Doente de AIDS agradece ao Papa Bento XVI por romper tabu sobre preservativos


20.05.2009 - Em uma entrevista concedida à revista francesa Famille chretienne, Dominique Morin, um doente de AIDS que dedica sua vida a educar pessoas sobre este mal, agradeceu ao Papa Bento XVI por ter quebrado o tabu em torno do mito do preservativo.

Na entrevista, difundida em espanhol pela revista Alfa e Omega, Morin destaca o aporte do Pontífice ao recordar que "o homem não se pode resignar a ter comportamentos sexuais com risco (vagabundagem sexual ou homossexual), nem a sociedade fundar uma prevenção da AIDS sobre o fracasso. Ele recordou que o homem está dotado de razão, de liberdade que lhe faz capaz de pensar em seus atos. A solução para o AIDS está nos meios de propagação".

Morin coincide em que "o único meio de pará-lo é evitar os comportamentos de risco. É simples sentido comum, mas não é algo que abunde hoje em dia! Assim que lhe dou as graças ao Papa por ter quebrado o tabu. Ele não nos está falando de uma teoria que se acaba de inventar. Não tem feito mais que recordar o que apregoa a Igreja".

Com 15 anos de experiência em colégios, Morin sustenta que "os jovens hoje só pensam em uma sexualidade impulsiva, instintiva. Esse é seu único horizonte. Agora bem, depois da pergunta: “me diga como conseguir uma garota fácil?”esconde-se uma aspiração profunda: o desejo de amar. Dizer que um jovem está obrigado a ter relações sexuais para descobrir-se e aprender a amar corresponde à lógica freudiana, que é falsa. Existe outra via distinta à pornografia, à masturbação, às relações instáveis... Não dizer-lhes esta verdade equivale a mentir. Os que lhes dizem que utilizem um preservativo se lavam as mãos e tranqüilizam sua consciência a preço baixo. O jovem se encontra ao limite de seus meios, com relações sem confiança. O preservativo é um engano e uma fraude".

Morin contraiu o AIDS nos anos em que levou uma vida licenciosa. "Nos anos 80, eu vivia na delinqüência, a droga, o sexo e a violência política. Em 1986 começou minha conversão. Eu não podia mais com toda essa violência. Com a prática religiosa, tenho descoberto uma felicidade que não conhecia. Decidi a confessar-me, lancei-me! E reencontrei a misericórdia de Deus através do sorriso benevolente do sacerdote e de sua absolvição. Depois, em 1993, descobri que estava infectado de AIDS em fase 4. Já estava fichado!"

Para Morin, o único meio seguro de não transmitir o vírus é a abstinência total. "Eu não sou melhor que os outros doentes. Minha conversão tem me feito trocar minha perspectiva sobre mim mesmo, sobre meu corpo e minha relação com os outros. A oração e os sacramentos me deram as graças necessárias para arrancar meus hábitos e combater minha debilidade. aprendi a me dominar. Também tenho descoberto minhas relações castas com as garotas. A abstinência sexual é às vezes difícil, mas o prazer do que me privo não me falta realmente, se comparo à vida serena que hoje tenho", sustenta.

Do mesmo modo, esclarece que "jamais se sentiu rejeitado pela Igreja; ao contrário. Ela me abriu as suas portas, acolheu-me tal como era. Senti-me amado. A Igreja diferencia entre a pessoa e seus atos. Antes de minha conversão, eu me sentia condenado pelo que acreditava que eram as propostas da Igreja, porque eu me acreditava um com meus atos. Acreditava que quando a Igreja condenava tal ato, ela condenava ao homem. Agora bem, a vingança de Deus é perdoar, como diz Pagnol. Deus só sabe amar. Ele quer com um amor predileto aos doentes de AIDS".

Aos acusadores da Igreja hoje, Morin recorda que "a Igreja foi primeira em ocupar-se dos doentes de AIDS. Nos anos 80, nos Estados Unidos, o Cardeal O’Connor abriu um serviço especial para acolhê-los, embora se ignorasse então os riscos de contágio. A Madre Teresa criou o primeiro centro dedicado aos doentes de AIDS: O presente de amor, em Nova Iorque. Existem muitos mais hoje em dia por todo mundo".

"A Igreja vê a bondade do homem. O Papa cumpre com seu papel de pai, de pedagogo, quando recorda que o homem está destinado a amar na verdade, e não na mentira, no medo e o risco de morrer. Mostra-nos um caminho exigente, sem pretender agradar-nos nem seduzir-nos. A AIDS se propaga pela promiscuidade. O único meio de contê-la é voltar para a raiz do amor. Todos aspiramos ao amor verdadeiro, baseado na confiança. O verdadeiro inferno não radica em ser castigado pelas conseqüências de nosso pecado, a não ser em ter medo ao amor", conclui.

Fonte: ACI


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