02.04.2009 - Os bispos americanos publicaram umas diretrizes nas que consideram que as chamadas terapias Reiki, “medicina alternativa” originária do Japão, não são científicas e resultam inapropriadas para as instituições católicas.
A Conferência de Bispos Católicos dos Estados Unidos (USCCB por suas siglas em inglês) publicou o documento "Critérios para Avaliar o Reiki como uma Terapia Alternativa” desenvolvido por seu comitê de doutrina.
O texto descreve o Reiki como uma técnica de sanação “inventada no Japão a finais do século 19 por Mikao Usui, quem estudava textos budistas”.
O documento precisa o "Reiki carece de credibilidade científica” e “ainda não foi aceito pelas comunidades científica e médica como uma terapia efetiva”.
“Faltam estudos científicos sobre a eficácia do Reiki, assim como uma explicação científica plausível de como poderia ser eficaz”, sustenta o documento.
Do mesmo modo, precisa que o "Reiki é descrito freqüentemente como um tipo de cura ‘espiritual’ oposto aos procedimentos médicos comuns para curar usando meios físicos”.
O texto também destaca a diferença radical entre a terapia Reiki e a cura através do poder divino em que acreditam os cristãos. “Para os cristãos o acesso a cura divina é através da oração a Cristo como Senhor e Salvador, enquanto que a essência do Reiki não é uma oração senão uma técnica que passa do ‘mestre Reiki’ ao discípulo”.
Em conclusão, sustenta o documento, a terapia Reiki "não encontra suporte nem nos achados da ciência natural nem na crença cristã” e por isso “para um católico, acreditar na terapia Reiki apresenta problemas insolúveis”.
Além de explicar que “não é prudente empregar uma técnica que não tem suporte científico”, o documento sustenta que o Reiki implica “importantes perigos” para a saúde espiritual.
"Para utilizar o Reiki se teria que aceitar, ao menos de maneira implícita elementos centrais da visão do mundo que subjazem na teoria Reiki, elementos que não pertencem nem à fé cristã nem às ciências naturais. Sem justificação da fé cristã ou das ciências naturais, um católico que põe sua confiança no Reiki cairia no âmbito da superstição, a terra de ninguém que não é fé nem ciência", precisa o documento.
Os bispos adicionam que “superstição corrompe a adoração de Deus ao conduzir o sentimento religioso e a prática para uma falsa direção" e "embora às vezes a gente cai na superstição por ignorância, é responsabilidade de todos os que ensinam em nome da Igreja de eliminar essa ignorância tanto como seja possível".
"Dado que a terapia Reiki não é compatível com o ensinamento cristão nem a evidência científica, não seria apropriado para as instituições católicas, como centros de saúde e casas de retiro, ou para as pessoas que representam à Igreja, como os capelães, promover ou apoiar a terapia Reiki”, assinalam.
Fonte: ACI
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Lembrando...
Nova Era pretende ser resposta religiosa de sociedade consumista, adverte Bispo
08.04.2008 - BUENOS AIRES - Dom Juan Rubén Martinez, Bispo de Posadas (Argentina), advertiu que em uma sociedade cada vez mais consumista como a atual, o "New Age" ou Nova Era pretende erigir-se como resposta religiosa "progressista".
Recordando a definição do Cardeal belga Godfried Danneels, o Prelado destacou que o "New Age é uma nebulosa que contém esoterismo e ocultismo, pensamento mítico e mágico em relação aos segredos da vida e um pingo de cristianismo, tudo mexido com idéias que procedem da astro-física".
Esta tendência também se confirma quando inclusive em livrarias católicas aparecem mais freqüentemente livros de new age ou de auto-ajuda que não solucionam o vazio interior do homem. "Certamente certa prosperidade desta literatura se dá porque a maioria da gente que procura propostas exitistas (ou mercantis), vive com insatisfação", disse.
"Devemos sublinhar que a proposta do Jesus Cristo é diferente. Suas palavras nos oferecem ajuda para a vida. Mas Ele não ensina que devemos tirar proveito da vida, senão justamente o contrário, que o fundamental é que nos comprometamos com a vida", explica Dom Martínez.
Seguidamente comentou que face às raízes católicas do povo argentino, "devemos estar advertidos que dos grandes meios de comunicação, programas educativos e de saúde; movidos por organismos internacionais e financeiros se busca expor uma visão antropológica materialista e individualista, em ordem a que o homem contemporâneo se trasforme somente em ‘um ser para consumir’ próprio de uma época fortemente capitalista".
"O insólito em geral é a habilidade mediática de apresentar-se como uma proposta ‘progressista’, ligada a supostas defesas dos direitos humanos, quando em realidade procuram escavar bases fundamentais da dignidade humana como o direito à vida, ao trabalho, a família ou a justiça", adiciona.
Do mesmo modo, o Prelado argentino considerou chamativo que "esta tentativa de mudar a matriz cultural e religiosa de nossa gente com aparência de ‘progressismo’, está sustentada por um poder econômico que sempre é capitalista, ‘selvagem’ para os pobres e ‘benévolo’ para um setor que concentra poder e riquezas".
"Em realidade a falta de formação cristã, sobre o sentido do sofrimento humano, o significado do mistério Pascal, a morte e ressurreição de Jesus Cristo e a falta de um encontro com sua Pessoa, leva-nos a que muitos cristãos bem intencionados mas sem discernimento fiquem confundidos diante das múltiplas mensagens que são como uma espécie de ‘salada religiosa’", disse.
Fonte: ACI