Assim como um trabalhador que apenas comparece no seu serviço, assim é o ‘cristão de fachada’: é aquele que vai à missa, cumpre até mesmo os princípios mais básicos do cristianismo, mas não tem um compromisso profundo com a Palavra de Deus. Quando falamos de um compromisso, estamos falando realmente duma aliança com Deus – é a nossa postura mediante as atitudes depravadas desse mundo pagão. E qual deve ser a atitude do cristão? Qual é o ideal? São Paulo dá a receita: “Não vos conformeis com este mundo” (Rm 12,2). Não existe dica melhor. Não se conformar é não aceitar o que nos propõe determinada pessoa ou determinada linha de pensamento. O cristão – em especial o católico – tem essa missão de dizer NÃO.

Especialmente no século XXI essa onda de pecado que atinge os católicos faz esse chamado de São Paulo ainda mais pertinente e convitativo: não vos conformeis! Com efeito, não é nem um convite, mas uma ordem. E se é uma ordem, é porque é realmente muito importante. Não podemos nos conformar, em primeiro lugar, com o que nos propõe o mundo acerca da virtude da religião.

É esse o primeiro critério que gostaria de avaliar: o mundo vai radicalmente contra a virtude da religião, que é Deus. Esse “ateísmo exacerbado” começou de fato no século XX, principalmente com as idéias comunistas. Segundo Marx e Engels, a religião seria “o ópio do povo”. Ou seja, para eles a religião era algo banal, que não merecia ser priorizado por ninguém. Pior: consideravam o fato duma pessoa crer em Deus um atraso. E não é que essa mentalidade pagã foi reincorporada na nossa sociedade? Parece absurdo, mas é verdade. Muitos pensam que não crer em Deus é algo muito racional, progressista, muito moderno.

A verdade foi deixada de lado. No século XX rejeitaram a Deus, mas ainda no século XVI abandonavam a Igreja Católica, aquela que nutriu espiritualmente a sociedade durante toda a Idade Média. E os filósofos iluministas maldosamente a denominaram “Idade das Trevas”. Foi nesse período que ocorreu a Revolução Francesa (1789) e foi também nesse tempo que ocorreu a maldita separação de Estado e Igreja. Maldita sim! Com a criação do Estado laico, o governo começa a poder fazer o que bem entender sem a aprovação da Igreja. Interessante notar que foi a partir daí que começou a ocorrer um grande declínio da moral e da ética social.

Mas mesmo assim a Igreja nunca deixou de estar ali, fiel à Palavra de Deus, firme, intacta como sempre, guardando a doutrina que Jesus lhe confiou. Não foi fácil. Ela resistiu 20 séculos somente com a graça de Deus mesmo, porque quantos ventos de doutrina já se espalharam nesse mundo! Quanta dificuldade teve e tem a Igreja para levar a verdade aos povos! Depois de perdida a virtude da religião, perdeu-se também a sensatez. Agora, não existe mais religião certa. “O que importa é o coração…” E com essa “ditadura do relativismo” cresce também a deturpação de valores. Hipocrisia, por exemplo, é, segundo o que conhecemos, falsidade. Contudo, no mundo de hoje, pregar a verdade e chamá-la de única e incontestável é hipocrisia…

Não bastasse a crise ideológica que vivemos, o maior problema está relacionado à sexualidade. O matrimônio não é mais para sempre, o sexo agora é livre, fora ou depois do casamento, não importa; o importante é transar. Ah, hipocrisia mundana! Maldita é a corrupção humana! Mas que ninguém se engane, porque “nem os impuros, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os devassos (…) hão de possuir o Reino dos céus” (1 Cor 6,9.10). A Palavra de Deus é clara!

Não se conformar com esse mundo… Que frase bonita, não é? Pois então, tratemos de praticá-la, porque aceitar passivamente as devassidões desse mundo também é pecado.

Graça e paz.

Fonte: http://beinbetter.wordpress.com/