12.12.2008 - O ministro da Informação do Zimbábue, Sikhanyiso Ndlovu, declarou nesta sexta-feira que a epidemia de cólera que provocou quase 800 mortes no país é um "genocídio" dirigido pela Grã-Bretanha.
"A epidemia de cólera no Zimbábue é uma espécie de guerra biológica e química, um ataque genocida sobre o povo do Zimbábue pelos britânicos", afirmou em uma entrevista coletiva.
"É um genocídio de nosso povo", acrescentou.
O presidente zimbabuano Robert Mugabe afirmou na quinta-feira em um discurso que "já não há cólera" no país, graças aos médicos e à Organização Mundial da Saúde (OMS), mas nesta sexta-feira o governo tentou retificar a declaração, alegando que se tratava de uma declaração "sarcástica".
Segundo a OMS, desde a detecção da epidemia em agosto, o Zimbábue já registrou 16.700 casos da doença e 792 mortes.
Fonte: Terra notícias
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Lembrando...
Grito de dor de Dom Kussala: Detenham o genocídio no sul do Sudão
01.11.2008 - No silêncio quase geral dos meios de comunicação, no sul do Sudão está se consumando um genocídio contra uma inerme população civil: a denuncia é do bispo de Tombura-Yambio, Dom Edward Kussala.
Na região equatorial ocidental da África continua a atuar a guerrilha ugandense do Exército de Libertação do Senhor liderada por Joseph Kony, responsável por atrozes crimes nos últimos 20 anos. A guerrilha, no último mês de março, fez um acordo de paz com o governo de Uganda, mas até agora sempre adiou a assinatura definitiva do mesmo. Os rebeldes se estabeleceram no sul do Sudão aterrorizando a população civil, em particular na cidade de Yambio, onde centenas de crianças foram seqüestradas e escravizadas. A Rádio Vaticano recolheu o grito de dor de Dom Kussala:
“Sim, é uma situação verdadeiramente dramática. Estou desconcertado pela presença da guerrilha em Yambio. Desde o acordo de paz, nesta área nunca houve paz, por causa da presença dos rebeldes ugandenses, que causou conseqüências trágicas para a população. E as Nações Unidas decidiram, junto com o governo do sul do Sudão hospedar essas pessoas dentro do nosso país. Mas eles não são sérios no que diz respeito à paz. Nós soubemos que foram conseguidos acordos de paz, mas não vemos sinais concretos disso. Kony, que é o líder deste Movimento de rebeldes, vive ali e as Nações Unidas o protegem, lhe dão de comer; o seu acampamento é precisamente dentro do território de uma das minhas paróquias. Os rebeldes de vez enquando seqüestram as pessoas. Por isso eu tenho perguntas a fazer ao governo e à comunidade internacional; como é possível que o povo possa ser deixado nas mãos dos rebeldes e não se possa fazer nada para impedir isso? Até agora os rebeldes já seqüestram mais de 500 crianças”.
P. Os seqüestros ocorrem na sua diocese?
R. “Sim, na minha diocese. E a pergunta é: para onde vão essas crianças? E quando serão restituídas? Quem fará pressão sobre esses homens a fim de que restituam as crianças? Os pais pedem com angústia. Eu fui visitar algumas paróquias e me disseram: “Bispo, as minhas crianças foram seqüestradas, o que posso fazer para reavê-las””?
P. Por que as Nações Unidas dão alimento ao líder da guerrilha?
R. “Pensam de acalmá-lo, de agradá-lo e convidá-lo assim aos colóquios de paz. Mas este homem não está interessado em um acordo de paz. Nós sabemos que ele está se armando, está se reforçando e por isso poderia se verificar todo tipo de coisa. Creio que a comunidade internacional acordará somente no último momento, como sempre: quando as coisas tiverem já ocorrido. Então retornará sobre os seus passos dizendo: “Queremos ajudar vocês!”. Isso é algo que está ocorrendo e é somente uma questão de tempo. Nós também fazemos perguntas sobre a seriedade do governo sudanês: sei muito bem que o governo ugandense se esqueceu desta guerra, pois o líder da guerrilha não se encontra mais em Uganda e não é mais ali que está causando problemas; mas me pergunto; Quanto o meu governo, o do Sudão, está realmente preocupado com essa situação”?
P. São muitos os deslocados?
R. “Sim, são muitos os deslocados que se transferiram do interior para as cidades que agora estão super-lotadas, porque as pessoas não podem mais viver nos vilarejos; eles têm medo de ir até a floresta porque podem ser capturados. O resultado é a fome e uma grande necessidade de ajuda daquilo que é essencial. O nosso grito é esse: quem restituirá as nossas crianças seqüestradas pelos guerrilheiros? Quem nos restituirá as mulheres e as demais pessoas que foram seqüestradas? Quem nos restituirá a paz? Essas são perguntas às quais não sabemos responder. A coisa trágica é que o líder da guerrilha quando chegou aqui realizou atrocidades, matou e depois disse que estava pronto para um acordo de paz. Depois, voltou atrás e recomeçou a infligir graves sofrimentos à população local. E ninguém reagiu e não reage, ninguém faz nada para detê-lo”. (SP)
Fonte: Rádio Vaticano