Evangelho as verdades que, na sua opinião, são demasiado incômodas para o homem moderno. Procura-se criar a impressão de que tudo é relativo: também as verdades da fé dependeriam da situação histórica e da avaliação humana.
Porém, a Igreja não pode fazer calar o Espírito de Verdade. Os Sucessores dos Apóstolos, juntamente com o Papa, são responsáveis pela verdade do Evangelho, e também todos os cristãos são chamados a compartilhar esta responsabilidade, aceitando as autorizadas indicações nele contidas. Cada cristão é chamado a confrontar incessantemente as suas convicções pessoais com os preceitos do Evangelho e da Tradição da Igreja no compromisso de permanecer fiel à palavra de Cristo, mesmo quando ela é exigente e humanamente difícil de ser compreendida. Não devemos cair na tentação do relativismo ou da interpretação subjetivista e seletiva das Sagradas Escrituras. Somente a verdade íntegra nos pode abrir à adesão a Cristo morto e ressuscitado pela nossa salvação.
Santa Missa em Varsóvia, 26 de maio de 2006.
Fonte: http://beinbetter.wordpress.com/