14.10.2008 - “Uma derrota para a vida, para a sociedade, para a convivência civil”. Uma autêntica “traição da humanidade às inocentes crianças não-nascidas”. Dessa maneira o arcebispo de Melbourne, na Austrália, Dom Denis Hart, definiu, em um discurso cheio de amargura – publicado pela agência Fides – a recente aprovação da Lei sobre o aborto no Estado australiano de Vitória.
O arcebispo notou que a Lei não servirá a reduzir o percentual de abortos clandestinos no Estado, mas servirá de instrumento para matar mais de 20 mil crianças por ano, às quais será negado o direito à vida.
A comunidade cristã local acolheu com tristeza o parecer favorável do Parlamento Estadual, que deu sinal verde à nova Lei sobre o aborto. Os cristãos organizaram nos dias passados marchas e vigílias de oração para sensibilizar a população, a opinião pública e as autoridades políticas sobre o tema. Mas a discussão no Parlamento, após um debate-maratona que se prolongou até o dia 8 de outubro, concluiu-se com um voto favorável ao procedimento, apesar dos dois maiores partidos terem se dividido entre os favoráveis e os contrários.
Nas comunidades cristãs de todas as confissões evidencia-se uma grande desilusão. Entretanto, o arcebispo sublinhou, com uma decisão definitiva e “irrevogável”, que os abortos não serão efetuados em hospitais ou estruturas sanitárias católicas, pedindo que aos médicos católicos que trabalham em estruturas públicas, seja concedida a possibilidade de objeção de consciência.
Segundo os ativistas dos Movimentos pró-Vida, o voto terá um efeito devastador na sociedade, sobretudo entre os jovens, pois apresenta uma cultura que promove a desvalorização da vida humana, depreciando a experiência do dar a vida, do valor da relação entre um homem e uma mulher e da sua missão de gerar. (SP)
Fonte: Rádio Vaticano
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Lembrando...
Por que não fiz um aborto: O relato de uma mãe.
(relato da mãe de um anencéfalo da cidade de Jales, SP)
Artigo publicado em 01/08/2004 no Jornal de Jales (p. 1-10) edição n.º 2062. Tel: (17)3632-1330
Depois de duas gestações perfeitamente normais fiquei grávida pela terceira vez. Um bebe que não foi planejado, mas sua vinda inesperada foi imensamente comemorada. Porém, em novembro de 2003, então com 22 semanas de gestação, tivemos o diagnóstico: nosso filho sofria de anencefalia, isto significava que ele não sobreviveria após o nascimento. Aquela notícia caiu como uma bomba em nossas vidas. Mas ao invés de questionar e suas intenções e simplesmente ignorar aquela vida que crescia em meu útero, agarramos esta grande oportunidade que Deus estava nos dando e resolvemos continuar a gestação.
Acima de tudo amávamos nosso filho. Mas por que ? Porque não se joga fora um presente que é dado com imenso amor. Um presente que veio embrulhado em uma linda caixa, porém imperfeito, mas apesar de suas imperfeições, foi escolhido com cuidado, com amor que só um Pai que ama seus filhos pode dar. Eu aceitei essa bênção. Nosso filho foi e ainda é um presente. Um anjo enviado dos céus que apesar de sua breve estada nos deixou uma imensa lição. Foram sete meses e meio de gestação. Durante esse tempo que era praticamente o único que teria ao lado dele, procurei viver de forma intensa. Lembro-me de cada chute, de cada vez que ele se mexia dentro de mim. E não me arrependo disso. Foram sete meses e meio apenas, mas me serviram como uma vida toda ao lado dele. Sinto-me grata e feliz por ter optado pela vida, por ter amado meu filho com todo o amor que uma mãe pode dar.
Meu filho nasceu em 22 de dezembro de 2003, de cesariana. Nosso amado filho Luis Eduardo permaneceu vivo por uma hora e meia ainda. Seu pai ficou ao lado dele, pois eu estava sedada. Então mais uma vez ele foi acolhido e amado.
Hoje, após sete meses de sua chegada e partida, temos uma imensa saudade. Ele nos deixou o ensinamento do amor, da doação, da aceitação, da Fé e da absoluta confiança em Deus. Sou uma pessoa feliz, apesar da imensa falta que ele me faz. Sou feliz por não ter negado ao meu filho a breve vida à qual ele foi destinado. Sou feliz por Deus ter me escolhido para carregar em meu ventre um lindo anjo de sua seara.
Acredito que o aborto seja escolha de cada um e não cabe a mim ou a ninguém julgar essas escolhas, porém, qual o direito que temos de tirar uma vida que está ativa dentro do útero?
Desde o parto, eu participo de um grupo chamado "Mourning Mommies", de ajuda mútua a mães que perderam seus filhos por anencefalia. A grande maioria delas levou a gestação a termo e até onde sei, todas se sentem gratificadas por isso, apesar da dor da perda... Todas se sentem gratificadas por terem compartilhado dos poucos instantes de vida de seus filho ...
Agradeço a você, meu filho Luis Eduardo, por tudo de bom que você nos deixou como lembrança.
Agradeço senhor Deus, por ter nos carregado em seus braços e nos dado forças para superar toda essa dor.
Milene Falcão
Fonte: Pró-Vida de Anápolis
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"Coração Imaculado de Maria, livrai-nos da maldição do aborto