09.11.2008 - É cada vez maior o número de pessoas que querem ser enterradas ou cremadas juntamente com os seus celulares. É o que garante Martin Raymond, diretor do The Future Laboratory, multinacional especialista em detectar novas tendências culturais.
Em declarações a um programa da BBC Radio, Raymond disse que a moda começou na África do Sul, mas já se espalhou a outros países, como Irlanda, Austrália, Gana e Estados Unidos.
“O estranho desejo tem motivações diferentes, de acordo com a cultura de cada país”, ele explicou.
Segundo Raymond, os primeiros casos do gênero aconteceram na Cidade do Cabo, onde aqueles que acreditam em feitiçaria temiam ser enterrados vivos, depois de um feitiço os deixar adormecidos.
Desse modo, pensavam que se fossem sepultados com o celular, poderiam dar sinais de vida, caso acordassem.
Na Austrália, os casos relatados estavam mais relacionados com o poder e a riqueza.
“Lá, as pessoas queriam ser enterradas com objetos que, segundo elas, melhor representavam o seu estilo de vida”, afirma o pesquisador, acrescentando que não satisfeitos em levar seu celular para o outro mundo, os australianos queriam ainda ser sepultados com um computador de bolso.
O especialista chama o fenômeno de “limelight funeral”. Em miúdos, nada mais é do que o desejo de ser enterrado como celebridade. Assim, o celular é colocado no caixão, ao lado de jóias, pedras preciosas, roupa de luxo e relógios de ouro.
A prática guarda semelhanças com o que acontecia no Antigo Egito. No tempo de Tutankamon, os faraós eram enterrados com autênticos tesouros para que pudessem usufruir dessas riquezas em outra vida.
Igualmente, em pleno século 21, em países como Gana, a idéia implícita no serviço fúnebre é a de levar coisas para o túmulo que possam ser úteis. O exemplo mais absurdo mencionado por Raymond é a de um irlandês que foi enterrado com um maço de cigarros e uma caixa de fósforos.
Fonte: Reporter Net