Papa se opõe à criação de embriões como material terapêutico


07.11.2008 - O papa Bento XVI se opôs hoje à criação e à sucessiva destruição de embriões humanos como "material terapêutico", pois afirmou que "contradiz as bases culturais, civis e éticas sobre as quais se apóia a dignidade da pessoa".

O papa se dirigiu desta forma aos participantes do Congresso Internacional sobre a Doação de Órgãos promovido pela Academia Pontifícia para a Vida em colaboração com a Federação Internacional das Associações Médicas Católicas e o Centro Nacional Italiano de Transplantes.

Bento XVI também pediu que a "lógica do mercado" não impere no âmbito dos transplantes de órgãos apesar da "proliferação dos pedidos" para este tipo de intervenções.

O líder da Igreja Católica afirmou que a doação de órgãos deve acontecer de forma gratuita, voluntária e respeitosa com a dignidade da doadora e acrescentou que as "lógicas de compra e venda dos órgãos" são "moralmente ilícitas" e devem ser "condenadas" por se tratarem de práticas "abomináveis".

Além disso, Bento XVI encorajou a doação de órgãos, mas insistiu na necessidade de que exista um consenso de toda a comunidade nos critérios de verificação da morte de uma pessoa.

"Neste âmbito não pode existir a suspeita mínima de arbitrariedade e naqueles casos nos quais não exista uma certeza deve prevalecer o princípio de precaução", declarou o papa.

Além disso, acrescentou: "Nestes casos o critério principal que se deve considerar é o respeito pela vida da doadora, e por isto o uso dos órgãos pode ser consentido apenas ante a situação de sua morte real".

Fonte: Terra notícias

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Lembrando...

Vaticano: criação de embriões híbridos é monstruosa

05.09.2007 - A decisão da Grã-Bretanha de autorizar a criação de embriões híbridos, gerados a partir da integração de DNA humano em óvulos de animais, é um "ato monstruoso", afirmou nesta quarta-feira monsenhor Elio Sgreccia, presidente da Academia Pontifical para a Vida.

"É um ato monstruoso que vai contra a dignidade humana", declarou o prelado à Rádio Vaticano. "É necessário que a comunidade científica se mobilize o mais rápido possível. Acreditamos que o governo britânico cedeu diante dos pedidos, sem dúvida imorais, de um grupo de cientistas", acrescentou o monsenhor Sgreccia.

A Autoridade Britânica de Fertilidade Humana e Embriologia (HFEA) deu nesta quarta-feira sua aprovação "de princípio" à polêmica criação de embriões híbridos, a partir da integração de DNA humano em óvulos de animais e destinados à investigação de doenças como o mal de Alzheimer.

A decisão da HFEA se baseia na necessidade de amenizar a falta de ovócitos humanos destinados à clonagem de embriões com fins terapêuticos, fato permitido na Grã-Bretanha, diferentemente de outros países, como a França. O Vaticano sempre se opôs a qualquer tipo de manipulação de embriões, por considerá-los seres humanos sob qualquer circunstância.

No final de junho, o papa Bento XVI lembrou da posição da Igreja Católica sobre o tema, que estipula que "a investigação científica deve ser fomentada, mas não deve se desenvolver em detrimento dos outros seres humanos, cuja dignidade é intocável desde os primeiros momentos da existência".

Fonte: Terra notícias


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