Movimentos pró-vida italianos pedem que não se deixe Eluana morrer


17.11.2008 - A justiça italiana decide suspender a alimentação da jovem em coma

ROMA .- Movimentos e associações pela vida de toda a Itália colocaram em andamento várias iniciativas para salvar in extremis a vida de Eluana Englaro, uma jovem italiana em coma desde 1992, a quem se suspenderá em breve a alimentação e hidratação, a pedido de seu pai.

O caso teve um eco mundial, recordando o ocorrido nos Estados Unidos com Terry Schiavo.

Há meses, multiplicaram-se em todo o país as mobilizações, manifestações e pedidos para que se mantivesse a jovem com vida. Finalmente, após um longo caminho judicial, no dia 13 de novembro passado, a Corte Suprema Italiana autorizou que se suspenda sua hidratação e alimentação.

Durante este fim de semana, mais de 500 delegados de centros de Ajuda à Vida (CAV) de toda a Itália se reuniram na localidade toscana de Montecatini e pediram ao parlamento que se aprove o quanto antes uma lei que proteja os doentes terminais para que casos como este «não voltam a repetir-se».

O congresso também pediu ao governo que emitisse um decreto urgente que impeça a interrupção da alimentação e hidratação dos doentes terminais.

O Movimento pela Vida escreveu ao presidente da República pedindo-lhe que «faça valer sua autoridade moral para que Eluana possa continuar sendo alimentada pelas freiras de Lecco, que cuidaram dela até agora.

O presidente desta associação, Carlo Casini, sublinha que esta decisão «põe em perigo milhares de pessoas gravemente limitadas que dependem da capacidade de acolhida por parte de toda a sociedade. Em definitivo, põe em perigo todos nós, quando nos tornarmos marginais e inúteis».

Falando a seus militantes, Casini afirmou que «a batalha pela vida e a família se está tornando cada vez mais dura», pelo que «não bastam obras racionais, é preciso rezar mais».

Por sua parte, a associação Scienza & Vita difundiu um comunicado no qual afirma que «se trata de uma verdadeira e autêntica condenação à morte na era republicana» e pede «que, como acontece nos países que admitem a pena de morte, seja permitido assistir à execução pública e gravar tudo em vídeo».

«Desta forma, nossos filhos e netos poderão descobrir como um cidadão italiano pode ser condenado pelo juiz de um Estado civil e democrático a morrer de fome e de sede».

Por sua parte, o cardeal Ennio Antonelli, presidente do Conselho para a Família, mostrou este domingo, em Montecatini, sua esperança em que «no último momento se restabeleça seu caso e que a ideologia não obscureça totalmente as consciências».

«Eluana está em estado vegetativo, mas não é um vegetal, é uma pessoa dormente – continuou. A pessoa, também quando está dormindo ou incapacitada, conserva sua dignidade. A pessoa vale por si mesma e não pelo que produz ou consome, pelo prazer ou pela satisfação que oferece aos demais.»

O cardeal Antonelli mostrou sua proximidade às Irmás da Misericórdia de Lecco, que cuidaram dela em sua clínica durante 14 anos, «e que são as únicas no ambiente da jovem que ainda lutam pela sua vida».

«Foram ditas muitas palavras sobre o caso Eluana – acrescentou o cardeal Antonelli. As mais belas e persuasivas foram a destas freiras: ‘Se há pessoas que a consideram morta, que deixe que Eluana continue conosco, que a sentimos viva... Dêem-nos a liberdade de amar e de doar-nos a quem é frágil’.»

É necessário, advertiu o purpurado, «um compromisso inteligente, generoso e perseverante a favor da vida: compromisso cultural, jurídico e político, mas também um compromisso concreto de testemunho pessoal e de serviço à vida».

Fonte: www.zenit.org

 


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