China aceita denúncia de padre contra o governo


02.01.2009 - A Justiça chinesa aceitou pela primeira vez uma denúncia de abuso por parte de um sacerdote católico contra as autoridades comunistas, um caso sem precedentes divulgado hoje pela Associação de Ajuda à China, uma ONG que denuncia o assédio aos católicos clandestinos no país asiático.

Segundo a organização, sediada nos Estados Unidos, o tribunal popular do distrito de Haizhu, em Cantão, aceitou em 25 de dezembro o caso apresentado pelo pastor Wang Dao contra o Birô Estatal de Assuntos Religiosos, por irromper na Igreja de Liangren.

“Trata-se de uma decisão sem precedentes tomada por um tribunal chinês, aceitar uma denúncia administrativa por parte do pastor de uma igreja desafiando uma decisão punitiva do Birô”, assinala a ONG, com sede na Pensilvânia.

O caso aconteceu em 14 de dezembro passado, quando mais de 50 funcionários do Birô de Assuntos Religiosos e do de Segurança Pública fizeram uma batida na Igreja de Liangren durante a missa de domingo.

Os funcionários levaram uma nota de “multa administrativa”, na qual acusavam o pastor Wang Dao de organizar uma reunião ilegal e pediam que pusesse fim aos encontros.

A ONG considera que a aceitação pode firmar um precedente em outros casos nos quais houve assédio a católicos que não pertencem às congregações controladas pelo Governo comunista.

A China, povoado por budistas, taoístas, católicos e muçulmanos, reconhece as congregações religiosas que aceitem o controle do Estado, mas não os grupos clandestinos e independentes.

No país há entre oito e 12 milhões de católicos, divididos entre a Igreja oficial e a clandestina.

Fonte: Terra

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Lembrando...

Papa diz que China sufoca fé e pede diálogo

30.06.2007 - Em seu discurso mais importante sobre a China até agora, o papa Bento XVI censurou, no sábado, a restrição chinesa sobre a liberdade religiosa, que "sufoca" a Igreja e semeia a divisão entre os católicos do país.

No entanto, o pontífice também estendeu um ramo de oliveira a Pequim, dizendo que esperava chegar a um acordo com a China, que oficialmente é um país ateu, onde milhões de católicos rezam sob a autoridade de uma igreja controlada pelo Estado e que não respeita a autoridade do papa.

Outros praticam a religião em igrejas "alternativas", leais à Santa Sé.

"É verdade que nos últimos anos a Igreja desfrutou de uma liberdade religiosa maior do que no passado", avaliou o papa.

"No entanto, não pode ser negado que sérias limitações permanecem e atingem o coração da fé e isso, em certo grau, sufoca a atividade pastoral."

A China não possui laços diplomáticos com o Vaticano desde 1951, dois anos após os comunistas assumirem o controle do país, algo que o papa disse que deseja mudar.

"A Santa Sé continua aberta a negociações, tão necessárias para que as dificuldades atuais sejam superadas", escreveu o papa.

Apesar de o Vaticano estimar que existam entre 8 milhões e 12 milhões de católicos na China, o papa demonstrou esperanças sobre a evangelização chinesa no futuro.

"Durante o primeiro milênio cristão, a Cruz foi colocada na Europa e durante o segundo na América e na África", escreveu o papa, em uma carta dirigida aos bispos, padres e fiéis da China.

"Durante o terceiro milênio, uma grande colheita de fé ocorrerá no vasto e vibrante continente asiático."

Fonte: Terra notícias


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