01.12.2008 - Um homem não identificado tentou aplicar o golpe do casamento desfeito em sete paróquias da cidade. O estelionatário vem deixando em alerta os funcionários de todas as paróquias.
Segundo informações colhidas junto ao padre Deusmar, da Catedral, o estelionatário foi até o Cartório de Registro e obteve a relação dos casamentos. Em seguida, ele procura as secretarias das paróquias, dizendo ser o noivo, e que o casamento marcado foi desfeito por causa de problemas familiares, e pede a devolução da taxa de R$ 200, que foi paga para o casamento.
Segundo o padre Deusmar, para se desmarcar um casamento é necessário justificar o motivo e a taxa paga não é devolvida de imediato. Na Igreja do Rosário, entretanto, ele só não conseguiu pegar o dinheiro porque a funcionária conhecia a noiva. Ele disse que o casamento havia sido desmarcado porque a mãe dele tinha morrido. A funcionária da paróquia é amiga da família da noiva e resolveu telefonar para a noiva em solidariedade, quando descobriu a farsa.
“O maior problema não é nem o dinheiro. É o fato dos noivos chegarem para o casamento e descobrirem que foi cancelado”, comentou a funcionária de uma Igreja.
Fonte: Jornal de Barretos
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Lembrando...
Portugal: Vítimas de falso padre não sabem se estão casadas
12.02.2008 - Seis meses depois da denúncia do falso sacerdote que celebrava casamentos e batizados nas dioceses de Porto e Braga, os casais que viram o matrimônio ser realizado pelo "padre" Agostinho Caridade (que usava o nome de João Luís Gonçalves Amorim) ainda não sabem se a sua união vai ser reconhecida oficialmente pela Igreja Católica.
O suspeito, de 34 anos à altura dos fatos, não tinha formação religiosa mas realizou casamentos, batizados e missas, até ser descoberto e detido em Areias, Santo Tirso, em Junho passado. Depois de ouvido pela PSP, foi libertado e desapareceu.
Desde então, os muitos casais que Agostinho Caridade enganou com os seus dotes de oratória tentam perceber se o matrimônio celebrado pelo falso padre será ou não reconhecido pelas autoridades religiosas, mas a situação continua indefinida. Arlindo Silva é pai de uma das "vítimas": o seu filho continua sem saber se a igreja reconhece o casamento que realizou, a 29 de Maio passado, na Igreja Matriz da Maia. Arlindo Silva conta que, na altura, a situação causou "um choque muito grande", admitindo que todos se deixaram levar pelo "dom da palavra, sabedoria e inteligência" de Agostinho Caridade, que "era melhor que muito padre...". Agora, diz que só gostava de "saber onde se esconde" o falso padre, e lamenta particularmente que continue sem saber se o filho está casado. "Diz que estão à espera que Roma autorize, eu não sei", conclui Arlindo Silva.
A questão surgiu quando chegou a altura de perceber se os casamentos seriam reconhecidos oficialmente. "Os especialistas em direito canônico não se entenderam e foi decidido pedir o parecer ao Vaticano", explicou o padre José Ramos, responsável pela paróquia de Alvarelhos, Trofa, onde o falso padre celebrou dois matrimônios. Contudo, desde Junho, o processo pouco avançou.
Contactada pelo DN, a Conferência Episcopal Portuguesa disse que a situação não era da sua competência, mas sim das dioceses lesadas - no caso, Porto (onde foi celebrada a maioria das uniões) e Braga (onde se realizou um matrimônio, em plena Sé). Mas entre Braga e Porto ainda não está tudo tratado - embora a 27 de Junho, um comunicado da Secretaria Arquiepiscopal de Braga garantisse que "as irregularidades serão sanadas pelas autoridades eclesiásticas". O cónego José António Marques, da Cúria Diocesana de Braga, explica que ficou encarregue de contatar o Vaticano mas ainda o fez porque está "à espera de uma lista de todos os casamentos" realizados por Agostinho Caridade na diocese do Porto. Garante que a Santa Sé não deve colocar entraves à oficialização dos matrimônios. "Ou à anulação dos que já se separaram", admite.
Do lado da Diocese do Porto, o padre Américo Aguiar explica que a investigação da quantidade de casais vítimas da situação, para envio posterior da lista para Braga, está a cargo do chanceler e secretário-geral, cônego José Maria Fabião. "Estamos fazendo as averiguações necessárias", assevera, explicando que pretendem apenas mandar a lista completa ao Vaticano, "para não andar às pinguinhas a resolver o problema". Esclarece ainda que a investigação está a ser dificultada porque "se há pessoas que já contataram a Igreja, há outras que ainda não o fizeram".
Fonte: Diário de Notícias