07.10.2008 - Somente na primeira metade deste ano, 229 mil pessoas morreram vítimas de desastres naturais, marca que supera a provocada pelo tsunami que arrasou as costas de vários países no oceano Índico há quase quatro anos.
Ocorrido em dezembro de 2004, o tsunami deixou 226 mil mortos, a maioria no sudeste asiático.
A comparação foi ressaltada hoje pelo diretor da Estratégia da ONU para a Redução de Desastres, Sálvano Briceño, para quem 2008 "está sendo terrível em número de vítimas provocadas por catástrofes".
Além disso, os desastres naturais ocorridos entre janeiro e junho passados deixaram 130 milhões de desabrigados, disse o analista.
Os desastres mais graves foram o ciclone Nargis, que castigou Mianmar em 3 e 4 de maio e o terremoto que dias depois atigiu a China.
A severa temporada de furacões no Caribe e as atuais inundações na Índia, que estão alcançando proporções históricas, também estão entre as catástrofes mais graves de 2008, afirmou Briceño.
Ele sustentou que este tipo de episódio "está cada vez mais freqüentes" e alertou que "mudança climática pode agravar".
Segundo dados da ONU, 16.517 pessoas morreram em 2007 por desastres naturais, menos de um décimo do registrado neste ano, embora a média entre 2000 e 2006 tenha sido de quase 74 mil mortes.
Por ocasião, amanhã, do Dia Internacional para a Redução de Catástrofes, Briceño pediu que, além de lembrar os danos por desastres, esta data seja ocasião parafortalecer ações concretas para a redução de riscos.
Ele ressaltou a necessidade de reforçar a segurança dos hospitais, "como uma forma essencial de reduzir o impacto dos desastres".
Esta questão emvolve uma campanha internacional conjunta da Estratégia da ONU para a Redução de Desastres, a Organização Mundial da Saúde e o Banco Mundial.
Fonte: Terra notícias
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Lembrando...
ONU: Aumentam os desastres naturais relacionados às mudanças climáticas
18.01.2008 - A freqüência dos desastres naturais relacionados a mudanças climáticas vem aumentando, principalmente as enchentes, em relação à média registrada entre 2000 e 2006, segundo um relatório tornado público hoje pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Das 197 milhões de vítimas por desastres naturais, 164 milhões foram por inundações.
A Ásia foi, novamente, o continente mais afetado pelas catástrofes naturais, sendo cenário de oito das dez maiores acontecidas no ano passado - incluindo seis inundações.
As inundações foram os únicos desastres que aumentaram de maneira significativa, registrando-se 206 só no ano passado, em relação à média de 172 nos últimos sete anos.
O país mais afetado por mortes foi Bangladesh, com mais de 5.000, seguido da Índia (1.103), Coréia do Norte (610), China (535) e Peru (519), segundo um relatório elaborado pelo Centro de Pesquisa da Epidemiologia dos Desastres (Cred), um organismo com sede na Bélgica, e apresentado pelo Secretariado da ONU para a Redução de Desastres (ISDR).
A região asiática concentrou 74% das mortes, seguida do continente americano, com 12%, principalmente por causa do terremoto que sacudiu o Peru em agosto do ano passado e das tempestades tropicais no Caribe, segundo disse à Agência Efe, o diretor do Cred, Debarati Guha-Sapir.
O número de vítimas mortais, no entanto, foi menor em 2007 - 16.517 mortos - diante da média de 73.931 registrada entre 2000 e 2006.
Os EUA, com 22 catástrofes naturais em 2007, foram o país mais afetado, seguido da China (20), Índia (18), Filipinas (16) e Indonésia (15).
Em entrevista coletiva em Genebra, Guha-Sapir explicou que, embora a China e a Índia tenham liderado nos últimos anos a lista de países mais afetados por tragédias, isso se deve ao fato de serem os mais povoados do mundo.
O diretor explicou que uma metodologia mais justa para calcular o impacto de uma calamidade em um país - em relação à população - indica que os lugares mais afetados, em 2007, foram a Macedônia, com 49.000 vítimas, Suazilândia, na África (36.000), Lesoto (23.000), Zimbábue (15.000), Bangladesh (14.000) e Zâmbia (12.000).
O especialista assinalou que o impacto das mudanças climáticas na incidência de catástrofes naturais é provado pelo aumento de inundações, furacões e tempestades tropicais, claramente influenciadas pelo fenômeno planetário.
"A tendência atual é consistente com os prognósticos do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, e a Ásia e a África do Oeste já estão sofrendo inundações mais severas e seguidas", comentou, ao se referir à equipe de cientistas que estudam o fenômeno por encomenda da ONU.
Guha-Sapir também disse que existe a possibilidade de doenças infecciosas - como o dengue e a leptospirose, transmitidas, respectivamente, por mosquitos e ratos - se expandirem nos próximos cinco anos, conforme aumenta a incidência das enchentes, e cheguem inclusive à Europa e aos EUA.
O especialista disse que, atualmente, não é dada a atenção devida a essas doenças, porque só afetam ainda países pobres, mas com o aquecimento global, aumenta o risco da ocorrência delas em todo o Ocidente.
O estudo do Cred também destaca o prejuízo dos desastres sobre a economia de países como o Japão, os EUA e muitos da Europa.
O terremoto ocorrido em julho do ano passado, no Japão, representou a perda de US$ 12,5 bilhões, seguido da tempestade Kyrril, na Europa, que matou 47 pessoas e provocou danos de US$ 10 bilhões.
Fonte: Terra notícias