Bíblia em lugar de destaque na casa, pede arcebispo


09.01.2009 - Dom Jorge Ortiga dá indicações para renovação pastoral marcada pela Palavra

.«Cada lar cristão não deveria prescindir da presença de uma Bíblia, colocada em lugar de destaque em casa», afirma o arcebispo de Braga (Portugal).

«Seria como que um sacrário doméstico, em que Deus está presente e lhe faz companhia em todas as horas»; «com ela, todos deveriam reconhecer a necessidade de uma leitura orante onde a vida familiar se confronta com a Palavra de Deus», enfatiza.

Dom Jorge Ortiga difundiu essa quarta-feira uma carta pastoral em que dá algumas indicações para ajudar a discernir caminhos de renovação pastoral marcados pela Palavra.

Entre as sugestões, Dom Ortiga destaca que a Bíblia poderia ir de casa em casa, «para, em leitura orante da família, poder iluminar os recantos mais escuros da vida familiar e servir de estímulo nos percursos positivos já empreendidos».

O arcebispo considera que seria desejável que os casais se reunissem para ler, meditar a Palavra e deixar-se conduzir pelos seus apelos.

Dom Ortiga pede também que se institua na diocese e em cada paróquia um Dia da Bíblia, «em que todos fossem sensibilizados para a riqueza da palavra, destinada a habitar entre nós, a montar a sua tenda nos desertos do nosso caminhar quotidiano».

Exorta ainda os pastores «a impregnar as pregações ou tríduos da palavra de Deus e a dar-lhe o espaço merecido nas homilias das eucaristias».

O arcebispo convida todos os diocesanos a se familiarizarem com a Bíblia através sobretudo da lectio divina, da leitura orante dos textos sagrados.

«Onde for possível, institua-se uma Escola da Palavra, que seja oportunidade de apresentar a riqueza inesgotável dos textos bíblicos.»

Dom Jorge Ortiga vê como «muito útil a prática de certos movimentos de escolher uma palavra da Escritura para cada mês, a Palavra de Vida que orienta decisões, opções, que ilumina problemas e sobre cuja vivência se trocam experiências».

O arcebispo considera ainda que «será de multiplicar as celebrações da palavra, até porque os sacerdotes não podem celebrar a eucaristia com a frequência desejada das comunidades. É bom ter em atenção que a palavra proclamada é também presença de Jesus no meio do seu povo.»

No âmbito diocesano –prossegue Dom Ortiga–, «sente-se a conveniência e a urgência de um Secretariado bíblico que possa fornecer subsídios para uma devida animação bíblica de toda a pastoral».

O prelado questiona ainda: «será ousadia insensata esperar que em cada paróquia exista um “Grupo da Palavra” para descobrir o lugar da Palavra na vida das pessoas e das comunidades?»

«Julgo que não e espero vivamente que estas propostas dêem fruto e fruto que permaneça», afirma.

Fonte: www.zenit.org


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