01.02.2009 - Montluçon (França), 2025. A última pedra foi depositada. Em breve a nova casa de detenção vai receber seus primeiros "inquilinos", exclusivamente de 60 anos ou mais. O pessoal penitenciário recebeu uma formação específica. A criminalidade das pessoas idosas não é mais um mito.
Desde 2020, 20% dos franceses têm mais de 65 anos e 9% mais de 75 anos, enquanto sua proporção era respectivamente de 16% e 8% em 2005. Primeiro as pessoas idosas se tornaram o principal alvo dos criminosos. Mais acostumadas às novas tecnologias que as gerações precedentes, elas têm uma série de equipamentos, sistemas de segurança, terminais móveis, telas interativas e outros braceletes de controle médico.
Mas essas tecnologias também as isolaram aos poucos. Os apartamentos securizados se desenvolveram. Paralelamente, muitos desses idosos conheceram a precariedade e hoje sofrem com aposentadorias insuficientes. Daí uma explosão da criminalidade "grisalha" nos golpes financeiros, furtos ou mesmo homicídios.
Paris, 2025. O Louvre é alvo de um ataque terrorista. É o terceiro alerta em um mês que visa um centro cultural. Desta vez, ainda, os terroristas levantam a ameaça de uma "bomba suja", bem conhecida desde a Primeira Guerra Mundial sob o nome de gás mostarda. Enquanto o risco nuclear ou químico neurotóxico moderno parece contido, o ligado à fabricação de agentes ou de venenos simples, cada vez mais acessíveis, aumentou consideravelmente. Assim, a toxina botulínica, utilizada há muito tempo em cirurgia estética, preocupa as autoridades: essa proteína é 40 milhões de vezes mais potente que o cianureto.
O secretário de polícia está nervoso, pois além disso ele tem de administrar as consequências de um tráfico crescente de metais leves. Entre elas, o desaparecimento de placas de sinalização! E, para culminar, ele tem cada vez mais dificuldade para coordenar as ações da polícia em ligação com o setor privado. A capacidade do estado, notadamente dos delegados durante a gestão de crises, para requisitar meios oriundos do setor privado torna-se um obstáculo.
Fort-de-France, 2025. As Antilhas conhecem um período de grande tumulto. Já consideradas uma zona de insegurança importante devido ao crescente tráfico de droga originário da América do Sul, os departamentos franceses de ultramar devem enfrentar um afluxo sem precedentes de estrangeiros, a nova geração dos "migrantes climáticos". As mudanças ocorridas no clima nos últimos anos já levaram, segundo uma avaliação de um instituto de pesquisas ligado à ONU, 50 milhões de refugiados climáticos a se deslocar.
Sobrecarregada, a polícia de fronteiras não tenta mais controlar os documentos desses clandestinos. O passaporte desapareceu. A França, assim como os outros países europeus, utiliza identificadores médicos registrados em bases de dados comuns.
Ficção científica? Nada disso. Esses cenários são todos tirados de um documento da delegação para a perspectiva e a estratégia pilotada por Guillaume Schlumberger, um novo departamento criado no Ministério do Interior por Michèle Alliot-Marie em 2008.
Sob o título "Contexto estratégico da segurança interna até 2025", o texto estuda as "tendências fortes ou emergentes" em termos de segurança. Elas estão reunidas sob três grandes capítulos: globalização, novas tecnologias, fragilidades da sociedade francesa. Entregue em setembro de 2008 à ministra, ele é desde então objeto de uma declinação, tema por tema.
Assim, um estudo sobre "o envelhecimento da população e as necessidades da segurança interna" deverá ser apresentado em fevereiro. Sobre esse assunto, a delegação se baseia em tendências observadas no Japão, onde 11% dos crimes cometidos em 2005 o foram por maiores de 60 anos, mas também na Alemanha, onde já existe uma prisão só para pessoas a partir de... 62 anos.
Trinta dessas "tendências" foram revistas depois da importação crescente de conflitos, devido ao desenvolvimento de diásporas, passando pelas consequências ligadas à expansão das novas tecnologias. Assim, os "tijolos tecnológicos" - geolocalização, videovigilância, biometria - utilizados pela polícia tem seus reveses. Os novos chips RFID (identificação por radiofrequência) representam, nota a delegação, "um setor prospectivo para a cibercriminalidade". Eles contêm dados individuais, "pirateáveis" sem autorização explícita e à distância, ao contrário dos chips atuais, como os dos cartões de crédito.
Europa e EUA e o "Pearl Harbour informático"
Estamos em 2020. A UE integrou a Croácia, mas também os países dos Bálcãs e a Turquia. Mas esta última, lembra a delegação à prospectiva do Ministério do Interior, já possui "uma das empresas criminosas mais estruturadas", a Maffya. Filão do tráfico de heroína, de seres humanos, de falsificações, principalmente de medicamentos, a Turquia poderia se tornar um ponto central da cibercriminalidade. E enquanto o cenário de um "Pearl Harbour informático" assombra os responsáveis pela segurança, a Europa, cada vez mais engajada em relação à Ucrânia, Moldávia e Geórgia, teme os hackers russos...
