17.10.2008 - RIO - Revoltado com a decisão de pintar a Catedral de Santo Antônio de Jacutinga, no Rio, de laranja e amarelo-ouro, um grupo de fiéis decidiu ontem fazer queixa ao bispo da Diocese de Nova Iguaçu, Dom Luciano Bergamin, e pedir a interrupção imediata da nova pintura.
Eles alegam que o tom escolhido para a fachada desvaloriza a arquitetura da igreja e está sendo facilmente associado nas ruas às cores adotadas como símbolo do governo do prefeito Lindberg Farias (PT). Mesmo diante da insatisfação dos fiéis, o religioso descartou qualquer possibilidade de uma nova reunião com a comissão administrativa da paróquia, mas chegou a cogitar um possível erro.
"Se nossa falha foi arquitetônica, peço desculpas à população. Porém, volto a afirmar que tivemos motivação pastoral", disse, explicando que as cores homenageiam o Jubileu de Ouro da igreja e a cidade, conhecida como a terra dos laranjais.
Mesmo com a justificativa, o grupo insistiu. "Queremos preservar as tradições. As cores são as mesmas da prefeitura. É muita coincidência! Acreditamos no senhor, mas outras pessoas não farão o mesmo", retrucou a aposentada Ivone Lucas, 76 anos. "Não faltou consultar a população? Nova Iguaçu deixou de ser terra dos laranjais há muito tempo", questionou o professor e ex-sacristão da igreja Salomão Davi, 67 anos.
Dom Luciano informou que vai divulgar uma nota oficial para explicar os critérios adotados para a escolha. "Se não, voltaremos para reclamar outra vez", prometeu o médico Adilson Tavares, 72 anos.
Fé contra a crise da economia
Em tempos de megacrise econômica planetária, a fé é a força de muitos para não chegar ao fundo do poço. Ontem, a Igreja de Santa Edwiges, padroeira dos endividados, em São Cristóvão, recebeu cerca de 80 mil fiéis em busca de milagres para problemas financeiros. "As pessoas encontram aqui um momento de conforto", disse padre Josinaldo.
Fonte: Terra notícias