22.06.2009 - Pela primeira vez na história, o número de pessoas que passam fome superou a marca de 1 bilhão, segundo relatório da FAO, Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação. O número representa um sexto da população global e representa um aumento superior a 10% em relação a 2008.
Se os níveis persistirem, a proposta da FAO de redução pela metade do número de pessoas nessas condições não será cumprida. A meta estipula que, até 2015, a falta de alimentos não atinja mais do que 420 milhões de habitantes.
Embora projeções indiquem que em 2009 a produção de gêneros alimentares será inferior à do ano passado, a quantidade disponível de produtos não é apontada como causa do problema. Pesquisas indicam que a produção de cereais, por exemplo, terá índices elevados este ano.
Segundo o estudo, a crise mundial é o principal motivo pelo crescimento da desnutrição ao redor do mundo. A estagnação da economia provocou a diminuição da oferta de empregos e o aumento dos preços dos alimentos. Com isso, as camadas mais pobres ficaram sem acesso às condições básicas de alimentação. Outra consequência registrada foi a mudança da rotina de gastos das famílias, que passaram a consumir alimentos mais baratos, como grãos, em detrimento de produtos como carnes, derivados do leite, frutas e hortaliças, mais caros e ricos em proteínas e nutrientes.
O estudo indica que, para sanar o problema, as famílias afetadas recorrem a deslocamentos migratórios em busca de novos postos de trabalho, empréstimos e a entrada em novos setores da economia. Além disso, é verificado o aumento do número de mulheres no mercado, situação que também pode ocorrer com crianças.
Alguns reflexos nocivos dessas mudanças são a evasão escolar – o que contribui para a perpetuação de um ciclo de pobreza – e a manifestação de tensões sociais.
A região da Ásia e do Pacífico (onde estão localizadas China e Índia) é a que apresenta o maior número de pessoas que passam fome: 642 milhões. Em termos relativos, ou seja, quantidade de desnutridos em relação ao total de habitantes, a África subsaariana (países localizados ao sul do deserto do Saara) tem o maior índice: 32%. A região da América Latina e do Caribe, onde melhoras tinham sido registradas nos últimos anos, apresentou um aumento na taxa da ordem de 12,8%, o que corresponde a 53 milhões de pessoas.
Fonte: Terra notícias
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Lembrando...
A pobreza é tanta no Haiti que até barro vira alimento
29.05.2008 - Em sua segunda visita ao Haiti, o presidente Lula prometeu ampliar a ajuda ao país mais pobre das Américas, além de aumentar o contingente brasileiro nas forças de paz da ONU.
O presidente do Haiti, René Preval, aproveitou a visita para pedir mais força policial e menos militar. Segundo Preval, a criminalidade ainda é um problema grave.
A periferia de Porto Príncipe é o retrato de um país que passou por golpes militares e conflitos armados, 80% da população do Haiti vive com apenas US$ 2 por dia.
Em cada três haitianos, dois não têm emprego formal. Um homem diz que falta dinheiro para comer e pagar a escola dos filhos.
As feiras no Haiti são sempre cheias. É possível se encontrar de tudo. A iguaria mais interessante aqui é este biscoitinho aqui o "tê" que é feito de argila, manteiga e sal.
É isso mesmo. A pobreza é tanta que até barro vira ingrediente. O vendedor prova um pedacinho e afirma: "É bom".
No mês passado, o aumento no preço dos alimentos provocou violentas manifestações nas ruas de Porto Príncipe. Seis pessoas morreram e o primeiro-ministro caiu. O protesto chegou perto do Palácio Nacional, que foi protegido pelas tropas da ONU, lideradas pelo Brasil.
As tropas brasileiras estão no Haiti desde 2004, tentando garantir a paz e estabilizar o país. Mas só a presença ostensiva das tropas não resolve.
"Para o Haiti ter paz, falta desenvolvimento, falta criação de emprego, e não é de altíssimo nível, empregos elementares. Para que as pessoas possam ter um salário mínimo", fala o general Carlos dos Santos Cruz, comandante da Missão da ONU - Haiti.
O homem que chefia sete mil militares de 18 países é um gaúcho, o terceiro brasileiro a comandar a missão no Haiti.
Os militares brasileiros são trocados a cada semestre. No momento, estão no Caribe, militares do Espírito Santo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.
Eles são responsáveis também por distribuir a comida e fazer ações sociais nos bairros mais pobres.
Balões, cordas e a bola de futebol têm provocado o que é raro por aqui: sorrisos.
Fonte: Jornal da Globo
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Diz na Sagrada Escritura:
"Também estes lhe perguntarão: - Senhor, quando foi que te vimos com fome, com sede, peregrino, nu, enfermo, ou na prisão e não te socorremos?" (Mt 25,44)
"E ele responderá: - Em verdade eu vos declaro: todas as vezes que deixastes de fazer isso a um destes pequeninos, foi a mim que o deixastes de fazer". (Mt 25,45)