13.07.2009 - “A identidade do padre com Jesus Cristo é o alicerce de frutuosa atividade sacerdotal” (1). Cardeal Dom Eugenio Sales Arcebispo Emérito do Rio de Janeiro – Brasil
O Padre é um homem escolhido pelo Senhor bom Deus dentre os homens, para representá-los em suas relações para com Deus.
O Padre é um ministro de Cristo, representando-o junto do povo e representando o mesmo povo diante de Deus.
Escreve São Paulo Apóstolo: “Portanto, considerem-nos os homens como servidores de Cristo e administradores dos mistérios de Deus. Ora, o que se requer dos administradores, é que cada um seja fiel” (1 Cor 4,1.2).
Ao se colocar a serviço do povo de Deus, é o próprio Cristo que está presente no Padre, pois ele age “in persona Christi”, isto é na Pessoa de Jesus Cristo.
O Prefeito da Congregação para o Clero, Cardeal Dom Cláudio Hummes, OFM, fala sobre o Padre: “O Padre existe para o povo de Deus, o Padre existe para a comunidade local que lhe é confiada. Em sua grandíssima maioria, os Padres são fiéis, são dignos, são homens que dão toda a sua vida pela Igreja, pelo povo, enfim, por Jesus Cristo e, portanto, nós os admiramos, nós os amamos, nos os veneramos e a Igreja se ufana deles. O ministério da Eucaristia, da Palavra, da santificação, do pastor que dirige a sua comunidade são os grandes ministérios do padre, que vêm desde Jesus Cristo” (2).
PADRES E TALENTOS
Há uma maravilhosa produção diversificada de sacerdotes, que inclui desde os milhares de padres-mártires em regimes totalitários (sem falar nos torturados na china em pleno século XXI); padres-cantores; Pe. Zezinho, SCJ, Pe. Fábio de Melo; padres-místicos; Pe. Pio de Pietrelcina , Pe. Maximiliano Kolbe; padres-tenores da música clássica: Pe. Eugene e Martim O’Hagam (são irmãos) e Pe. David Delargy; padres-fundadores: Pe. Tiago Alberione, Pe. José Kentenich; padres escritores e teólogos: Pe. Roque Schineider, Pe. Clodovis Boff; padres-comunicadores: Pe. Eduardo Dougherty , Pe. Jonas Abib: padres- cientistas: Pe. Georges Lemaître, Pe. J. B. Macelwane e muitos outros que estão realizando grandes trabalhos em prol do povo que só Deus sabe e compreende.
“A vocação sacerdotal é um dom de Deus, que constitui certamente um grande bem para aquele que é seu primeiro destinatário. Más é também um dom para a Igreja inteira, um bem para a sua vida e missão. A Igreja, portanto, é chamada a proteger esse dom, á estimá-lo e amá-lo... É grande a urgência, sobretudo hoje, que se difunda e se radique a convicção de que todos os membros da Igreja, sem exceção, têm a graça e a responsabilidade do cuidado pelas vocações. (...) No âmbito das comunidades diocesanas e paroquiais, são de estimar e promover aqueles grupos vocacionais cujos membros oferecem seu contributo de oração e de sacrifício pelas vocações sacerdotais e religiosas...”. (João Paulo II, Exortação Apostólica Pós-Sinodal Pastores dabo vobis, 41).
Um dos maiores teólogos do século XX pensou profundamente sobre o ministério do sacerdote. Em sua obra “Estados de vida do cristão” ( Christlicher Stand, 1977), o Pe. Hans Urs Von Balthasar sublinha que o sacerdócio do Novo testamento se enraíza na cruz e ressurreição de Jesus Cristo. Não se trata apenas de um sacerdócio ministerial em que a função não coincide com a pessoa e, por conseguinte, tampouco a ação coincide com a paixão (i.e., padecer); com o sacramento da Ordem, ser e sofrer se conjugam na vida do padre, à semelhança do filho de Deus feito homem. Outra conseqüência disto é que o ministério eclesiástico vai muito mais além de uma simples representação abstrata da autoridade divina, pois quer comunicar toda a plenitude da presença concreta do Senhor na Igreja e a administração sacramental da sua graça (Ed. Encuentro, 1994, PP. 187.189.191.194).
Santo Tomás de Aquino afirma com muita propriedade o ministério do sacerdote. Ele afirma que o padre deve pregar e ensinar com autoridade, porque ele é o instrumento de Deus, o ministro de Deus. Portanto, ele tem a autoridade, está revestido da autoridade de Deus pra este ofício.
Uma das mais belas e abissais Promessas do Sagrado Coração de Jesus manifestadas à Santa Margarida Maria Alacoque é esta; “Darei aos sacerdotes o dom de tocar os corações mais endurecidos”.
CONCLUSÃO
No decreto Presbyterorum Ordinis sobre a vida e a missão dos presbíteros, o Vaticano II diz; “Os presbíteros, elevados ao presbiterato pela ordenação, estão unidos entre si numa intima fraternidade sacramental. Especialmente na diocese (...), formam um só presbitério. Todos têm uma só finalidade, isto é, edificação do corpo de Cristo que especialmente em nossos dias, requer múltiplas atividades e novas adaptações” (PO 8).
O padre é o escolhido ministro de Deus que está à frente guiando o seu povo, pregando o Evangelho, pastoreando com amor e rebanho, sendo exemplo para os fiéis e realizando os Santíssimos Sacramentos.
Vamos rezar sem cessar pelos padres escolhidos pela Santíssima Trindade.
Pe. Inácio José do Vale
Pároco da Paróquia São Paulo Apóstolo
Professor de História da Igreja
Faculdade de Teologia de Volta Redonda
E-mail; [email protected]
Notas
(1) Jornal do Brasil, 02/08/2008, p. A9.
(2) Arautos do Evangelho, Julho de 2009, pp. 20 e 21.
Aquino, Felipe Rinaldo Queiroz de. Uma história que não é contada,
Lorena – SP Cléofas , 2008.