30.09.2008 - O dia 12 de outubro promete ferver Copacabana, com procissão em homenagem à Senhora de Aparecida, Parada Gay e Meia Maratona; moradores consideram manifestação homossexual inadequada para a data.
O próximo dia 12 de outubro, data nacional em homenagem a Aparecida, santa católica considerada padroeira do Brasil, promete agitar Copacabana. O bairro, considerado um dos cartões postais do Rio de Janeiro, poderá assistir, no mesmo dia, a uma procissão em homenagem à santa e à Parada do Orgulho GLBT-Rio. Moradores do bairro já encaminharam um pedido à prefeitura para que a festa gay, considerada uma afronta aos católicos, seja adiada. Para piorar a situação, uma maratona está agendada para o mesmo local.
De acordo com o presidente da Sociedade Amigos de Copacabana, Horácio Magalhães, moradores pediram a mudança. “Esta data é sagrada para os católicos e é comum a procissão na orla, com a imagem de Nossa Senhora. Como é domingo e Dia das Crianças, as pistas da Avenida Atlântica viram área de lazer. A realização da Parada Gay neste dia é inadequada e equivocada”, diz Horácio. Segundo ele, a questão não é discriminatória, mas estrutural. “Não temos nada contra o evento, mas o bairro precisa existir. O público que freqüenta a parada gay é imenso. Ano passado, o barulho era tanto que os alarmes dos carros estacionados disparavam em série. Fora os congestionamentos. Precisamos pensar no bem-estar dos moradores”, afirmou.
Por e-mail, o prefeito Cesar Maia disse que recebeu dos órgãos estaduais documentos aprovando a realização da passeata GLBT e que chegou a propor aos coordenadores a transferência para dia 19. Ainda de acordo com Maia, a idéia foi rejeitada pelos organizadores. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, os órgãos de segurança fazem planejamento para eventos, mas é a prefeitura que dá a palavra final sobre sua realização.
Cláudio Nascimento, presidente do Grupo Arco-íris e coordenador geral da Parada do Orgulho GLBT-Rio – evento que está em sua 13ª edição e que no ano passado reuniu 1 milhão de pessoas na orla –, diz que o adiamento não foi aceito porque não haveria tempo hábil para as mudanças. “Fizemos acordo para começar nossa manifestação mais tarde, já que os outros eventos são pela manhã”, afirma Cláudio. A edição do ano passado reuniu mais de um milhão de pessoas. “Melhoramos a organização pensando em todos. Os trios elétricos só chegarão para o início, às 13h”, diz. Para ele, a questão é discriminatória. “Por que só nós precisamos mudar a data? Fomos os primeiros a nos comunicar com as autoridades”, argumenta.
Já a Arquidiocese do Rio de Janeiro adota tom conciliatório. “A procissão ocorrerá pela manhã. Há espaço para todos”, disse o assessor da Cúria, padre Leandro Curi. Mesmo assim, a 12ª Meia Maratona Internacional, que começa às 9h15 em São Conrado, atravessará a Avenida Atlântica pela manhã, simultaneamente ao evento religioso.
Fonte: Cristianismo Hoje