Artigo adicionado ao www.rainhamaria.com.br em 25.02.2009 -
Aqui em Piracicaba SP há, no bairro da Paulicéia, nós encontramos a Igreja Matriz da paróquia do Imaculado Coração de Maria.
O edifício da matriz é imponente e simples, conforme a foto. De muitos bairros e de distâncias consideráveis é possível avistar a matriz – graças ao relevo muito irregular de Piracicaba. A matriz se destaca, apontando para o céu.
Muitas igrejas em Piracicaba, as mais antigas, possuem um interior belíssimo, com destaque para a Igreja “dos Frades”, toda revestida com afrescos.
Elas eram construídas num tempo em que a atenção das pessoas, durante o oficio religioso, deveria estar voltada para cima, por isso as pontas das torres possuem uma agudeza evidente.
Todas elas resplandecem o ideal máximo da religiosidade: ir ao encontro de Deus!
Hoje, esse ideal parece ter se perdido por completo. As novas construções não inspiram tal atitude, não suportam que se olhe para cima ou se admire a beleza de um afresco ou das imagens.
Vejam essas imagens das igrejas piracicabanas (da diocese) construídas um pouco antes de 1965:
Agora os prédios construídos depois desse período:
Há algumas exceções, mas a regra é a observada acima. É por isso que os piracicabanos mais velhos falam em “igreja antiga” e “igreja nova”.
O que está acontecendo com as nossas edificações? Elas só podem refletir a nossa fé!
Antes, a direção era o céu; hoje, precisamos apenas de barracões para aglomerar o maior número de pessoas para a reunião semanal.
A beleza deu lugar ao feio, vulgar e profano. Em algumas igrejas você não sabe se entrou na Igreja Católica ou num centro comunitário. Isso é lamentável e não é privilégio só de Piracicaba, mas do mundo inteiro.
Alguns arquitetos de igreja embarcaram na onda do “quanto menos melhor” e do “todo mundo precisa entrar”. As novas construções são projetadas não com a finalidade religiosa, mas sim de abrigar o maior número de pessoas possível. Daí o templo se perde e os salões reinam. E com isso a nova teologia, tão condenável, que afirma que a missa nada mais é que uma ceia festiva consegue se enraizar ainda mais nos corações dos leigos.
Nossas paredes estão desnudas! Não há mosaicos, pinturas, ícones, vitrais, imagens, nada! Até mesmo no altar não há nada além de uma mesa, uma cadeira para o “presidente da assembléia” e uma cruz – afinal, somos cristãos!
Há uma enorme diferença em participar de uma missa numa Igreja e num barracão. Seus pensamentos são outros, sua mente se eleva a outros lugares.
Se a arquitetura religiosa católica não tem qualquer efeito sobre as pessoas, como pensam os novos arquitetos dos barracões, então por que a Igreja gastou tanto tempo projetando belíssimas construções, quer em basílicas ou pequenas capelas? A construção importa e muito. Eu diria que hoje ela é ainda mais importante!
Numa sociedade secularizada, é importante que a Igreja se destaque, não apenas no âmbito moral, mas também no campo visual. A matriz que desponta na paisagem nos lembra que a Igreja estará sempre lá, apontando para o destino último de todos nós: Deus!
E a construção de Igrejas belas não pode ser impedida apenas pela vã desculpa do melhor aproveitamento do dinheiro. De fato as igrejas modernas custam menos (bem menos) que as Igrejas antigas, com todos os seus detalhes e acabamentos. Mas a economia financeira custa caro para as almas!
Fonte: juliemaria.wordpress.com