21.03.2009 - Pelo menos 43% dos católicos franceses esperam que o Papa Bento XVI renuncie, ou se aposente, contra 54% que não desejam que isso aconteça (3% não se pronunciaram), de acordo com uma pesquisa Ifop que será publicada no domingo, no Journal du Dimanche.
A proporção de católicos franceses que desejam a saída de Bento XVI chega a 47% entre os não-praticantes, mas cai para 31% entre os católicos praticantes.
Interrogados sobre se a Igreja Católica deve "modificar seu discurso e suas posições para levar em conta as mudanças que se apresentaram na sociedade e nos costumes", uma ampla maioria dos católicos franceses estima que "sim", sobretudo, no que diz respeito aos métodos anticoncepcionais.
Segundo a pesquisa, 85% desejam que a Igreja modifique sua posição sobre a contracepção (75% entre os católicos praticantes); 83% esperam que faça o mesmo sobre o aborto; 77%, sobre o casamento entre divorciados; e 69%, sobre a homossexualidade.
Por último, 49% dos católicos franceses consideram que o Sumo Pontífice não defende "muito bem" os valores do catolicismo (22%, "bem"; 28%, "nem bem, nem mal"; e 1% não se pronunciou)
Fonte: Terra notícias
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Lembrando...
Metade dos católicos do mundo está nas Américas, principalmente no Brasil
05.05.2007 - Metade dos mais de 1 bilhão de católicos do mundo vive em países do continente americano, a maioria deles no Brasil, destino escolhido pelo Papa Bento XVI para sua primeira visita à região, que começará em 9 de maio.
Se forem considerados os 63 milhões de católicos que, segundo o Pew Hispanic Center, moram nos Estados Unidos - dos quais quase um terço é de hispânicos - e os 12 milhões que se declaram desta religião no Canadá, fica mais claro o predomínio latino-americano.
A influência da Igreja Católica na América Latina é observada no ensino, com escolas de ensino fundamental a universitário, e no controle dos veículos de comunicação, apesar do recente crescimento de evangélicos e outras doutrinas.
Suas relações com o poder político variam da cordialidade a conflitos sobre aborto e educação sexual, e às vezes desenvolvem-se em meio a escândalos de denúncias de pedofilia e outros abusos contra membros do clero.
Segundo o Censo do IBGE de 2000, 73,8% dos brasileiros são católicos (antes eram 169,5 milhões e agora são cerca de 187 milhões), 15,4% evangélicos, 1,3% espíritas e 0,3% praticantes de umbanda e candomblé, enquanto 7,4% se declararam sem religião.
Há sete anos, os católicos ainda eram maioria no Brasil - berço da Teologia da Libertação combatida pelo atual Papa quando liderava a Congregação para a Doutrina da Fé -, mas o Censo mostrou uma notável redução desde 1991, quando representavam 83,8%.
Um relatório divulgado esta semana pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) indica que o Brasil ainda é o país com mais católicos do mundo, mantendo o percentual de 73,79% até 2003.
Em números absolutos, a população católica era de 129,76 milhões em 2003, frente a 125,53 milhões em 2000, e agora poderia ser de 139,24 milhões.
O México, Estado laico, é o país de língua espanhola com mais católicos, com 90% dos mexicanos (mais de 106 milhões de habitantes) declarando pertencer a esta religião em 2006.
Em 1992, as autoridades mexicanas modificaram a Constituição para reconhecer as igrejas e o direito dos sacerdotes ao voto, rompendo um estigma vigente há 125 anos, desde a época de Benito Juárez.
O México, onde a cada dia 12 de dezembro os fiéis vão às ruas homenagear a Virgem de Guadalupe, possui 30 santos, o último canonizado em 2006.
A Igreja Católica viu-se envolvida em escândalos no país, como o do sacerdote mexicano Marcial Maciel, fundador do grupo Legionários de Cristo, punido pelo Vaticano no ano passado por denúncias de que teria abusado sexualmente de seminaristas por décadas.
Na Argentina, existem 2.500 cultos religiosos reconhecidos pelo Estado, mas estima-se que 90% dos 36,22 milhões de habitantes sejam católicos.
Desde que Néstor Kirchner assumiu a Presidência do país, em maio de 2003, houve várias polêmicas com a hierarquia católica, e o chefe de Estado denunciou setores da Igreja que teriam sido cúmplices da repressão ilegal exercida pela última ditadura militar (1976-1983).
Já na Venezuela, 95% dos cidadãos são católicos (em torno de 23,7 milhões, pelo censo de 1999), segundo a Conferência Episcopal do país.
Porém, os evangélicos ganham força, e o reitor da Universidade Católica Andrés Bello, o jesuíta Luis Ugalde, lamenta que apenas 3% dos católicos vão à missa.
