O império do homem, o aborto e a excomunhão


16.03.2009 - Por Rodrigo Maximo de Andrade

Lamentável a decisão familiar favorável ao aborto da menina pernambucana de nove anos e grávida do padrasto. A decisão de realizar o duplo aborto (gêmeos) é de extrema gravidade. Foi, nesse caso, cometido o crime de duplo homicídio. As crianças assassinadas não tiveram a menor chance de defesa.
A menina foi violentada pelo padrasto. Foi um ato insano e monstruoso!. Segundo a imprensa, o elemento foi preso e confessou ter estuprado também a irmã da vítima de quatorze anos. Este homem está condenado para sempre por essas barbaridades. Como conseqüência do crime, a menina de nove anos ficou grávida de gêmeos. É evidente que é uma situação muito complicada uma menina grávida com essa idade. Contudo, a grande questão é: o que deve ser feito?
A lei brasileira prevê que em casos de estrupo ou perigo de morte da gestante, a gravidez pode ser interrompida. A Lei de Deus e o direito canônico, sustentáculos da igreja, não prevêem o aborto em nenhuma hipótese. Existe, evidentemente, um conflito entre as duas leis. Qual delas estaria correta? Para responder a essa pergunta deve-se mergulhar na história e refletir.
Devemos partir da premissa que a Verdade é imutável. Esse é o cerne de Deus. As Leis divinas não mudam e não evoluem. Esse conceito é a grande chave para entendermos a lógica de Deus e, por extensão, a Fé. A alma do homem, criatura de Deus por excelência, também é imutável. Todas as virtudes e defeitos do homem são os mesmos hoje, ontem e amanhã. É essa imutabilidade que sustenta as Leis dos profetas e a sagrada Tradição da igreja. Deus não evolui e a igreja idem. É também pela imutabilidade de Deus que podemos ter a certeza de sua assistência divina e (se seguirmos fielmente as Escrituras e a Tradição) nossa salvação. Deus não muda, não evolui, não aprende coisas novas e nem de “adapta” a modernidade. Ele é sabedoria plena, perfeita e eterna.
Lendo as Escrituras sob a luz da Tradição, não se verifica a mínima incoerência. Absolutamente nada! As Escrituras são absurdamente coerentes entre si e imutáveis no tempo. Nenhuma obra humana é absolutamente coerente o tempo todo. As Escrituras são eternas, pois dizem as mesmas Verdades hoje, ontem e sempre. É pela imutabilidade das Escrituras e da Tradição que conhecemos a Verdade, isto é Deus. Comparando a Lei divina com a lei do homem, verificamos que a última é relativista, mutável e cheia de jurisprudências e exceções. Quantas constituições, por exemplo, o Brasil já teve ao longo de sua história? Quantas leis e códigos foram modificados e adaptados? Trocando em miúdos: ir pela Lei de Deus é pisar em rocha firme e eterna. Ir pela leis do homem é pisar em areia movediça. A lei do homem deve-se se situar abaixo da Lei de Deus. Nenhuma lei humana deve ser superior a Lei divina. As leis do homem são volúveis como um veleiro sem timão e de vela fixa. A Lei de Deus é o sustentáculo da Verdade e segui-la nos dá a certeza de recebermos a coisa mais importante de nossas vidas, isto é, a assistência divina.

