Rússia teme guerra nuclear entre as Coreias, diz agência


27.05.2009 - A Rússia está tomando medidas preventivas de segurança devido à preocupação com uma guerra nuclear entre a Coreia do Norte e a Coreia do Sul, em sua fronteira oriental, disse uma fonte oficial a agências de notícias Interfax, nesta quarta-feira. A informação não foi confirmada por Moscou.

Moscou teme que as ações provocativas de Pyongyang, que encerrou o armistício de 1953 entre as duas Coreias e ameaçou atacar Seul nesta quarta-feira, acabe em uma guerra nuclear que pode facilmente afetar seu território.

Uma fonte não-identificada de segurança disse à Interfax que a tensão na península da Coreia poderia atingir as regiões mais a leste do país, onde a Rússia tem uma pequena fronteira com a Coreia do Norte.

"Surgiu a necessidade de um pacote apropriado de medidas preventivas", disse a fonte. "Não estamos falando em ampliar esforços militares, e sim de medidas caso um conflito militar, talvez com o uso de armas nucleares, exploda na península da Coreia."

A Coreia do Norte iniciou uma escalada de tensão nesta segunda-feira (25), ao anunciar que realizou "com sucesso" um teste nuclear --considerado violação de uma resolução do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) de 2006, decretada após o primeiro teste nuclear do regime comunista.

Desde então, Pyongyang reagiu à condenação internacional e à ameaça de novas sanções da ONU lançando seis mísseis em três dias e dizendo que não se considera mais obrigada a cumprir o armistício que encerrou a Guerra da Coreia (1950-1953).

Uma fonte da chancelaria russa disse à agência Itar-Tass que é preciso tomar cuidado para que a "guerra de nervos" não leve a um conflito armado, numa clara referência à decisão de Pyongyang de abandonar o armistício.

"Pressupomos que uma perigosa política à beira do abismo, uma guerra de nervos, está em andamento, mas que não irá crescer para uma guerra "quente"", disse a fonte à Tass. "É preciso moderação."

A chancelaria russa costuma usar declarações de fontes não-identificadas, passadas a agências oficiais de notícias, para divulgar suas posições a respeito de assuntos delicados.

Veto

O presidente Dmitry Medvedev condenou o teste nuclear norte-coreano, mas sua chancelaria alertou a comunidade internacional a não tomar decisões apressadas. A Rússia tem poder de veto no Conselho de Segurança da ONU, que está discutindo uma resolução a respeito da situação na península da Coreia.

No passado, Moscou relutava em aceitar as propostas ocidentais por novas sanções. Mas funcionários russos na ONU têm dito que desta vez a autoridade do Conselho está em xeque.

"Não podemos dar cobertura para quaisquer sanções que levem à desestabilização do regime de não-proliferação", disse uma fonte da chancelaria à Interfax.

Tal fonte deixou claro que a Rússia ainda não se decidiu sobre como votar na ONU. "Não devemos subscrever qualquer opção específica de antemão", afirmou.

Porém, a fonte que falou à Tass sugeriu que a Rússia poderia apoiar novas sanções. "A resolução deve envolver medidas como sanções", disse. "O Conselho de Segurança da ONU está envolvido em um trabalho duro."

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Lembrando...

Miniguerra nuclear já causaria rombo na camada de ozônio, diz pesquisa

08.04.2008 - Cientistas avaliam impacto de possível conflito entre Índia e Paquistão.
Confronto, ainda que local, ameaçaria a humanidade em escala global.

a década de 1980, em plena Guerra Fria, foi comum discutir os efeitos de um confronto de escala mundial travado com armas nucleares. Isso levou ao consenso universal de que ninguém poderia realmente sair "vencedor" de um conflito assim. Mas e quanto a uma guerrinha nuclear em pequena escala? Também não é uma boa idéia, segundo um grupo de cientistas da maior potência nuclear do mundo, os Estados Unidos. E uma das maiores vítimas de um conflito assim seria a camada de ozônio da Terra.

Os pesquisadores liderados por Michael Mills, da Universidade do Colorado em Boulder, conduziram uma simulação climática e química detalhada do que aconteceria caso duas potências nucleares emergentes (o grupo cita Índia e Paquistão, rivais no sul da Ásia que vivem trocando farpas, como potenciais adversários) travassem um conflito nuclear.

Eles especularam um uso "modesto", de 100 dispostivos atômicos do mesmo porte do usado em Hiroshima, no Japão, pelos Estados Unidos, em 1945 -- mais ou menos metade de cada lado.

Isso, como já se sabe, levantaria uma quantidade brutal de fuligem para a alta atmosfera. E aí a simulação da equipe entrou em ação, para ver o que acontecia.

Os resultados mostraram que os efeitos de uma guerra nuclear local estão longe de ficar circunscritos aos países envolvidos. Na alta atmosfera, a poluição produzida causa imensa destruição à camada de ozônio. O buraco hoje existente na Antártida seria fichinha perto do resultado -- um rombo em escala global nesse cobertor que serve de proteção contra os raios nocivos emitidos pelo Sol. Sem ela, as taxas de câncer se elevariam brutalmente no mundo todo e os ecossistemas sofreriam modificações radicais.

"As reduções em escala global do ozônio previstas aqui por injeções relativamente pequenas de fumaça e fuligem na troposfera superior e na estratosfera inferior indicam uma sensibilidade inesperada associada a perturbações desse tipo e sugerem que certos eventos -- como conflitos nucleares regionais -- podem apresentar um perigo sem precedentes para a biosfera", escreveram os autores do estudo, num artigo publicado pela "PNAS", revista da Academia Nacional de Ciências dos EUA.

"A ameaça potencial ao ozônio global, e portanto ao biota terrestre, merece análise cuidadosa pelos governos do mundo, aconselhados pela comunidade científica", concluem os cientistas.

Fonte; G1

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"Quando os homens disserem: Paz e segurança!, então repentinamente lhes sobrevirá a destruição, como as dores à mulher grávida. E não escaparão". (1Ts 5,3)


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