Sobre o filme Anjos e Demônios


13.05.2009 - 1. Opinião de um católico: “Meu maior problema com livros e filmes do tipo Anjos e Demônios é que, ao misturar ficção e realidade, a tendência é que tudo seja absorvido pelo público como realidade. (…) A pessoa vai ao cinema ver Anjos e Demônios e sai realmente achando que Galileu e Bernini eram Illuminati, que Copérnico morreu assassinado, que a Igreja atrapalha a ciência, que Pio IX era um maníaco que atravessava o Vaticano de martelo na mão, que a Igreja “marcou” quatro Illuminati (Langdon reprova o chefe da Guarda Suíça, perguntando se os católicos não leem sua própria história. Bom, nós lemos; é que La purga não é história, é invenção de Dan Brown), que os cientistas querem refazer o momento da criação, que Galileu escreveu o tal Diagramma e por aí vai. Isso é um desserviço considerável à verdade histórica, e também à ciência” - Marcio Antonio Campos.

2. Opinião de um anti-clerical: “Os Illuminati defendiam a ciência no lugar da religião, e no filme roubam um frasco de antimatéria do Large Hadron Collider para explodir o Vaticano. Embora a idéia não deixe de me agradar, o filme faz com que fique claro a perda que tal explosão causaria. As igrejas são lindas, as estátuas magníficas. Se uma coisa de bom posso dizer da Igreja Católica é que não só pensam a longo prazo como possuem um magnífico senso estético, completamente ausente do Bispo Macedo e seus templos tenebrosamente feios. [...] Um dos efeitos interessantes e inusitados do filme é que deixa o espectador com todo um respeito pela Igreja. A Tradição, os Rituais, dá pra entender porque sobreviveram por mais de 2000 anos como instituição. É mais ou menos como o Judaísmo, embora no caso todos os membros preservem ativamente a cultura e os rituais, já com os católicos um monte de gente se diz seguidor mas nem lembra que Papa veio antes de João Paulo II” - Carlos Cardoso.

3. Opinião “científica” sobre o livro: “‘Anjos e Demônios’ é escrito em estilo irresistível e acessível. Você prefere não dormir só para ler mais um pouquinho. Ele trata de questões que passam pela cabeça de todos: a existência de Deus, a possibilidade de se ter fé em um Universo que parece ter profunda indiferença por nós, a reconciliação entre o científico e o espiritual. Só que o livro leva o conflito entre razão e fé à uma conflagração apocalíptica. [...] A ciência é vista como uma ameaça à religião: quanto mais aprendemos sobre a natureza, mais difícil é aceitar a existência de forças sobrenaturais” - Marcelo Gleiser, 2004.

4. Na Rádio Vaticana: “O editorial intitulado ‘O segredo de seu sucesso’ diz que a Igreja deveria se perguntar por que uma visão ‘simplista e parcial’ dela mesma, conforme a mostrada nas obras de Dan Brown, encontra tanto eco, mesmo entre católicos. ‘Seria provavelmente um exagero considerar os livros de Dan Brown um sinal de alarme, mas talvez eles devam ser um estímulo para que se repense e renove a maneira como a Igreja emprega a mídia, para explicar suas posições sobre as questões mais candentes do momento’ − diz o editorial” - 08 de maio de 2009.

Minha opinião: não li o livro e [ainda] não assisti o filme. No entanto, diante dessas “obras” que têm valor intrínseco menor que o de um ponto do Bomclube e, não obstante, alcançam um sucesso estrondoso frente ao grande público, chega quase a me bater um verdadeiro desânimo. Porque as refutações das bobagens nunca têm o mesmo poder de penetração do que o da bobagem em si. Para ficar em um só exemplo que, pelo que eu venho lendo, é um dos pontos fortes do filme: de que adianta explicar cuidadosamente como a ciência experimental é filha da Igreja Católica, se “eu vi no cinema com o Tom Hanks que é o contrário”?

Católicos, mãos à obra! Há muito trabalho a ser feito.

Fonte: http://www.deuslovult.org/


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