Ciência sem ética está a serviço dos poderosos e não do bem da humanidade


17.11.2008 - O Presidente da Pontifícia Academia para a Vida, Arcebispo Rino Fisichella, destaca em um artigo publicado por L'Osservatore Romano que "uma ciência que queira experimentar com a vida humana sem sentir a necessidade de uma reclamação ética se coloca a si mesma fora de jogo, porque se emprestaria a ser alvo de suspeita de estar ao serviço dos poderosos do momento e não do bem de toda a humanidade".

Depois de lembrar que a Igreja é perita em humanidade, "como disse Paulo VI ante as Nações Unidas" e que em toda sua história sempre defendeu a vida e a dignidade humanas, o Arcebispo ressalta que esta " possui para os cristãos uma sacralidade porque é antes de mais nada mistério, desde seu início até seu fim evidencia o que a natureza tem em si que é ininteligível, que ainda agora não é capaz de cair ante a análise mais crítica nem se equipara à máquina mais precisa; e por isso deve ser respeitada por todos".
"Quando se fala de vida humana, em resumo, não se está em presença de uma matéria manipulável, está-se ante a dignidade intrínseca que merece pelo menos respeito", precisa.
Assim como os estados estão em capacidade de defender e promover a vida humana; e opinar nos assuntos concernentes a ela, "do mesmo modo, a liberdade da Igreja de expressar seu próprio ensino não pode ser limitada por alguns cientistas ou intelectuais, que consideram que destes conteúdos não devemos falar".
"Se outros encontrarem suas certezas na ciência não encontrarão em nós a opositores. Só desejaríamos com grande respeito lembrar que também a ciência não tem certezas definitivas e que o mistério da existência humana, com suas perguntas inevitáveis de sentido, também vale para eles. Não necessariamente devem escutar à Igreja Católica, mas se mantiverem aberta a porta de sua razão e dão espaço à força do raciocínio é suficiente", continuou.
Do mesmo modo, o Arcebispo precisa que "isto, ao final, será também o filtro para verificar quem se adere aos fundamentalismos confessionais ou laicistas, que de fato não servem para dirigir a uma visão compartilhada para a salvaguarda e o respeito da vida humana".

Fonte: ACI

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Lembrando....

Ciência: Padre e cosmólogo polonês recebe prêmio defendendo existência de Deus

15.03.2008 - Um padre e cosmólogo polonês que sustenta a possibilidade de comprovar matematicamente a existência de Deus é o vencedor do mais polpudo prêmio acadêmico do mundo. O professor Michael Heller, 72, de formação religiosa, com estudos em filosofia e doutorado em cosmologia, receberá em maio, em Londres, o prêmio Templeton, outorgado pela fundação homônima de estudos religiosos sediada em Nova York.

O valor da premiação é de 820 mil libras esterlinas (cerca de R$ 2,87 milhões).

Os trabalhos mais recentes de Heller abordam a questão da origem do universo debruçando-se sobre aspectos avançados da teoria geral da relatividade, de mecânica quântica e de geografia não-comutativa.

"Vários processos no universo podem ser caracterizados como uma sucessão de estados, de maneira que o estado anterior é a causa do estado que o sucede", explicou o próprio Heller em um comunicado divulgado por ocasião do anúncio do prêmio.

"Ao questionar (a causalidade primeira) não estamos apenas falando de uma causa como qualquer outra. Estamos nos perguntando sobre a raiz de todas as possíveis causas", disse.

Ele rejeitou a idéia de que religião e ciência são contraditórias. "A ciência nos dá o Conhecimento, e a religião nos dá o Sentido. Ambos são pré-requisitos para uma existência decente".

"Invariavelmente eu me pergunto como pessoas educadas podem ser tão cegas para não ver que a ciência não faz nada além de explorar a criação de Deus."

Críticas

Alguns céticos atacam a Fundação Templeton por sua inclinação a favor de ideologias conservadoras da religião.

Um dos principais críticos à instituição é o biólogo evolucionista Richard Dawkings, que já descreveu o prêmio Templeton como "uma soma de dinheiro muito grande que se concede normalmente a um cientista disposto a falar coisas boas da religião".

Para os jurados, Heller mereceu o prêmio por desenvolver "conceitos precisos e notavelmente originais sobre a origem e as causas do universo, muitas vezes sob intensa repressão governamental".

A biografia do filósofo e cosmólogo polonês diz que ele foi perseguido sob a era soviética, cuja ideologia comunista abertamente atéia ia contra o perfil católico conservador dominante no país.

Heller conhecia o Papa João Paulo 2º, nascido polonês sob o nome de Karol Wojtyla, que personificou a reação da Igreja Católica contra o avanço do comunismo nos países do Leste Europeu.

"Apesar da opressão das autoridades comunistas polonesas a intelectuais e padres, a Igreja, impulsionada pelo Concílio Vaticano 2º, garantiu a Heller uma esfera de proteção que o permitiu alcançar grandes avanços em seus estudos", diz sua biografia.

Heller disse que usará o dinheiro do prêmio Templeton para financiar futuras pesquisas.

Fonte: Último Segundo


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