25.10.2008 - Crea-SP presta homenagem ao padroeiro da construção civil.
Mosteiro da Luz tem programação especial nesse sábado (25).

Os católicos celebram nesse sábado (25) dia de São Frei Galvão, o frade franciscano que se tornou primeiro santo brasileiro, em maio de 2007. O religioso foi o construtor do Mosteiro da Luz, onde acumulou, como conta a história, as funções de projetista, empreiteiro, mestre-de-obras e até de pedreiro. Por isso, o Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Estado de São Paulo (Crea-SP) vai lhe oferecer um diploma com o título de Honoris Causa.

Frei Galvão é o santo padroeiro da Construção Civil e, segundo o Crea, mereceria receber sua carteira profissional de engenheiro e arquiteto se estivesse vivo.

A homenagem é parte das comemorações celebradas no próprio Mosteiro da Luz, no Centro de São Paulo. Durante todo o sábado, missas serão celebradas de duas em duas horas, a partir das 8h, na capela do mosteiro.

Será durante a missa das 12h que o Crea prestará a homenagem a Frei Galvão. O conselho deve instalar um telão do lado de fora da capela para que a celebração também seja assistida da rua. Depois da última missa, realizada às 20h, os fieis acompanham uma procissão em volta do Mosteiro da Luz e, em seguida, assistem à queima de fogos no pátio.

Pílulas da Fé

Segundo o Mosteiro da Luz, neste sábado, deve aumentar a procura pelas famosas pílulas da fé de Frei Galvão. Os papeizinhos contendo mensagens uma vez escritas pelo santo são ingeridos pelos devotos na esperança de receberem graças, como a cura de doenças. As pílulas não podem ser compradas, e só quem pode confeccioná-las são as irmãs da ordem da Imaculada Conceição. No dia de São Frei Galvão, elas serão distribuídas no mosteiro das 8h30 até as 11h e das 14h30 até as 16h30.

O milagre da canonização reconhecido pelo Vaticano foi o nascimento sem complicações do bebê de Sandra Grossi de Almeida, em 1999. A mulher apresentava má formação do útero e havia sofrido três abortos espontâneos, mas teria tomado as pílulas da fé durante toda a gravidez.

Santo Antônio de Sant'Ana Galvão nasceu em Guaratinguetá em 1739. Ele foi beatificado pelo Papa João Paulo II em 25 de outubro de 1998, e canonizado por Bento XVI durante sua visita a São Paulo em 11 de maio de 2007.

Fonte: G1

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Lembrando...

Milagres e mistérios de Frei Galvão

07.05.2007 - A Igreja já reconheceu dois milagres de Frei Galvão. O primeiro milagre o tornou beato e o segundo fará dele um santo. Mas existem outras histórias bastante misteriosas sobre Frei Galvão.

Esta semana foi divulgado que o percentual de católicos parou de cair no Brasil. Eles são 73,79% da população. O estudo da Fundação Getúlio Vargas diz que existem hoje no país 139,2 milhões de católicos. Os evangélicos vêm depois, com 43,6 milhões de fiéis.

A pesquisa revelou alguns números curiosos:

- 1, 4% dos brasileiros são espíritas kardecistas - isso é quase o mesmo número de fiéis da Igreja Universal do Reino de Deus: 1,5%;

- os católicos doam, em média, R$ 11 por mês para suas igrejas. Os evangélicos doam o triplo: R$ 33 por mês.

Outra conclusão: aumentou o percentual de brasileiros ligados a alguma religião.

Em 2000, 7,4% dos brasileiros se declararam sem religião. Três anos depois, apenas 5,1% dos brasileiros disseram que não tinham religião.

O primeiro milagre o tornou beato e o segundo fará dele um santo. Mas existem outras histórias bastante misteriosas sobre Frei Galvão.

Frei Galvão nasceu em 1739, em Guaratinguetá, que é perto de Aparecida, onde estão a Basílica de Nossa Senhora e o trecho do Rio Paraíba do Sul onde apareceu a imagem da padroeira dos brasileiros.

A historiadora Thereza Maia, uma descendente da família de Frei Galvão, pesquisou relatos sobre poderes extraordinários que teriam sido manifestados pelo santo brasileiro. Um deles seria a bilocação - estar em dois lugares ao mesmo tempo.

