05.11.2008 - Ex-secretário fala do atentado de 1982, quando um padre tentou apunhalar o pontífice
LISBOA .- O antigo secretário pessoal de João Paulo II, cardeal Stanislaw Dziwsz, recordou nessa terça-feira o vínculo de João Paulo II com Fátima e, em particular, dois atentados que pontífice sofreu.
O purpurado participou, em Lisboa, da abertura da exposição «Karol Wojtyla – a fé, o caminho, a amizade. Excursões com os amigos (1952-1954)», na Universidade Católica Portuguesa.
Em conversa com os jornalistas na Embaixada da Polônia, o arcebispo de Cracóvia afirmou que João Paulo II estava convencido de que a Virgem de Fátima o salvou no atentado de 13 de maio de 1981, na praça de São Pedro, quando o pontífice foi gravemente ferido a bala pelo turco Ali Agca.
«Sentiu-se salvo e trouxe a bala que o bispo de Fátima, muito gentilmente, colocou na coroa da imagem de Nossa Senhora», afirmou, em declarações recolhidas por Agência Ecclesia.
O cardeal Dziwisz disse acreditar que o mistério da Mensagem de Fátima diz respeito a João Paulo II.
«Mesmo ontem pensei nisso: que a providência escolheu-o para cumprir tudo o que a Senhora de Fátima pediu aos três Pastorinhos, como aqui se diz.»
O arcebispo recordou que a Virgem pedira a consagração da Rússia ao Imaculado Coração de Maria.
«Talvez seja um exagero da minha parte, mas digo que através deste atentado cumpriu-se esta consagração com todos os bispos, na Praça de São Pedro», afirmou.
Ao falar de um outro atentado sofrido por João Paulo II, a 12 de maio de 1982, na Cova da Iria, o purpurado recordou que «foi um fato gravíssimo».
«O Papa dirigia-se ao altar quando um homem com vestes eclesiásticas tentou atingi-lo», disse. O autor do ataque foi o padre espanhol Fernández Krohn, que foi preso e condenado por tentativa de homicídio.
«Mas graças a Deus que [Krohn] foi impedido. O Papa pôde acabar a celebração e abençoou este homem. Ficou desolado por tudo o que aconteceu», afirmou o ex-secretário.
Dom Dziwisz recorda que houve uma «grande confusão». Quando o Papa regressou ao quarto, percebeu que fora atingido.
«Vimos marcas do sangue», mas «foi algo pouco significativo, sem risco para a sua saúde e muito menos para a sua vida», disse.
«Para não aumentar a tensão, para não manchar a festa, quando se percebeu que a situação não era perigosa, o Papa não quis criar esta atmosfera», confessou o cardeal.
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