18.01.2009 - "O que se lê nos jornais ou se vê na televisão não corresponde à real situação que a população de Gaza enfrenta": foi o que disse Pe. Manuel Musallam, pároco da única igreja católica de Gaza, que narra uma "tragédia que tem de ser relatada a todos os homens de boa vontade" − sublinha.
O sacerdote afirma que "as crianças e os pais dormem nos corredores de suas casas ou no banheiro, para se protegerem das bombas. As pessoas tremem de medo a qualquer rumor, e se desesperam com o som dos bombardeios dos F-16" – diz ele.
Os alvos − sublinha Pe. Musallam − são as instituições do Hamas, mas "elas estão muito próximas das casas dos civis. Por isso, muitas casas foram destruídas e muitas crianças morreram".
"Nossas crianças estão chocadas, doentes e têm fome, sofrem de desnutrição, pobreza e febre" – conta o pároco.
"Os hospitais já não conseguem responder às situações de emergência e tentam, agora, atender a centenas de casos, muitas vezes tendo de operar nos corredores. Os doentes e os feridos mais graves são enviados para a fronteira com o Egito. Os que conseguem fugir, não voltam, porque morrem antes disso" – diz Pe. Musallam, narrando a situação de verdadeira "histeria" existente nos hospitais. Não há eletricidade, nem alimentos, mas apenas medo" – revela o sacerdote.
Pe. Musallam faz um apelo em favor da oração pela população de Gaza, pois considera que "a oração pode tocar o mundo; ela não conhece barreiras políticas ou sociais". "Na oração – argumenta − sentimo-nos parte integrante da Igreja Universal e os irmãos muçulmanos são a nossa gente, cujo sofrimento compartilhamos." (AF-ECCLESIA)
Fonte: Rádio Vaticano
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Lembrando...
Pároco de Gaza: É uma guerra contra os civis detenham-na
06.01.2009 - "Bombardeios maciços, um grande número de vítimas; os soldados israelenses não mais distinguem entre civis e combatentes, esta é guerra, guerra, guerra; alguém tente detê-la": é a dramática descrição feita pelo pároco da paróquia da Sagrada Família, Pe. Manuel Musallam − único sacerdote católico da Faixa de Gaza −, em entrevista concedida à agência missionária de notícias Misna. O sacerdote conta a enésima tragédia de um povo sem pátria fechado há décadas numa prisão a céu aberto e não ouvido pelo restante do mundo.
O sacerdote diz que os soldados israelenses se encontram na área de seus antigos assentamentos abandonados em 2005. Os bombardeios por céu, terra e mar são contínuos, afirma ele, acrescentando que alguns tiros atingiram objetivos a menos de 20 metros da igreja.
Constata-se um certo desânimo nas palavras do sacerdote, que vê com os seus olhos aquilo que muitos meios de informação continuam escondendo ou fazendo finta de não ver.
"Os israelenses não somente atiram indiscriminadamente, mas estão usando armas novas e mais insidiosas" − afirma ele. Pe. Musallam disse ter conversado com o diretor do maior hospital de Gaza e que este lhe teria falado de corpos com feridas estranhas jamais vistas em Gaza.
Confinados entre os limites estreitos numa faixa de terra de 40Km de cumprimento e 15 de largura, um milhão e meio de pessoas esperam os desdobramentos de um ataque cuja finalidade ainda não conseguem ver com clareza.
"Apesar de o restante do mundo dizer o contrário, mesmo porque impelido por uma informação de parte e desonesta − observa ainda o Pe. Musallam −, foram os israelenses que repetidamente violaram a trégua, não o Hamas."
"Hamas não é um movimento extremista, goza do apoio da população e esse apoio cresceu na última semana. Multiplicar os motivos de ressentimento dos palestinos, como Israel está fazendo matando mulheres, homens e crianças que jamais pegaram numa arma de fogo, só fará distanciar ainda mais a paz" − pondera o pároco de Gaza. (RL)
Fonte: Rádio Vaticano
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Lembrando...
Pároco denuncia que viver em Gaza é como viver em um porão de torturas
15.02.2008 - Gaza - O centro juvenil greco-ortodoxo de Gaza (Young men's christian association - Ymca) foi atacado na noite de ontem por ativistas ilsâmicos. O atentado não provocou vítimas, mas a biblioteca, com milhares de livros, ficou completamente destruída.
Segundo o pároco católico de Gaza, Padre Manuel Musallam, o centro era visto como demasiado liberal e, para ele, o ataque não foi contra a comunidade cristã, mas contra um certo estilo de vida ocidental.
No entanto, o sacerdote aproveitou a ocasião para denunciar a difícil situação em Gaza. Ele relata a falta de alimentos, de água e de energia elétrica. "As lojas estão vazias, falta trabalho e os medicamentos são difíceis de serem encontrados. As crianças choram e estão desesperadas. E a comunidade internacional permanece no silêncio", acusa o pe. Musallam.
Para o pároco, existe o risco de um ataque do exército israelense: "As fronteiras estão fechadas, mas não vivemos em uma prisão, mas sim reclusos em um porão de torturas. As condições da população são dramáticas". (BF)
Fonte: Rádio Vaticano