Internacional : Para ministro israelense, beatificação de Pio 12 seria inaceitável


23.10.2008 - A beatificação do papa Pio 12 seria "inaceitável" pela atitude que manteve frente ao extermínio dos judeus pelos nazistas, afirmou o ministro israelense de Assuntos Sociais, Yitzhak Herzog, em trechos de uma entrevista divulgada nesta quinta-feira pelo jornal "Haaretz".

"O projeto de tornar santo Pio 12 é inaceitável", disse Herzog em entrevista que será divulgada integralmente nesta sexta-feira (24). "Durante a Shoa (genocídio nazista), o Vaticano sabia perfeitamente o que ocorria na Europa", acrescentou Herzog, cujas funções incluem a luta contra o anti-semitismo e as relações com as comunidades cristãs.

"O papa manteve silêncio e talvez tenha feito algo pior, em vez de se sublevar contra o sangue derramado", acrescentou Herzog, referindo-se a preceitos bíblicos.

O papa Bento 16 defendeu na terça-feira (21) a memória de Pio 12 em uma missa pelo 50º aniversário de sua morte e manifestou seu desejo de beatificá-lo. Mas ainda não assinou o decreto sobre as "virtudes heróicas" de Pio 12, uma etapa indispensável para beatificá-lo, assim como o reconhecimento de dois milagres atribuídos a ele. Até o momento, Israel não havia reagido sobre o projeto.

Eugenio Pacelli --que com o nome de Pio 12 dirigiu a Igreja Católica de 1939 a 1958-- era núncio apostólico em Berlim quando Hitler chegou ao poder em 1933. A atitude de seu pontificado continua sendo tema de controvérsias. O processo de beatificação, que começou nos anos 60, é questionado tanto pelos judeus como até por parte dos católicos.

Fonte: Folha Online

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Lembrando...

Secretário do Vaticano diz: o Papa Pio XII foi vítima de uma lenda negra que o acusa falsamente

05.06.2007 - O secretário de Estado do Vaticano, o cardeal Tarcisio Bertone, declarou nesta terça-feira que o papa Pio XII foi "vítima de uma lenda negra" que o acusa "falsamente" de ter sido insensível ao holocausto judeu durante o nazismo.

O cardeal italiano interveio durante um lançamento, em Roma, de um livro sobre Pio XII, cujo processo de beatificação acaba de avançar no Vaticano, apesar da polêmica sobre seu suposto "silêncio" diante do extermínio dos judeus.

"O Papa que guiou a Igreja nos anos terríveis da Segunda Guerra Mundial e depois, durante a guerra fria, é vítima de uma 'lenda negra'", declarou Bertone.

Esta "lenda negra... descreve falsamente Pacelli (nome civil de Pio XII) como indulgente com o nazismo e insensível à sorte das vítimas das perseguições" e "quer reduzir todo o seu pontificado à questão de supostos 'silêncios'", lamentou.

Pio XII, que foi Papa entre 1939 e 1958, agiu discretamente e viveu "um grande e grave drama interior" sobre a melhor atitude a tomar para não agravar o sofrimento das vítimas das perseguições, disse Bertone.

A congregação da causa dos santos aprovou, em 8 de maio, uma declaração sobre as "virtudes" de Pio XII, etapa decisiva para a beatificação deste polêmico papa.

Na seqüência, o Papa atual, Bento XVI, é quem deve se pronunciar sobre o processo, ao qual falta o reconhecimento de um milagre atribuído ao falecido para se concretizar.

Esta não é a primeira vez que o cardeal Bertone se pronuncia a favor de Pio XII. Em 24 de janeiro, ele estimou que ele deve ser considerado "um justo", título atribuído pelo instituto israelense Yad Vashem aos que salvaram os judeus do extermínio nazista.

Vários historiadores consideram que Pio XII esteve entre os primeiros informados sobre a implantação da "solução final" e que sua intervenção não esteve à altura da ameaça.

Fonte: UOL notícias
 


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