Artigo de Everth Queiroz Oliveira: Aborto na ótica cristã


 23.06.2009 - Por diversas ocasiões os Papas, santos e veneráveis da Igreja Católica trataram com veemência o tema “aborto” em seus sermões e exortações. Trata-se de mensagens ricas em doutrina e sabedoria. Tudo começou, contudo, no tempo de Jesus Cristo. Foi Ele o precursor do cristianismo e do próprio catolicismo que, por meio da sua concepção das Sagradas Escrituras, fez perdurar a lei que diz: “Não matarás” (Mt 5,21). Sobre a vida humana desde a concepção a Bíblia é clara e não deixa dúvidas de que o aborto é uma prática totalmente abominável aos olhos de Deus.

É perceptível já no Antigo Testamento o cuidado que a Lei e Deus tinham para com os bebês nas barrigas de suas mães. Diz o livro do Êxodo:

“Se homens brigarem, e acontecer que venham a ferir uma mulher grávida, e esta der à luz sem nenhum dano, eles serão passíveis de uma indenização imposta pelo marido da mulher, e que pagarão diante dos juízes. Mas, se houver outros danos, urge dar vida por vida…” (21,22-23).

Observemos que, quando o escritor diz vida por vida ele afirma que o bebê dentro da barriga da mãe é uma vida. Portanto, o Não matarás presente também no livro do Êxodo (cf. 20,13), inclui também os filhos de Deus que estão se desenvolvendo dentro do útero de suas mães. Deus não difere a vida de um bebê em formação da vida de um homem que o feriu.

Jó questionava: “Um mesmo criador não nos formou no seio da nossa mãe?” (31,15), mostrando claramente que, já no seio de nossa mãe, somos filhos de Deus, somos vida, somos pessoas. E assim também os Salmos (“Desde de o ventre de minha mãe vós sois o meu Deus” (21,11)), assim como Jeremias (“Antes que no seio fosses formado, eu já te conhecia; antes de teu nascimento, eu já te havia consagrado…” (1,5)), são livros que mostram mais uma vez que não dá para aceitar o aborto. Enfim, a Bíblia inteira, em diversas passagens, usa o termo aborto como algo pejorativo, ruim.

E a Igreja nunca deixou de ser contra essa prática, assim como reza a Bíblia Sagrada. Ensinava a Didaqué, ainda no século I: “Não matarás criança por aborto nem criança já nascida” (2,2). Atenágoras (181 d.C.), filósofo grego, ao mandar uma carta ao imperador de Roma, dizia:

“Os que praticam o aborto cometem homicídio e irão prestar contas a Deus, do aborto. Por que razão haveríamos de matar? Não se pode conciliar o pensamento de que a mulher carrega no ventre um ser vivo, e, portanto objeto da Providência divina, com o de matar cedo o que já iniciou a vida…” (Súplica pelos cristãos, 3, 10).

Jérome Lejeune, geneticista francês, certa vez afirmou:

“A embriologia moderna pode afirmar com segurança que o processo evolutivo embriológico é um processo contínuo, que vai desde o momento da concepção até ao momento do nascimento, e prossegue depois deste. Por isso, o feto deve ser considerado geneticamente autônomo, único e irrepetível. Daqui a ignorância daqueles que põem no mesmo plano a extração dum tumor, dum fibroma e o aborto”.

A Igreja, por meio do Concílio Vaticano II, do seu Catecismo, das encíclicas de papas e de suas exortações, sempre deixou claro que não pode aprovar o crime do aborto. Ela inclusive aplica àqueles que praticam tal infâmia a pena de excomunhão.

São, nessa oportunidade, sempre atuais as palavras do Santo Papa João Paulo II, na encíclica Evangelium Vitae:

“Nenhuma circunstância, nenhum fim, nenhuma lei no mundo poderá jamais tornar lícito um ato que é intrinsecamente ilícito, porque contrário à Lei de Deus, inscrita no coração de cada homem, reconhecível pela própria razão, e proclamada pela Igreja” (61).

Graça e paz.

Fonte: http://beinbetter.wordpress.com/


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