06.10.2008 - O município de Jardim do Seridó, no Rio Grande do Norte, que tem cerca de 12 mil habitantes, será administrado a partir de 1° de janeiro por um padre. Jocimar Dantas (PMDB) foi eleito com 4.413 votos (50,84% dos votos válidos), contra 4,085 (47,06%) do atual prefeito e candidato à reeleição, Edimar Medeiros. É quarta vez que um sacerdote é eleito prefeito no município.
Padre Jocimar afirmou que o fato de ser sacerdote ajudou na campanha eleitoral. "A figura do sacerdote transmite confiança para o povo. A Igreja Católica tem credibilidade", disse. Ele teve a presença no seu palanque do presidente do Congresso, senador Garibaldi Filho, e do líder do PMDB na Câmara, deputado federal Henrique Alves.
Filho de um agricultor e de uma professora aposentada, ele se ordenou padre há dois anos e desde então atuava na paróquia da cidade.
No final do mês de julho, licenciou-se da paróquia para ser candidato ao pleito. Ele disse que continuará licenciado da Igreja para se dedicar ao Executivo municipal. "Quero me dedicar integralmente à Prefeitura", destacou e acrescentou que também vai terminar o curso de História na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, no campus de Caicó.
O pai de padre Jocimar, Joaci Costa de Araújo, foi o candidato a vereador mais votado da cidade. Joaci já havia deixado a vida pública há oito anos, mas agora, com a candidatura do filho, tentou mais uma vez chegar ao Legislativo da cidade.
Fonte: Terra notícias
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Lembrando...
Brasil : Bispo vê risco em bancadas e candidaturas de padres
20.07.2008 - A CNBB pretende estimular a realização de debates nas pastorais católicas, mas vê com ressalvas a indicação de nomes de candidatos pelas dioceses na eleição deste ano.
Para o secretário-geral da entidade, dom Dimas Lara Barbosa, a estratégia de realizar prévias e recomendar políticos identificados com a Igreja é 'arriscada'.
"A realização de debates dentro dos limites, ou seja, fora do culto, é uma prática que leva o eleitor a confrontar as propostas dos candidatos. Esta é uma prática que nós incentivamos. Agora, outra coisa é a iniciativa de algumas dioceses de fazer verdadeiras prévias. Por regiões pastorais, setores, cidades, paróquias, reunindo as lideranças e indicando candidatos. Esta experiência é mais rara e mais arriscada. Você acaba se comprometendo com determinado candidato. Tem gente que acha que isso dá mais moral para cobrar e fazer com que ele possa agir de acordo com o que ele prometeu".
Em São José, a diocese afiançou candidatos ligados à causa católica em 2004, criando a 'bancada da fé' no Legislativo, mas decidiu abandonar a prática este ano.
Para dom Dimas, outro tema que é controverso é a candidatura de padres, como ocorre em Taubaté --onde o PV lançou o Padre Afonso Lobato à prefeitura.
"Existem certas decisões que funcionam bem em regime de exceção. O exemplo é o dos padres que se candidatam a cargos eletivos. De uma maneira geral, a gente entende que não é adequado. Toda vez que um padre se filia a algum partido ele está dividindo a comunidade, ou seja, aqueles que não são do seu partido não vão ter a sua simpatia."
Segundo ele, a regra é evitar o ingresso na vida pública. "A regra geral é: quanto mais o padre puder ser livre para orientar o eleitor para que ele exerça a cidadania sem precisar constranger pela força moral do padre, melhor"
Em casos em que os bispos autorizam as canidaturas, o secretário-geral da CNBB defende que os padres se afastem das atividades eclesiais durante a campanha.
"Aí é o mínimo que se pode esperar. Seria danoso que, além de ser candidato, ele ainda fizesse uso da máquina eclesial para fazer campanha para si."
Fonte: Valeparaibano
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Lembrando...
Bento XVI diz que sacerdotes não devem entrar na vida política
08.05.2008 - O papa Bento XVI afirmou hoje que a Igreja pode manter contato com as autoridades, desde que não se dediquem à vida política.
O pontífice fez a declaração durante a audiência com cerca de 300 fiéis da Igreja Católica Greco-Melquita, presente em grande parte do Oriente Médio, que se encontravam em peregrinação na cidade de Roma.
"Ao cumprir sua missão no contexto agitado e às vezes dramático do Oriente Médio, a Igreja se encontra em situações onde a política faz um papel que não é seu", disse o papa.
Para Bento XVI, "é importante manter contato com as autoridades, instituições e diversos partidos", mas afirmou que "não é função dos sacerdotes se dedicar à vida política. Isso é dever dos leigos".
Segundo o papa, a missão dos católicos no Oriente Médio é propor "a luz do Evangelho" para que todos se comprometam a servir o bem comum.
O pontífice afirmou que o compromisso da Igreja Melquita é "buscar sinceramente com os muçulmanos a compreensão mútua e defesa conjunta da justiça social, de valores morais, da paz e da liberdade".
Por outro lado, Bento XVI reiterou que "a busca da unidade de todos os discípulos de Jesus é uma obrigação urgente" e que "é preciso fazer todo o possível para derrubar os muros de divisão e desconfiança".
Fonte: Terra notícias