“Um dos mais famosos aconteceu em Jaú, com um amigo dele que foi esfaqueado à beira do Rio Tietê. Enquanto isso Frei Galvão rezava uma missa em São Paulo. Parando a missa, ele pediu aos devotos ali que aguardassem um pouco porque ele ia rezar por um amigo agonizante. Nesse momento ele apareceu em Jaú próximo ao doente, deu a sua bênção, desapareceu e ninguém viu. Quando a família foi agradecer pela chegada de Frei Galvão inesperadamente junto ao doente, no convento disseram ‘Frei Galvão não se afastou daqui’. Procuraram Frei Galvão e ele disse: ‘Olha, eu sei que estive lá, como aconteceu, eu não sei’”, conta Thereza Maia.

Frei Galvão teria também outro dom: “Existem muitos relatos da levitação de Frei Galvão, que quando rezava ele se elevava do solo”, diz Thereza.

A filha de Thereza vive hoje na casa onde nasceu Frei Galvão. Nesta casa, curiosamente, já funcionou um centro espírita kardecista. O corredore, os quartos, hoje reformados, parecem abrigar presenças misteriosas.

“Consigo ver anjos, se é que podemos chamar de anjos, mas vejo energias claras, brancas. Então eu percebo, eu sinto essas energias, e elas me trazem bem, elas me beneficiam”, conta a arquiteta Regina Maia.

Regina conta que também já viu andando pela casa de Frei Galvão a figura de um frade baixo, curvado. Um frade muito diferente do próprio Frei Galvão, que era forte e media 1,90 metro de altura.

“Eu vejo, assim como vejo a figura desse frade que atravessa a sala de jantar”, garante.

O misterioso frade atravessa a sala de jantar até sair por uma porta - a porta dos fundos da casa, que dá para a Rua Frei Lucas. Outras pessoas nesta rua já viram a estranha aparição, e muitos acreditam que ela seria na verdade o próprio Frei Lucas, amigo de Frei Galvão que esteve presente quando o santo morreu, em 1822. Pelo menos, assim diz a lenda...

“Eu acho que é maravilhoso morar nesta casa, muito mais do que graça, muito mais do que a gente possa almejar na vida”, diz Regina.

Agora você vai conhecer outra história misteriosa que envolve o primeiro santo brasileiro. O caso ocorreu com a mãe de Enzo, o menino do segundo milagre de Frei Galvão.

O milagre que tornou Frei Galvão um santo só chegou aos ouvidos do Vaticano por causa de uma voz misteriosa. Sandra de Almeida, a mãe do menino, tinha um problema no útero que a impedia de conceber um filho. Sandra fez uma prece a Frei Galvão.

“Eu consegui levar a gravidez adiante com a ajuda de Frei Galvão. Antes eu perdia no terceiro mês, depois eu perdi dois no quarto mês de gestação. Não consegui passar do quarto mês de gestação”, conta.

O menino nasceu prematuro e com doença pulmonar. Mas aí...

“No dia seguinte o Enzo estava ótimo, ninguém acreditava na UTI. Eu pensava: ‘Se der certo, o meu bebê nascer, eu vou escrever para as freirinhas do mosteiro contando a minha história. É aquela coisa: a gente recebe e depois de esquece”.

Quatro anos depois...

“Teve um dia que eu não conseguia dormir, de jeito nenhum. Eu viarava para um lado, viarava para outro. Eu só ouvi assim uma voz. ‘Você é ótima para pedir as coisas, e você recebe e não dá o testemunho, não passa adiante, não fala’. Parecia uma voz de homem”.

Imediatamente Sandra levantou da cama e escreveu uma carta contando seu caso às irmãzinhas do Mosteiro da Luz, criado por Frei Galvão em São Paulo. Entre milhares de outros relatos, foi esse, o de Sandra, que o Vaticano reconheceu como miraculoso.

“Eu sinto que alguém me cutucou: ‘Olha, acorda, está na hora’. Mas quem foi, não sei. Quem sabe foi um anjinho de Deus? Ou Frei Galvão?”.

Fonte: Globo.com