09.03.2005 - A publicação Alfa e Omega apresenta em sua última edição o testemunho de Pedro Sarubbi, o ator que interpretou Barrabás no filme "A Paixão de Cristo", que assegura ter se convertido durante a filmagem.
Sarubbi que deu uma entrevista ao jornal italiano Avvenire relatou que queria interpretar São Pedro mas o diretor Mel Gibson tinha escolhido os atores baseando-se na semelhança com os personagens retratados nos quadros de Caravaggio e outros pintores.
Já como Barrabás, Gibson me disse que evitasse olhar para Jim Caviezel que encarnava Jesus Cristo até mesmo na cena em que deveríamos aparecer juntos. Barrabás é como um cão feroz me dizia, mas há uma ocasião em que se torna um cachorrinho: ao encontrar-se com o Filho de Deus quando se salva. Quero que seu olhar seja daquele que vê Jesus pela primeira vez . Fiz como ele me havia dito, e quando nossos olhos se cruzaram senti uma espécie de corrente; era como se olhasse de verdade para Jesus. Nunca tinha me acontecido uma coisa parecida em todos meus anos de carreira, indicou.
Para Sarubbi, A Paixão foi uma experiência não só profissional, mas também, e sobretudo, humana. Não me envergonho de dizer que me converti durante a filmagem. Todos nós atores que participamos do filme mudamos um pouco depois dessa experiência, mas eu aprendi muito mais com o filme do que em qualquer conferência.
O ator lembrou que sua busca espiritual começou há muitos anos, e me levou a percorrer todo mundo. Realizei uma longa busca antropológica, como homem e ator. Fui instruído nas artes marciais do mosteiro do Shaolín; permaneci em um mosteiro tibetano durante seis meses com voto de silêncio; pratiquei a meditação na Índia; e vivi na Amazônia. Alcancei a meta final desta busca com Jesus.
Agora, indicou, faço o possível para que esses olhos sigam sendo importantes para mim. Minha família é o primeiro de tudo; e também atuo de palhaço para crianças órfãs. Por outro lado, está meu trabalho: ensino executivos a dirigir-se em público, ensino em várias escolas para atores Utilizo o que chamo o método do guerreiro, o sacerdote e o palhaço: na vida é preciso ser forte e honesto, espiritual e brincalhão. Um homem harmônico e justo é também um ator justo.
Alfa e Omega explica que a seus 43 anos Sarubbi está há trinta no teatro trabalhou com os grandes, como Grotowski e Cantor, no cinema O bandolim do capitão Corelli e na televisão.
Desde fevereiro dirige o Master de recitação televisiva e teatral para atores profissionais na Escola Paolo Grassi, de Milão. Embora tenha percorrido todo o mundo, gosta de viver em seu sítio nos arredores de Milão, com sua mulher, seus quatro filhos e a multidão de animais que possuem.
Fonte: ACI Digital