12.11.2008 - Uma confusão envolvendo alunos da Escola Estadual Amadeu Amaral, no Brás, zona leste de São Paulo, deixou professores trancados dentro de um sala nesta manhã. Segundo a Secretaria de Estado da Educação, a Polícia Militar (PM) foi pelos professores chamada para controlar a situação. Mesas e cadeiras foram atiradas no pátio do colégio e parte do material foi depredado.
Durante a confusão, que teria sido provocada após a briga entre duas alunas, um garoto se feriu levemente, ficando com um corte na mão. A direção da escola decidiu suspender as aulas para que os danos sejam avaliados.
Segundo a secretaria, a direção da escola informou que a direção irá identificar os alunos que participaram da depredação e acionará o Conselho de Escola, que reúne pais e educadores, indicando a expulsão e transferência dos envolvidos.
Em nota, a secretaria disse lamentar qualquer agressão contra alunos e professores e classificou como "correta" a atitude da direção da escola em acionar a polícia para conter os alunos envolvidos no caso. Além disso, uma equipe da secretaria do Estado disse que irá averiguar os danos causados pelos alunos.
Redação Terra
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Lembrando...
Violência nas escolas ameaça alunos e professores
25.06.2007 - A violência nas escolas do Brasil preocupa cada vez mais alunos, pais e professores. Quem estuda nos colégios particulares é protegido por um esquema que inclui câmeras, crachás eletrônicos e vigias disfarçados. Nas escolas públicas, é a polícia que garante a segurança dos alunos, mas apenas do lado de fora. Só que as ameaças, há muito tempo, já ultrapassaram os muros.
Medo ou vergonha? Protegida pela sombra, a professora esconde o rosto, mas não o cabelo queimado por um aluno. O caso aconteceu em uma escola de São José do Rio Preto, no interior de São Paulo. Mas poderia ter ocorrido em qualquer sala de aula do país. As escolas nunca estiveram tão vulneráveis à violência.
Duas pesquisas divulgadas recentemente mostram o que pais, professores e alunos pensam sobre a segurança. A maioria não se sente totalmente segura nas escolas.
Segundo o Sindicato dos Professores de São Paulo, de cada dez professores, oito viram ou ouviram histórias de violência nas escolas. Sete já presenciaram o envolvimento de alunos com o tráfico de drogas, e quatro entre dez professores já souberam de alunos armados. Em outro estudo, feito pelo Ibope, as brigas entre alunos são o tipo de agressão mais comum.
Em escolas particulares, a realidade é diferente daquela que se vê em escolas públicas. Um grande colégio na Zona Sul de São Paulo nunca registrou casos de violência. Segundo a direção, a vigilância inibe atitudes agressivas: há câmeras na porta do banheiro ou apontadas para o pátio; o crachá deve ficar pendurado no pescoço e ninguém entra ou sai sem passar pela catraca eletrônica.
A escola também se armou para afastar a violência do lado de fora. Levantou o muro, instalou seis câmeras e contratou seguranças.
Perto dali, também na Zona Sul da capital paulista, os alunos da Escola Municipal Levi Sodré sofrem com vandalismos, assaltos e com o tráfico de drogas. Os pais já cobraram providências, mas nada foi feito.
“Sempre quando a gente vai na subprefeitura, eles alegam que não têm homens, não tem verbas. Eu me sinto ameaçada porque deixo as minhas filhas lá dentro. Eu levo elas e vou buscar, mas não sei se estão em segurança lá dentro”, diz uma mãe.
Por mais de três anos, uma pesquisadora estudou o comportamento de educadores e de alunos das escolas públicas de São Paulo. A experiência virou livro. A autora afirma que, apesar da descrença da sociedade, a escola ainda é um lugar seguro, mas não está isolada da comunidade.
Cerca de 39% dos alunos entrevistados na pesquisa feita pelo Sindicato dos Professores dizem que deixam de ir para a aula porque se sentem inseguros. E 29% dos professores afirmaram que pensam em deixar de lecionar por causa da violência.
Fonte G1