23.03.2009 - Com experiência no falar desastrosamente, São Pedro Apóstolo tem autoridade para ensinar: “Aquele que ama a vida e deseja ver dias felizes, guarde a sua língua do mal e os seus lábios de proferir mentiras” (1Pd 3,10).
Quanta violência, crimes separação conjugal, de amigos, perda de emprego, desordem, fracassos, doenças e guerras por falta de freio na língua.
Se usar a língua para amaldiçoar, difamar, caluniar, blasfemar, mentir e falar negativamente, torna-se catastrófico o mundo inteiro.
Uma das piores desgraças do ser humano e ser falastrão e uma das maiores virtudes e falar pouco e o pouco que fala é com sabedoria. Uma língua sem freio leva a alma e corpo para perdição.
Existe muita gente que não tem amigos, amor e sucesso porque fala demais. E sobra como castigo a angústia e a solidão doentia.
NÃO DIGAS TUDO
Não digas tudo o que sabes,
Não faças tudo o que podes,
Não acredites em tudo o que ouves,
Não gastes tudo o que tens...
PORQUE:
Quem diz tudo o que sabe,
Quem faz tudo o que pode,
Quem acredita em tudo o que ouve,
Quem gasta tudo o que tem...
MUITAS VEZES:
Diz o que não convém,
Faz o que não deve,
Julga o que não vê,
Gasta o que não pode.
(Provérbio Árabe)
O grande ícone da literatura espanhola, o novelista Miguel de Cervantes (1547 – 1616), disse: “Três coisas em demasia e três coisas em falta são perniciosas aos homens: falar muito e saber pouco; gastar muito e possuir pouco; se estimar muito e valer pouco”.
OS DITADOS FALAM POR SI SÓ
“Peixe morre pela boca”.
“Quem fala muito dá bom dia a cavalo”.
“Caveira quem te matou? Foi à língua”.
“Uma pessoa bonita e inteligente que fala pelos cotovelos torna-se horrorosa, boçal e solitária”.
PARA UMA PROFUNDA MEDITAÇÃO
“A morte e a vida estão em poder da língua” (Pr 18,21).
“Se alguém pensa ser religioso, mas não refreia a sua língua, antes se engana a si mesmo, saiba que a sua religião é vã” (Tg 1, 26).
O sábio ensinamento para frear a língua é a pedagogia do silêncio.
O Alimento dos monges é o silêncio e a meditação. Nos mosteiros e conventos aprendemos amar e praticar a sadia solidão companheira. A pedagogia do silêncio monástico é o tesouro espiritual da alma. Aqui se faz ouvir a voz interior, esta só para sentir-nos intimamente conectados com o céu, fechar os ouvidos para escutar e auscultar o bom Deus que faz em nós Sua habilitação eterna.
Para quem tem o vício de falar muito, se faz necessária uma profunda experiência de um encontro com Deus no silêncio e no progresso da meditação.
O caminho é fazer retiros espirituais, principalmente nos mosteiros, e se alimentar de literaturas monásticas.
No silêncio tudo se encontra.
O grande patriarca dos monges do Ocidente São Bento nos ensina: “Não gostar de falar muito”.
Pe. Inácio José do Vale
Pároco da Paróquia São Paulo Apóstolo
Professor de História da Igreja
Faculdade de Teologia de Volta Redonda
E-mail: [email protected]