Homilias na missa preocupam Sínodo dos Bispos


08.10.2008 - Um dos temas mais mencionados até agora

CIDADE DO VATICANO - A qualidade das homilias na missa é em certas ocasiões tão preocupante que provoca o abandono de fiéis da Igreja, constatou-se no Sínodo dos Bispos.

O relator geral, cardeal Marc Ouellet, começava o debate nesta segunda-feira constatando que «apesar da renovação de que a homilia foi objeto no Concílio, sentimos ainda a insatisfação de numerosos fiéis com relação ao ministério da pregação».

«Esta insatisfação explica em parte a partida de muitos católicos para outros grupos religiosos», denunciou.

Dom Mark Benedict Coleridge, arcebispo de Camberra-Goulburn (Austrália), propôs em sua intervenção que se preparasse um Diretório Geral Homilético, como existe um Diretório Geral de Catequese.

Este diretório, disse, deveria levar em conta a história da pregação católica, adaptando-a à realidade atual.

«Deveria recolher a experiência e a sabedoria da Igreja universal, incluindo os novos movimentos e comunidades, sem asfixiar o talento das igrejas locais ou dos pregadores individuais.»

Por sua parte, o cardeal Philippe Barbarin, Arcebispo de Lyon (França), constatou que um dos problemas da pregação é que não se diz tudo. «Deve-se dizer tudo!»

O purpurado denunciou preconceitos que levam a não pregarem certas passagens da Bíblia, por exemplo, quando Jesus repreende os escribas e fariseus, sendo que poderiam servir como um ensinamento em sentido contrário das bem-aventuranças.

Dom Raymond Saint-Gelais, bispo de Nicolet (Canadá) explicou que «nas celebrações litúrgicas, a homilia deve introduzir a assembléia no mistério da Palavra que Deus lhe dirige em sua vida concreta. Favorece deste modo a relação entre Palavra de Deus e a cultura, entre a fé e a vida».

Dom Ricardo Blázquez Pérez, bispo de Bilbao (Espanha), dedicou sua intervenção totalmente à homilia, falando dela como «um dos serviços mais importantes que o bispo e o presbítero podem prestar».

O prelado propôs que a homilia seja preparada na oração, fazendo-se ao menos três perguntas: «O que dizem as leituras que serão proclamadas na celebração? O que me dizem pessoalmente? O que devo eu, como pastor que presidirei a celebração, comunicar aos participantes na Eucaristia, levando em conta as circunstâncias em que se desenvolve a vida da comunidade?».

Dom Gerald Frederick Kicanas, bispo de Tucson, vice-presidente da Conferência Episcopal dos Estados Unidos, propôs que após o ano de São Paulo se proponha um ano da pregação na assembléia eucarística.

Este ano seria uma oportunidade «para sacerdotes e diáconos, junto a seus bispos, para encontrar-se com os leigos e compreender melhor suas dificuldades e como deveriam pregar a Palavra de uma maneira relacionada a estas dificuldades».

Este ano deveria fazer mais explícita a conexão entre homilia e a escrita e responder à fome de rezar e refletir sobre a Escritura.

Fonte: www.zenit.org


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