27.10.2008 - BUENOS AIRES - Durante sua reflexão televisiva semanal no programa "Chave para um Mundo Melhor", Dom Héctor Aguer, Arcebispo de La Plata, assinalou que as recentes estatísticas que falam de uma diminuição quantitativa do número de católicos na Argentina podem ler-se também como um processo de purificação da Igreja.
Segundo cifras publicadas pela imprensa argentina, o número de católicos teria diminuído na Argentina a 75 ou 76 por cento; e se destaca que há um "êxodo" de fiéis para os grupos evangélicos livres e as organizações religiosas de características sectárias.
"O que me chamou a atenção é que enquanto se publicavam estas coisas ocorriam fenômenos católicos maciços, que não eram assinalados com ênfase especial", assinalou Dom Aguer, ao referir-se a "centenas de milhares de pessoas em São Nicolás, centenas de milhares de pessoas em Luján, centenas de milhares de pessoas no Senhor e a Virgem do Milagre em Salta que é o fenômeno mais puro da Argentina, e poderíamos falar de outros encontros deste tipo em Itatí em Corrientes, em São Caetano em Buenos Aires, em Cristo de Mailín em Santiago del Estero".
"Isto quer dizer –adicionou– que o espírito católico da imensa maioria dos argentinos se mantém vigente, pelo menos a referência a estes sinais, diversas entre si, da religiosidade popular, da piedade de nosso povo que manifesta desse modo sua adesão à fé católica, sua adesão à Igreja".
O Arcebispo indicou que, em realidade, "está-se purificando uma situação congênita" pois as manifestações religiosas "são cada vez mais impressionantes" e "interpelam-nos, porque o que importa é que ativamente procuremos melhorar a qualidade da profissão de fé, e isto é uma responsabilidade muito grande para os pastores da Igreja".
Dom Aguer disse que é necessário "nos encarregar do que o documento da Aparecida assinala: fazer de cada um de nossos fiéis um discípulo-missionário" e que "os números de uma pesquisa teriam que refletir também que muitas comunidades paroquiais, ainda as que parecem quantitativamente pequenas, são vivas e dinâmicas, animadas por um grupo de fiéis bem formados e com espírito missionário".
O Prelado destacou que esta "é uma tarefa fundamental dos pastores da Igreja" e lembrou que todos os membros da Igreja "somos, de algum modo, embora seja em uma muito pequena parte, responsáveis pela extensão da verdade da fé, do amor a Jesus Cristo, do amor a Santíssima Virgem e da afirmação deste sentimento católico que tem suas raízes na origem de nossa nacionalidade".
Fonte: ACI