Demonstrei, nos parágrafos acima, a imutabilidade e superioridade da Lei de Deus (imutável) sobre as dos homens (relativista). Agora, vou tratar mais especificamente do caso da menina pernambucana. O fato é que essa menina foi violentada pelo padrasto e engravidou de gêmeos. Seria um caso para o aborto? Não! Pois para Deus, não existem casos para a aberração do aborto. Em nenhuma hipótese! Não importa nenhuma lei humana ou declarações do ministro da saúde (conhecido abortista) ou do presidente da república. O ministro da saúde, dr. Temporão, brada aos quatro cantos da pátria que o caso é amparado pela lei e que o aborto foi correto. Infelizmente, sua excelência se cala diante dos inúmeros casos diários de aborto que não são amparados pela lei brasileira e, portanto, são crimes. Ministro Temporão usa de dois pesos e duas medidas, portanto é um relativista e incoerente. Sua opinião é inválida e não merece confiança. A imprensa tem colocado diariamente artigos e reportagens de “intelectuais”, feministas e diversos abortistas enaltecendo a lei e dizendo que tudo foi executado na legalidade1. Todavia, nenhum deles se pronunciam quando os abortos são feitos na ilegalidade. Temos que entender que essa trupe não é movida pelo civismo e defesa intransigente da legalidade. Eles são oportunistas. Defendem a lei, pois existem exceções que permitem o aborto. Se a lei brasileira não contemplasse o aborto em nenhuma hipótese, ministro Temporão e sua trupe atacariam a lei. Não se iludam! Dizem, os abortistas, que a menina não teria (por sua idade) condições de gestar filhos. Isso é falso, pois a imprensa noticiou que existe outra menina gaúcha grávida aos onze anos que recentemente deu a luz e o parto aconteceu dentro da normalidade. Ela, inclusive, também foi violentada pelo padrasto. De família católica, a igreja ofereceu toda a assistência a menina e a família recusou os conselhos de ONGs feministas para fazer o aborto. Se o médico da menina pernambucana (profissional que teve a proeza de ser excomungado já duas vezes) tivesse honrado seu juramento de salvar vidas, poderíamos ter salvo a vida da menina e de seus filhos gêmeos. Porém, nesse caso, houve a macabra opção do aborto.

O arcebispo de Olinda e Recife, D. José Cardoso Sobrinho, ofereceu à família da menina pernambucana toda a assistência espiritual e, inclusive, material, para salvar a vida dos gêmeos e da menina. Segundo a imprensa, a mãe da menina, sufocada pela opinião do médico e das ONGs abortistas, optou pelo aborto dos netos. D. Cardoso está sendo achincalhado pela imprensa. Esse homem temente a Deus e a Lei, não restando mais nada a fazer, excomungou latae sententiae a mãe da menina, os médicos, os diabólicos conselheiros das ONGs abortistas e todos os profissionais envolvidos na execução do aborto. D. Cardoso usou vigorosamente a Lei de Deus e o direito canônico para proferir a sentença. Mesmos que os pares de D. Cardoso na CNBB tenham convocado a imprensa, “interpretando” colegiadamente a sentença de excomunhão e tentado “humanizar” a situação dizendo “não ser bem assim”, o fato é que a sentença não foi revogada. D. Cardoso deve obediência única e exclusiva ao papa e não aos seus pares. Roma apóia integralmente as excomunhões e o arcebispo de Olinda e Recife. D. Cardoso caminha entre as pedradas dos homens. Chamado de homem medieval, de biruta e outros adjetivos do gênero, ele resiste bravamente.
Em nossos dias, o império do homem se sobrepõe a Deus. O relativismo e o endeusamento do homem é um dogma moderno atual. Ai de quem criticar esse império! Figuras como D. Cardoso são incompreendidas e apedrejadas atualmente. Deus e sua igreja são taxados de retrógrados. Mas “Aquele que É” não pode ser retrógrado ou medieval, pois Ele não tem princípio nem meio e ou fim. Com certeza, as pessoas que criticam D. Cardoso, apesar de se considerarem tão “inteligentes” e “formadores de opinião”, não possuem a mínima sapiência para entender os dogmas da igreja e sua imutabilidade. A igreja não muda, pois Deus não muda. Ela jamais vai aceitar o aborto, o divórcio, a camisinha, o sexo livre e outras aberrações do gênero. D. Cardoso teve a coragem e a firmeza de ir contra o homem e a favor da Verdade. Aborto jamais e em nenhuma hipótese!

1 Lamento profundamente que a imprensa que se diz tão “democrática”, não forneça o mesmo espaço para o contraditório, isto é, os defensores da vida.

obs> Lembro que nos mesmos dias em que os médicos assassinos mataram as duas crianças, no Peru nasceu o filhinho de uma menina de 9 anos, também ela estuprada. Nasceu normalmente, com peso normal. Portanto mentem para matar os que atacam a vida, e o caminho de quem mata a vida é a morte.

Todo aquele que sustentar a tese do aborto até o final da existência, e não se arrepender dos crimes que cometeu, angaria para si o direito à morte eterna, esta a pior das mortes. Melhor fora aceitar a excomunhão terrena como forma de repensar sua conduta, do que receber a excomunhão do Céu. A primeira é pena temporal e pode ter remissão na Confissão e no arrependimento, a segunda é definitiva, do inferno não se volta. Ou seja: ABORTO NUNCA!

Fonte: www.recados.aarao.nom.br


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