Fonte: UOL notícias
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Lembrando...
Abril 2009 - Está em curso uma revolução que já começou a transformar o cotidiano da humanidade
A evolução da humanidade não é uma linha contínua. Ela se dá em degraus. Cada novo lance produz os chamados saltos evolutivos. Foi assim na domesticação do fogo, no advento da energia elétrica e na invenção do computador. Cada uma a seu tempo, essas descobertas mudaram a forma de o indivíduo se relacionar com o planeta e tornaram a vida mais e mais viável. Pois agora, graças ao avanço tecnológico das telecomunicações, outro degrau está sendo vencido. É o que permite que cada pessoa possa ser encontrada, a qualquer momento, nos 510,3 milhões de quilômetros quadrados que compõem a superfície do globo terrestre. Sem sair de casa, uma família que more no Morumbi, em São Paulo, pode saber com margem de erro de apenas 10 metros a localização de um parente ou amigo que esteja em Turiaçu, no litoral do Maranhão, a 3.120 quilômetros da capital paulista. O indivíduo já não é mais uma partícula quase imperceptível entre os 6,6 bilhões de pessoas que povoam o planeta, mas um ponto em movimento em um mapa exposto na tela do celular ou do computador de alguém.
Tudo isso se tornou possível graças à conjugação de tecnologias de rastreamento, posicionamento e navegação, entre outras. Esse cruzamento trouxe o mundo da geotecnologia – como é conhecido o processamento de informações com base em referências geográficas – para o cotidiano dos cidadãos comuns. É ela que impulsiona um mercado em franca expansão: o dos serviços baseados em localização (LBS, na sigla em inglês). Seu principal componente é um instrumento surgido na década de 70, o GPS, que permite determinar a latitude, a longitude e a altitude de qualquer ponto na Terra. A partir dos anos 90, foram aperfeiçoados os mecanismos para encontrar alguém através do celular, pois os aparelhos estão em contato permanente com as antenas espalhadas pelas cidades. Basta cruzar os dados de três antenas para localizar um aparelho – e seu usuário. Desenvolvidas com funções totalmente distintas, essas tecnologias se uniram definitivamente. E, enriquecidas por ferramentas como mapas digitais, produziram um avanço espantoso. Diz Marcos Rodrigues, professor titular da Escola Politécnica da USP: "Estamos experimentando uma mudança brutal do jeito de viver. O indivíduo móvel, posicionado e se comunicando, é um outro ser, um outro bicho".
Entre os benefícios desse avanço tecnológico, a segurança é o mais imediato. Não é mero acaso o fascínio que vem despertando. Existem produtos e serviços para todos os segmentos e faixas etárias: crianças, adolescentes e adultos. Uma das novidades no mercado de localizáveis é um tênis com GPS embutido na sola. O calçado envia informações sobre a localização da pessoa para uma central de monitoramento a que a polícia pode recorrer, se for o caso. O produto será lançado em julho nos Estados Unidos, mas já despertou interesse tanto de consumidores preocupados com a proteção da família como de praticantes de esportes de aventura, que se embrenham por florestas, por exemplo. A expectativa do fabricante é vender 100 000 pares por ano.
A idéia de criar o calçado rastreável por satélite surgiu durante uma viagem de negócios do executivo Isaac Daniel a Nova York. Seu telefone tocou, e era uma ligação daquelas que os pais nunca estão preparados para receber, embora vivam assombrados pela idéia. Do outro lado da linha, o diretor da escola do filho de Daniel informava que o menino, então com 8 anos, havia desaparecido enquanto esperava o ônibus para casa. Tomado de pavor, o executivo pegou o primeiro vôo de volta para Atlanta, onde mora. Só ao desembarcar descobriu que tudo não passara de um mal-entendido. O menino havia ido ao banheiro sem avisar os professores e acabou se desencontrando, por um bom tempo, dos supervisores na saída da escola. "Aquele susto me fez pensar em como usar a tecnologia para encontrar pessoas desaparecidas", disse Daniel a VEJA. Foi assim que ele desenvolveu o tênis, que vai custar 325 dólares. "Há nos produtos com GPS um fator de proteção que encanta os consumidores", diz.
