10.12.2008 - Astrônomos alemães confirmaram que há um buraco negro gigantesco no centro da Via Láctea, a galáxia onde fica o planeta Terra.
Os especialistas rastrearam o movimento de 28 estrelas que circulavam no centro da galáxia utilizando o Observatório Europeu do Sul, no Chile.
O buraco negro tem uma massa 4 milhões de vezes maior do que a do nosso Sol, de acordo com o trabalho científico publicado em The Astrophysical Journal.
Buracos negros são objetos cuja gravidade é tão forte que nada - nem a luz - consegue escapar.
De acordo com Robert Massy, da Sociedade Real Astronômica, os resultados sugerem que as galáxias se formam em volta de buracos negros gigantescos da forma como pérolas ao redor de fragmentos dentro das ostras.
''A pérola negra''
Massy disse: "Embora nós pensemos em buracos negros como algo ameaçador, no sentido de que se você se aproximar de um estará em perigo, eles podem ter desempenhado um papel em ajudar a formação de galáxias - não apenas a nossa própria mas todas as galáxias."
"Eles desempenharam um papel em juntar matéria e se houver uma densidade de matéria alta o suficiente há condições para as estrelas se formarem."
"Então a primeira geração de estrelas e galáxias pode ser criada."
Os pesquisadores do Instituto para Física Extraterrestre Max-Planck na Alemanha disseram que o buraco negro está a 27 mil anos-luz da Terra.
"Sem dúvida, o aspecto mais espetacular de nosso estudo de 16 anos é que ele proporcionou o que é considerada agora a melhor evidência empírica de que maciços buracos negros realmente existem", afirmou Reinhard Genzel, chefe da equipe de pesquisa.
"As órbitas estelares no centro da galáxia mostram que a concentração central de massa de 4 milhões de massas solares tem que ser um buraco negro, acima de qualquer dúvida razoável."
Fonte: Terra notícias
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Lembrando...
Ciência: Eta Carinae, a estrela do Juízo Final
02.06.2008 - A descomunal explosão de Eta Carinae - que já pode ter até acontecido - ameaça a vida na Terra?
Se desviarmos a vista do centro da constelação do Cruzeiro do Sul, cerca de 14 graus para a direita seguindo o percurso esfumaçado da Via Láctea, encontraremos a região de formação estelar catalogada como NGC 3372. Este gigantesco complexo de nuvens de poeira e hidrogênio ionizado abriga uma associação de estrelas supergigantes azuis com idade inferior a 3 milhões de anos.
O astro dominante deste grupo foi descrito pela primeira vez pelo astrônomo inglês Edmond Halley (1656-1742), trabalhando na ilha de Santa Helena, em 1677. Suas anotações de campo referiram uma estrela vermelha de quarta magnitude, que recebeu o nome Eta Carinae.
Durante o século seguinte, Eta Carinae flutuou erraticamente, chegando à magnitude 2 (quanto maior a magnitude, menor o brilho) em 1730, enfraquecendo depois disso. Em 1820, teve início um novo episódio de abrilhantamento, que transformou Eta Carinae numa estrela de primeira magnitude sete anos mais tarde. E então, em 1832, Eta Carinae atingia a magnitude zero, rivalizando com o brilho de Rigel, da constelação de Órion. O máximo ocorreu em 1843, quando a estrela alcançou magnitude -0,8, perdendo apenas para Sirius (a estrela mais brilhante do céu, com magnitude visual -1,6).
Depois disso, Eta Carinae declinou, tornando-se invisível a olho nu (magnitude +6,5) em 1868. Ao redor de 1880 sua magnitude era de 7,5, mas, 12 anos depois, mostrou um breve pico secundário, no limite da visibilidade a olho nu. O brilho mínimo parece ter sido alcançado em 1900 (magnitude 8,0) e, desde então, uma nova tendência de recuperação tem se verificado. Atualmente, pode-se ver Eta Carinae em uma noite bem escura, sem Lua, como um astro de quinta magnitude.
Armagedon?
É possível que algumas extinções de espécies biológicas em massa na história da Terra, como a do período Ordoviciano, há 440 milhões de anos, possam ter sido induzidas por emissões de raios gama próximas ao sistema solar. Um dos efeitos poderia ter sido a destruição temporária da camada de ozônio.
Especialistas concordam que Eta Carinae poderá explodir a qualquer momento. Talvez daqui a 10 mil ou, quem sabe, 100 mil anos. Talvez até já tenha explodido. Devido a sua distância, se a evento ocorresse hoje, só tomaríamos conhecimento daqui a 7,5 mil anos. Nesse caso, poderíamos observar seus efeitos a qualquer momento. Não há como saber.
Se James Annis estiver certo, ou a mira mortífera de Eta Carinae tiver, por desgraça, nosso sistema solar como alvo, então toda a novela da vida na Terra poderá acabar instantaneamente, com a biosfera cozinhada em uma rajada de raios gama.
Neste caso, a única coisa boa é que não precisaríamos nos preocupar com nada. Ao contrário dos efeitos devastadores e prolongados da queda de um asteróide, Eta Carinae nos executaria de maneira rápida e indolor.
Em suma, tudo o que se deseja de um bom carrasco...
Fonte: Jornal Zero Hora RS