Vinte missionários assassinados durante 2008


07.01.2009 - Segundo publica o dossiê anual da agência «Fides»

CIDADE DO VATICANO .- Durante todo o ano de 2008, foram assassinados no mundo 20 pessoas cujas atividades pastorais e eclesiais estavam relacionadas com as missões: assim revela o dossiê anual publicado pela agência vaticana missionária «Fides», da Congregação vaticana para a Evangelização dos Povos.

Trata-se de Dom Paulos Faraj Rahho, arcebispo de Mosul (Iraque), de 16 sacerdotes, um religioso e 2 voluntários leigos.

É na Ásia onde se produziu o maior número de assassinatos: 6 sacerdotes e uma voluntária leiga, além do prelado iraquiano, perderam a vida no Iraque, Índia, Sri Lanka, Filipinas e Nepal.

A esta lista provisória, afirma a agência Fides, deve-se acrescentar «a nuvem de soldados desconhecidos da grande causa de Deus», segundo a expressão que acunhou há alguns anos o Papa João Paulo II, «dos quais não se tem notícia, e que em muitos lugares da terra sofrem e pagam com sua vida a fé em Cristo».

A recontagem da Fides inclui alguns casos de assassinatos violentos, ainda que não tenham sido cometidos expressamente «por ódio à fé» em sentido estrito.

Alguns, como o Pe. Brian Thorp, assassinado em sua paróquia de Lamu (Quênia), perderam a vida em aparentes intentos de roubo ou pereceram ao ser assaltados na rua enquanto exerciam seu ministério, talvez só para o roubo do carro.

Outros foram eliminados porque opunham com tenacidade o amor ao ódio, como o Pe. Bernard Digal, primeiro secretário católico morto na campanha de violência anticristã levada a cabo pelos extremistas hindus no Estado indiano de Orissa.

Também na Índia, no Estado de Andhra Pradesh, foi assassinado o sacerdote carmelita Thomas Pandippallyil, enquanto se transladava a uma aldeia para celebrar a santa Missa.

Em alguns Estados, como Venezuela e Colômbia, a violência e o drama da pobreza estão por trás do assassinato do Pe. Orellana Hidalgo, cujo cadáver foi encontrado em sua casa de Caracas, e do Pe. Jaime Ossa Toro, apunhalado em Medelhim.

A pequena comunidade católica do Nepal conta desde este ano com seu primeiro sacerdote assassinado, o salesiano Johnson Moyalan. Durante a noite, um grupo de homens armados penetrou na missão salesiana de Sirsia, a aproximadamente 15 km da fronteira entre a Índia e o Nepal, e mataram o missionário com muitos tiros.

Outros foram assassinados enquanto rezavam, como o Pe. Reynaldo Roda, assassinado a tiros na capela de uma missão das Filipinas, onde pouco antes rezava o santo terço.

«Todos eles – sublinha o informe da Fides – sem heroísmos ou solenidades, não hesitaram em colocar suas vidas diariamente em risco para que não faltasse a quem os rodeava o sopro da esperança.»

No Sri Lanka foi assassinado o Pe. Xavier Karunaratnam, desde sempre comprometido em dar assistência psicológica às vítimas do conflito. Na martirizada República Democrática do Congo também faleceu o voluntário leigo Boduin Ntamenya, originário de Goma, morto enquanto realizava seu trabalho em uma região em conflito.

Há também vítimas da loucura homicida: é o caso de dois sacerdotes jesuítas, os padres Otto Messmer e Victor Betancourt, assassinados em sua moradia de Moscou por um psicopata.

«Como nas origens, hoje também Cristo precisa de apóstolos dispostos a sacrificar-se. Precisa de testemunhas e mártires como São Paulo», afirma o dossiê da Fides, recordando as palavras pronunciadas por Bento XVI durante a celebração das Primeiras Vésperas na Basílica de São Paulo Fora dos Muros, em 28 de junho de 2007.

Fonte: www.zenit.org


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