Se no caso do americano o fator de proteção passa pelos pés, para a maioria dos consumidores que aderem às tecnologias de localização a solução está na palma da mão. Como a webdesigner paulista Vânia Menezes, que descobriu as maravilhas de poder localizar a família pelo celular. Mãe de Ana Cláudia, de 15 anos, e Gustavo, de 10, Vânia assinou o serviço de uma das três operadoras que oferecem tal possibilidade. Com isso, seu celular exibe um mapa com a localização de qualquer telefone que tenha cadastrado em seu aparelho. E ela jura que isso não interfere em nada na liberdade que dá aos filhos. "É uma forma de garantir a minha tranqüilidade e de me sentir mais segura quando minha filha quer sair com os amigos", diz Vânia. Já o analista de sistemas carioca Paulo Rabello, de 46 anos, admite que passou a ter noites de sono mais tranqüilas depois que assinou um serviço de localização do celular do filho Pablo, de 15 anos. Pela internet, Rabello consegue acompanhar os passos do filho pelas ruas do Rio de Janeiro. Há quem não se incomode nem um pouco com o potencial de vigilância contido nessas inovações e até as encare como diversão. É o que acontece nos Estados Unidos, onde serviços de localização pela internet ou pelo celular, como Loopt e Buddy Beacon, fazem sucesso entre jovens e adolescentes. Esses serviços permitem ao assinante acompanhar os movimentos de uma pessoa que esteja cadastrada e possua um celular equipado com chip de GPS. Só é "monitorado" quem for convidado (e aceitar, claro) a compartilhar sua localização. Por isso, os aparelhos de pais e mães normalmente não são bem-vindos. Se nos sites de relacionamento da internet os participantes trocam idéias, nos serviços de rastreamento os usuários compartilham seus deslocamentos. É como se as comunidades virtuais do Orkut ganhassem pernas.
O avanço das tecnologias de comunicação sempre exerceu fascínio na humanidade. O cigano Melquíades, em Cem Anos de Solidão, de Gabriel García Márquez, explicava assim as virtudes do binóculo, que vendia como a grande invenção do momento na aldeia de Macondo: "A ciência eliminou as distâncias". Para comprovar, colocou uma cigana na entrada da aldeia para todos darem uma espiada no novo invento. Diante do espanto geral, Melquíades sentenciou: "Dentro em pouco o homem poderá ver o que acontece em qualquer lugar da Terra sem sair de casa". Escrito em 1967, o livro se referia ao surgimento da televisão. Passados mais de quarenta anos, a profecia do cigano chegou a um paroxismo. Isso é feito em tempo real e, graças à internet, com recursos muito mais modestos do que os necessários a uma cobertura ao vivo feita por uma emissora de TV. E não é só isso. O ser humano adquiriu a possibilidade de trabalhar e interagir em qualquer lugar onde esteja. Já há mais de uma década ninguém precisa do escritório para telefonar ou, mais recentemente, passar um e-mail. Isso é feito na calçada, com o celular. Se a tarefa for um pouco mais complicada, basta entrar em qualquer loja de uma grande rede de cafés, como a Starbucks, para ter acesso livre à internet. Ou, como já acontece em muitas cidades, dirigir-se a alguma área pública, como praças e jardins, onde haja cobertura da internet sem fio, a tecnologia wireless. De uma hora para outra as pessoas se viram livres das amarras de tempo e espaço. Para elas, o que a localização instantânea faz é criar uma espécie de endereço virtual estejam onde estiverem. Uma nova forma de localização no espaço.
Essa possibilidade foi potencializada recentemente pela invenção da web geográfica. É assim que se chama o dispositivo que permite aos usuários apontar no globo terrestre sua precisa localização, num determinado momento, ou os lugares por onde passou. E mais, disponibilizar isso para que outras pessoas vejam. É como mandar o seu álbum de viagem aos amigos pela internet para que eles localizem seu roteiro pelo planeta. "Isso é a neogeografia, a possibilidade de toda pessoa ser um geógrafo, de qualquer um cartografar a Terra", diz o engenheiro cartógrafo Emerson Granemann, editor do portal de informações InfoGPS. O uso dessa tecnologia por empresas, como as do setor imobiliário, tem vantagens evidentes. Por isso, os gigantes Google, Yahoo! e Microsoft travam uma luta para que seus programas de localização global, dos quais o Google Earth é o mais conhecido, caiam na preferência dos usuários. Outra frente dessa guerra se dá no mercado de navegadores – aparelhos portáteis ou acoplados a automóveis –, cujos fabricantes travam disputas bilionárias por fornecedores de mapas digitais. Numa investida radical nesse segmento, a Nokia desembolsou 8 bilhões de dólares no fim do ano passado para adquirir a Navteq, uma das líderes em desenvolvimento e fornecimento de mapas digitais. A aquisição resultou numa das maiores empresas do mundo em serviços LBS. Essa guerra, para os consumidores, se traduz em comodidade. Umnavegador por GPS no carro mudou a rotina do executivo paulistano Ronaldo Tesseha, de 47 anos. "Acabou aquele negócio de perder tempo no trânsito quando se erra uma bifurcação em São Paulo", diz.
