Vaticano: Papa Pio XII ordenou que judeus fossem salvos


07.10.2008 - O papa Pio XII ordenou às instituições religiosas católicas a protegerem judeus e refugiados durante a ocupação nazista da Itália, afirma o Secretário de Estado do Vaticano, Tarcisio Bertone, em artigo publicado nesta terça no jornal L'Osservatore Romano.

Bertone se baseia no estudo histórico de Mary Margaret Marchionne publicado nos últimos dias pela editora do Vaticano.

A declaração de Bertone foi dada após as críticas contra a beatificação de Pio XII feitas ontem pelo rabino de Haifa (Israel), Shear-Yashuv Cohen, convidado especial no Sínodo de Bispos realizado nos últimos dias no Vaticano.

O rabino chefe de Haifa se mostrou contrário à beatificação do papa Pio XII, pois afirmou que ele não levantou a voz contra o regime de Hitler.

"Achamos que não deveria ser beatificado ou tomado como modelo alguém que não levantou a voz, mas que tentou nos ajudar de forma secreta", declarou o rabino após participar hoje no Sínodo de bispos no Vaticano.

No entanto, Bertone cita uma circular da Secretaria de Estado, com data 25 de outubro de 1943, com as iniciais de Pio XII, nas quais dava ordens às instituições religiosas e todas da Igreja Católica para salvar o maior número possível de judeus.

O Secretário de Estado do Vaticano lembrou que "muitas vezes durante a Segunda Guerra Mundial o Governo fascista se encarregou de cortar a eletricidade para que a rádio do Vaticano não pudesse transmitir" e a voz do Papa não pudesse ser escutada.

Fonte: Terra notícias

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Lembrando...

Bento XVI defende verdade histórica sobre Pio XII e sua ajuda aos judeus

18.09.2008 - VATICANO.- Ao receber aos participantes em um simpósio sobre a figura e a ação pastoral e humanitária de Pio XII, o Papa Bento XVI fez votos para que se conheça “a verdade histórica” sobre este Pontífice, superem-se “todos os prejuízos” e se reconheça seu trabalho a favor dos judeus perseguidos durante o regime nazista.
Desde Castelgandolfo, o Santo Padre expressou sua esperança em “que este ano em que se comemora o 50 aniversário da morte de Pio XII ofereça a oportunidade de promover estudos mais profundos sobre vários aspectos de sua pessoa e de sua atividade, para conhecer a verdade histórica, superando todos os preconceitos restantes”.
Nestes anos, indicou, “se ecreveu e se disseram muitas coisas sobre ele nestes cinco decênios, mas não sempre se enfocaram corretamente os diferentes aspectos de sua multiforme ação pastoral”.

Se referindo ao simpósio promovido pela “Pave the Way Foundation”, o Pontífice destacou que seu objetivo “foi precisamente encher algumas destas lacunas mediante uma análise documentada sobre muitas de suas intervenções, sobre tudo aquelas a favor dos judeus, que naqueles anos eram perseguidos em toda a Europa de acordo com o plano criminal dos que queriam eliminá-los da face da terra”.

Bento XVI sublinhou que “quando se estuda sem preconceitos ideológicos a nobre figura deste Papa se aprecia a sabedoria humana e a intensidade pastoral que o guiaram em seu longo ministério, e de modo particular na organização das ajudas ao povo judeu”.
Graças à documentação recolhida e aos “testemunhos creditados”, o simpósio, continuou, “oferece à opinião pública a possibilidade de conhecer melhor o que Pio XII realizou a favor dos judeus perseguidos pelos regimes nazista e fascista”.
O Papa pôs de relevo que nos trabalhos do simpósio tinham destacado “as numerosas intervenções realizadas secreta e silenciosamente, precisamente porque dadas as situações concretas daquele difícil momento histórico, solo dessa maneira era possível evitar o pior e salvar ao maior número possível de judeus”.

A “valente e paterna dedicação” do Pontífice “foi reconhecida e apreciada durante e depois da terrível guerra mundial por comunidades e personalidades judias, que manifestaram sua gratidão pelo que tinha feito por eles”, lembrou.
O Santo Padre deu as graças a “Pave the Way Foundation” pela constante ação em promover as relações e o diálogo entre as religiões, de modo que ofereçam um testemunho de paz, de caridade e de reconciliação”.

Fonte: ACI


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