As relações entre o Governo venezuelano e a Igreja estão em uma "tensa calma", mas recentemente houve uma troca de declarações por causa da "lei seca" decretada na Semana Santa. Chávez considerou uma "vergonha" que o arcebispo de Caracas, Jorge Urosa, pedisse que a medida fosse flexibilizada, para não afetar o comércio local.
No Chile, segundo o censo de 2002, 70% dos 16,2 milhões de habitantes são católicos (em 1992, eram 76,7%).
A Igreja Católica chilena teve uma relação conflituosa com os Governos dos socialistas Ricardo Lagos (2000-2006) e Michelle Bachelet, que adotaram políticas sociais e de saúde pública que incomodaram a alta hierarquia.
A aprovação da lei de divórcio (2004) e a distribuição gratuita da pílula do dia seguinte às mulheres que solicitassem foram os objetos das principais polêmicas.
O presidente dos bispos do Chile, Alejandro Goic, é um prelado progressista que defendeu os direitos humanos durante a ditadura de Augusto Pinochet.
No entanto, dois cardeais chilenos são conservadores: o arcebispo de Santiago e presidente do Conselho Episcopal Latino-americano (Celam), Francisco Javier Errázuriz Ossa, e o emérito Jorge Medina.
No Equador, 95% dos 13,5 milhões de habitantes são católicos, segundo fontes eclesiásticas. Apesar destes dados, pesquisas realizadas nos últimos anos indicam que apenas 80% dos equatorianos seriam católicos, enquanto os evangélicos já seriam 15%.
Praticamente todos os grupos indígenas, no litoral, na serra e na Amazônia, apesar de serem católicos declarados em sua maioria, praticam rituais sincréticos de religiões pré-hispânicas.
A "Rádio Católica", do Conselho Episcopal Latino-americano (Celam), é a que alcança a maior parte do território equatoriano.
Outra emissora dirigida por jesuítas, o "Instituto Radiofónico Fe y Alegría", oferece um amplo serviço educativo.
No âmbito da educação, a Igreja Católica está fortemente representada nos ensinos fundamental e médio, e a Pontifícia Universidade Católica do Equador (PUCE) é a maior entre as particulares.
O presidente equatoriano, Rafael Correa, disse que sua ideologia é "cristã, humanista e de esquerda", com base na doutrina social da Igreja e na Teologia da Libertação.
O chefe de Estado uruguaio, o socialista Tabaré Vázquez, primeiro governante de esquerda na história de um país considerado o mais laico da América Latina, tem uma ligação próxima com a Igreja e um filho que é padre e mora na Venezuela.
No Paraguai, onde o Vice-ministério de Culto confirmou que existem 351 religiões e seitas registradas, 90% da população de 5,6 milhões são católicos, segundo a Celam.
Enquanto isso, os católicos representam 86% dos 3,1 milhões de habitantes do Panamá, segundo uma pesquisa recente.
No site da Assembléia Legislativa de El Salvador, indica-se que 75% dos cidadãos são católicos, mas um estudo de 2003 da Universidade Tecnológica afirma que este número seria de 57,1%.
Atualmente, as relações entre o Governo salvadorenho e a Igreja são amigáveis. Com a chegada de Fernando Sáenz Lacalle ao arcebispado de San Salvador, diminuíram as divergências que começaram na guerra civil (1980-1992), com o assassinato de muitos religiosos.
Em Honduras, mais de 80% são católicos, embora nos últimos 30 anos tenham surgido dezenas de igrejas evangélicas, segundo diversas fontes.
As poucas divergências entre a Igreja Católica e o Governo são por causa de métodos contraceptivos de planejamento familiar e da distribuição em massa de preservativos para prevenção da aids.
A Guatemala possui 64% de católicos, segundo o censo de 2004, e a Igreja Católica do país influencia bastante as decisões do Estado. O cardeal Rodolfo Quezada é constantemente convocado para mediar problemas políticos entre grupos sociais ou associações e o Governo.
Na Nicarágua, o percentual de católicos na população, que eram mais de 5 milhões em 2005, caiu de 72,9% para 58% entre 1995 e o atual ano, segundo o 8º censo oficial.
A religião que ganhou mais adeptos neste período foi a evangélica, passando de 15,1% para 22%.
A Costa Rica não tem um número oficial de católicos, mas estudos dizem que entre 65% e 70% professariam esta fé, apesar de acrescentarem que a religião tem perdido adeptos.
Na República Dominicana, embora o número de católicos não conste no último censo (2002), ONGs indicam que o percentual seria menor que 70% da população de 8,5 milhões.
Porto Rico, Estado livre associado aos Estados Unidos, possui 80% de católicos, apesar do crescimento de igrejas evangélicas que entraram na ilha durante a primeira metade do século XX, patrocinadas por Washington para introduzir a língua inglesa.
Fonte: UOL notícias