O grande impulso para a febre de localização do indivíduo se deu graças a uma lei adotada nos Estados Unidos no fim dos anos 90. Ela obrigava as operadoras de telefonia móvel a situar geograficamente de onde partiam as chamadas feitas de celular para o serviço de emergência 911. A solução que se mostrou mais eficiente foi a incorporação de chips com GPS aos aparelhos. A partir daí, as operadoras descobriram um novo filão para um sistema que foi concebido originalmente para uso militar. O GPS surgiu durante a Guerra Fria, no fim dos anos 70, pelas mãos do Departamento de Defesa dos Estados Unidos. O sistema é formado por uma rede de 24 satélites que monitoram a superfície terrestre. Nas últimas décadas, surgiram novos sistemas de rastreamento global. O mais conhecido concorrente do GPS é o Glonass, desenvolvido pelos russos. Outros dois estão a caminho: o europeu Galileo e o chinês Compass. Quando todos estiverem operando, a vida na Terra estará sob a vigilância de uma rede de aproximadamente 100 satélites.
O mercado de localizáveis está apenas engatinhando, mas seus números já impressionam. O total de aparelhos móveis (na grande maioria celulares) equipados com GPS no mundo era de 175 milhões em 2007. Esse número tende a explodir. Serão 560 milhões de unidades daqui a quatro anos, pelos cálculos da Berg Insight, empresa especializada em pesquisas sobre a indústria de telecomunicações. A chave do sucesso para esse segmento está na convergência de mídias. Ou seja, soluções que combinam várias funções num mesmo aparelho. "Nesse campo, as inovações vêm acontecendo numa velocidade impressionante", diz Fernando Soares, diretor de engenharia de vendas da Nokia para a América Latina. Ele lembra que há apenas seis anos surgia o primeiro telefone celular equipado com câmera fotográfica. Hoje, já é considerado básico do básico o celular que, além de tirar fotos, toque arquivos de música, disponibilize joguinhos eletrônicos e grave vídeos. E não há limites para a imaginação quando se trata de inventar funções para o celular. A japonesa DoCoMo, por exemplo, desenvolveu um aparelho que monitora a freqüência cardíaca, mede a taxa de gordura corporal e calcula a distância percorrida pelo usuário em caminhadas ou corridas. É o celular da boa forma.
Esses avanços são proporcionais à procura. No caso dos serviços de localização, o apelo aumenta à medida que as cidades se tornam mais populosas. É mais fácil encontrar uma pessoa na solidão de uma geleira do Ártico do que nos espremidos centros urbanos. Tóquio, por exemplo, registrava uma média de 3.356 habitantes por quilômetro quadrado nos anos 40, proporção que praticamente dobrou nos dias atuais – 5.751. Em São Paulo, o inchaço foi ainda mais impressionante: no mesmo período, a média de habitantes por quilômetro quadrado passou de 656 para 7.175. Em um ambiente de vertiginosa aglomeração como esse, a individualidade se dilui. É aí que entram os sistemas de localização. Por isso mesmo o uso desse tipo de recurso deixou de ser uma idéia assustadora. Até bem pouco tempo atrás, esses mecanismos eram satanizados, representavam o controle sobre a vida dos cidadãos. Algo semelhante ao Big Brother (Grande Irmão) do livro 1984, de George Orwell.
Atribuir a essas tecnologias o fim da privacidade constitui um exagero e uma imprecisão. "As pessoas hoje podem se sentir incomodadas por alguém saber sua posição em um dado instante. Mas elas já são amplamente monitoradas por cartões de crédito e de débito, cartões de acesso a prédios e escolas, provedores, portais, sites", diz Marcos Rodrigues, da USP. "Sabe-se muito sobre as pessoas, mas elas não se dão conta ou não se preocupam com isso." Amados ou odiados, os sistemas de localização tendem a se popularizar e a incorporar outras inovações, disse a VEJA o futurólogo inglês Patrick Dixon. Uma de suas apostas é a combinação das atuais tecnologias com os sistemas de identificação por radiofreqüência (RFid, na sigla em inglês). São etiquetas especiais que podem ser fixadas em qualquer roupa ou objeto e emitem sinais captados por antenas. Trata-se da mesma ferramenta usada nas pistas livres dos pedágios, nas quais a cobrança é feita quando um dispositivo preso ao vidro do carro se comunica com uma antena, autorizando a cobrança. Dixon acredita que esse cruzamento de tecnologias vai resultar em serviços cada vez mais personalizados. "Em breve, isso vai possibilitar que uma pessoa, ao se aproximar de um shopping, receba pelo celular uma mensagem informando os descontos que terá em determinada loja", diz. Como se vê, essa revolução está apenas começando.
Fonte: Revista Veja - Edição 2055 - 9 de abril de 2008
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