23.01.2009 - Grupo usou medição de carbono para determinar origem de poluentes.
Equipe sugere modernização energética para eliminar o problema.
Uma equipe internacional de pesquisadores diz ter conseguido determinar a origem da terrível nuvem marrom de poluição que cobre vastas áreas da Ásia, em especial na Índia e na China, durante o inverno. O principal componente dessa forma de poluição -- de 50% a 90% da nuvem marrom -- é a queima de madeira e fezes animais, usada como fonte de energia pelas populações pobres da região.
O trabalho, coordenado por Örjan Gustafsson, da Universidade de Estocolmo (Suécia), está na edição desta semana da revista especializada americana "Science". Os pesquisadores usaram o carbono-14, forma do elemento químico normalmente empregada para datar matéria orgânica, como ferramenta para chegar à conclusão. É que o carbono-14 diminui progressivamente na matéria orgânica após sua formação, de forma que, 40 mil anos após a morte de um animal ou planta, por exemplo, quase não há mais proporções detectáveis dele.
Dessa forma, é fácil comparar o carbono oriundo da queima de petróleo ou carvão mineral -- oriundo de matéria orgânica que se transformou há milhões de anos -- com o carbono vindo de madeira ou fezes. Se a fuligem na nuvem ainda tem muito carbono-14, isso significa que ela é de origem recente, e foi o que os pesquisadores verificaram.
Os poluentes da nuvem marrom envolvem basicamente partículas de material orgânico queimado, que trazem sérios problemas respiratórios para a população asiática e ainda contribuem para o aquecimento global ao absorver luz solar. O lado bom é que a duração de seus efeitos na atmosfera é curta, o que sugere que fontes mais modernas e menos poluentes de energia, se instaladas na região, poderiam sanar o problema de forma relativamente rápida.
Fonte: G1
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Lembrando...
Poluição pode ser mais nociva que radiação nuclear
03.04.2007 - Respirar o ar poluído de grandes cidades como São Paulo e Londres pode ser mais perigoso para a saúde do que ser exposto a altos níveis de radiação, de acordo com uma pesquisa publicada nesta terça-feira na revista científica BMC Public Health.
O estudo concluiu que os sobreviventes do acidente na usina nuclear de Chernobyl, em 1986, e das bombas atômicas que atingiram Hiroshima e Nagasaki, em 1945, sofrem conseqüências parecidas ou até menores do que quem vive em áreas poluídas, fuma ou é obeso.
"A percepção comum é de que a exposição à radiação causa grandes riscos para a saúde pública. Este estudo mostra que a população exposta a doses significativas de radiação têm o mesmo risco de morte prematura que aqueles que comem demais ou são sujeitos a longos períodos de fumo passivo", diz o autor da pesquisa, Jim Smith.
"Todos nós enfrentamos esses riscos à saúde no nosso dia a dia", afirma ele.
Cigarro, obesidade e poluição
Estimativas sugerem que pessoas que fumaram a vida inteira podem morrer dez anos antes por causa do hábito, enquanto quem é severamente obeso aos 35 anos (com um Índice de Massa Corporal acima de 40) pode viver de quatro a dez anos a menos.
Já os sobreviventes das bombas atômicas do Japão que estavam num raio de 1,5 quilômetro do epicentro da explosão têm a expectativa de vida reduzida em 2,6 anos, em média, de acordo com a pesquisa.
O estudo revelou ainda que pessoas expostas à radiação em Chernobyl têm uma chance em 100 de contrair um câncer fatal ao longo da vida, o que representa uma alta no risco de mortalidade de 1%.
Já um não-fumante que vive com um parceiro que fuma tem 1,7% mais chance de morrer de uma doença cardíaca devido ao fumo passivo e alguém que deixa uma cidade pouco poluída para um grande centro aumenta seu risco de morte devido aos efeitos da poluição em 2,8%.
Chernobyl
O autor da pesquisa, Jim Smith, afirma ainda que as pessoas que optaram por viver na zona de exclusão ao redor de Chernobyl podem sofrer menos problemas de saúde do que se elas decidissem se mudar para uma cidade grande próxima, como Kiev, devido aos níveis de poluição.
Um relatório da Organização das Nações Unidas estima em 9 mil pessoas o número total de pessoas que morreram ou ainda morrerão por causa da exposição à radiação durante o acidente em Chernobyl, apesar de o Greenpeace acreditar que o número de mortes ligados ao desastre será próximo a 90 mil.
As bombas atômicas que atingiram as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki mataram mais de 200 mil pessoas devido a efeitos da explosão, queimaduras e doenças ligadas à radiação.
Fonte: Terra notícias