02.02.2009 - Os ateus italianos poderão, finalmente, fazer campanha nos ônibus de Gênova (norte), depois de mudarem o slogan que motivou a proibição dessa recente iniciativa publicitária, disse um dos promotores, nesta sexta-feira.
A empresa que administra as campanhas publicitárias nos ônibus de Gênova aceitou o lema “a boa nova é que há milhões de ateus na Itália. A notícia melhor ainda é que acreditam na liberdade de expressão”, afirmou o secretário nacional da União de Ateus e Agnósticos Racionalistas (UAAR), Raffaele Carcano.
O slogan escolhido inicialmente - “A má notícia é que Deus não existe. A boa é que não se precisa dele” - foi proibido em janeiro, após ser considerado “uma provocação” pela Igreja italiana.
A mensagem causou tanta polêmica que a empresa de transporte rejeitou a campanha.
“A Igreja não quer aceitar que, na Itália, existam muitos ateus”, alfinetou Carcano, que lançará a mesma campanha em outras cidades italianas.
Os ateus britânicos, assim como os espanhóis, lançaram campanhas similares em janeiro. Nos ônibus londrinos, a propaganda dizia: “Deus provavelmente não existe. Pare de se preocupar e aproveite a vida”.
Fonte:AFP
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Lembrando...
Propaganda contra Deus nos ônibus urbanos: «uma ofensa contra os crentes»
23.01.2009 - Afirmam os bispos espanhóis
MADRI.- Os bispos espanhóis divulgaram hoje uma nota na qual afirmam que a propaganda sobre a inexistência de Deus nos ônibus urbanos públicos de Madri «lesa» o direito à liberdade religiosa e é uma «ofensa» contra os crentes.
Criticam assim oficialmente a iniciativa de colocar nos ônibus urbanos de Madri, como se fez em outras cidades européias, o slogan «Deus provavelmente não existe. Deixe de se preocupar e curta a vida».
Os prelados insistem em que «a liberdade de expressão é um direito fundamental» que deve «ser exercido por meios lícitos», mas argumentam que «os espaços públicos que devem ser utilizados de modo obrigatório pelos cidadãos não devem ser empregados para divulgar mensagens que ofendem as convicções religiosas de muitos deles».
«Insinuar que Deus provavelmente seja uma invenção dos crentes e afirmar também que não lhes deixa viver em paz nem desfrutar a vida é objetivamente uma blasfêmia e uma ofensa aos que crêem», afirma a nota.
Esta iniciativa «lesa o direito ao exercício livre da religião, que deve ser possível sem que ninguém se veja necessariamente menosprezado ou atacado», acrescentam os bispos.
Contudo, afirmam que os católicos «respeitarão o direito de todos de expressar-se e estarão dispostos a atuar, com serenidade e mansidão frente às injúrias, e com fortaleza e valentia no amor e na defesa da verdade».
A nota pede que as autoridades «velem pelo exercício pleno do direito de liberdade religiosa», compaginando-o com a liberdade de expressão, e propõem que se adotem alternativas como as levadas a cabo em Milão, Roma e Zaragoza.
Nestas cidades não se permitiu o uso de espaços publicitários públicos para a campanha.
Fonte: www.zenit.org