Aquecimento faz Ártico liberar milhões de toneladas de gás metano, dizem cientistas


26.09.2008 - Cientistas que viajam a bordo de um navio russo dizem ter provas de que milhões de toneladas de metano, um gás do efeito estufa vinte vezes mais potente que o dióxido de carbono, está escapando para a atmosfera a partir das profundezas do Oceano Ártico.

Depósitos de metano aprisionado nas profundezas emergem sob a forma de grandes bolhas, fenômeno que coincide com o aquecimento da região e o desaparecimento das capas de gelo que cobriam as águas da região, diz informe divulgado pelo jornal britânico The Independent.

Os depósitos de metano são importantes porque cientistas acreditam que, no passado, uma liberação semelhante teria sido responsável por uma elevação rápida das temperaturas, mudanças climáticas abruptas e extinções em massa, diz o jornal.

Cientistas que percorreram toda a costa norte da Rússia descobriram grandes concentrações de metano em várias regiões que cobrem milhares de quilômetros quadrados da plataforma continental siberiana.

Recentemente foram avistadas bolhas na superfície do mar, produzidas por "chaminés de metano".

Os especialistas acreditam que isso se deve ao derretimento das camadas de solo congelado que impediam o metano de escapar dos depósitos submarinos. Há o temor de que a liberação maciça desse metano venha a acelerar o aquecimento global e gerar um círculo vicioso, no qual as temperaturas maiores aumentariam o derretimento do solo, liberando mais metano, que aceleraria o aquecimento.

A quantia de metano depositada sob o Ártico pode superar o carbono armazenado nas reservas mundiais de carvão.
O pesquisador Örjan Gustafsson, da Universidade de Estocolmo, um dos chefes da equipe científica do navio Jacob Smirnitskyi, disse ter descoberto o primeiro campo em que a liberação de metano é tão intensa que o gás não tinha tempo de dissolver-se na água do mar, emergindo em grandes bolhas.

Fonte: Estadão

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Lembrando...

Aquecimento Global: Áreas úmidas podem liberar bomba carbono, diz cientista

20.07.2008 - As áreas úmidas do mundo, ameaçadas pelo desenvolvimento, desidratação e mudança climática, poderiam liberar uma "bomba de carbono" de aquecimento do planeta se forem destruídos, disseram cientistas do meio ambiente neste domingo.

Os pântanos contêm 771 bilhões de toneladas de gases de efeito estufa, um quinto de todo o carbono da Terra e cerca da mesma quantidade de carbono que está atualmente na atmosfera, disseram os cientistas que participam da Conferência Internacional de Áreas Úmidas (Intecol, na sigla em inglês), relacionando os pântanos com o aquecimento global.

Cerca de 700 cientistas de 28 países se reúnem esta semana na Intecol, em Cuiabá (MT), nas proximidades do vasto Pantanal brasileiro, em busca de meios para proteger essas áreas sob risco.

Se todos os pântanos do planeta liberassem o carbono que contêm, isso iria contribuir fortemente para o efeito estufa relacionado ao aquecimento do planeta, disse o coordenador do Programa de Meio Ambiente do Pantanal brasileiro, Paulo Teixeira.

Nós poderíamos chamar isso de bomba carbono", disse Teixeira por telefone, falando de Cuiabá, onde se realiza a conferência. "É uma situação muito traiçoeira."

Áreas ùmidas não são apenas pântanos, elas também incluem brejos, áreas lodosas, deltas de rios, tundras, mangues, lagoas e planícies alagadas por rios.

Juntas, elas representam 6 por cento da superfície terrestre do planeta e estocam 20 por cento de seu carbono. Também produzem 25 por cento dos alimentos do mundo, purificam a água, reabastecem aquíferos e atuam como zonas tampão contra tempestades violentas em áreas costeiras.

Historicamente, as áreas úmidas vinham sendo consideradas como entrave para a civilização.

Cerca de 60 por cento das áreas úmidas do mundo foram destruídas no século passado, na maioria dos casos por causa de drenagem para uso agrícola. Poluição, diques, canais, bombeamento de águas subterrâneas, desenvolvimento urbano e extração de turfa ampliaram a destruição.

"Com muita frequência no passado, por desconhecimento, as pessoas consideraram as áreas úmidas como problemas que requeriam uma solução, mas elas são essenciais para a saúde do planeta", disse o subsecretário-geral da ONU e reitor da Universidade Nações Unidas, Konrad Osterwalder. A ONU é uma das promotoras da conferência.

Até agora, os impactos da mudança climática são pequenos em comparação com as depredações provocadas pelo homem, disseram os cientistas em um comunicado.

Teixeira admitiu que as áreas úmidas têm um problema de imagem com o público, que geralmente tem boa disposição para salvar a floresta tropical, mas não os pântanos.

"As pessoas não têm boa impressão das áreas úmidas porque não conhecem o serviço para o meio ambiente que elas provêem", disse ele.

Fonte: Terra notícias

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Lembrando...

Cientista: gases estufa atingiram níveis perigosos

09.10.2007 - O boom da economia global levou a emissão de gases do efeito estufa a um perigoso patamar que só era esperado dentro de uma década e que poderá gerar danos climáticos potencialmente irreversíveis, afirmou um dos maiores cientistas da Austrália.

Tim Flannery, um especialista em questões climáticas reconhecido mundialmente e vencedor do Prêmio Australiano do Ano em 2007, afirmou que o relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre as mudanças climáticas a ser divulgado em novembro mostrará que os gases do efeito estufa já atingiram níveis perigosos.

Segundo Flannery, o relatório do Painel Intergovernamental sobre as Mudanças Climáticas (IPCC) mostrará que os gases do efeito estufa presentes na atmosfera na metade de 2005 haviam atingido uma concentração de cerca de 455 partes por milhão de dióxido de carbono equivalente - um cenário previsto para instalar-se daqui a 10 anos.

"Acreditamos que chegaríamos a esse limiar em cerca de uma década", disse Flannery a canais de TV australianos na noite de segunda-feira. "Segundo o relatório, a quantidade de gases do efeito estufa na atmosfera já está acima do limite e já há a possibilidade de haver mudanças climáticas perigosas."

Flannery, da Universidade Macquarie, disse ter visto os dados que integrarão o documento do IPCC. O cientista afirmou que a expansão da economia global, com destaque para a China e a Índia, é um fator de peso por detrás da inesperada aceleração dos níveis de concentração dos gases do efeito estufa.

Representantes de todo o mundo reúnem-se em dezembro, em Bali (Indonésia), a fim de dar início a negociações sobre um acordo capaz de substituir o Protocolo de Kyoto, que fixa limites compulsórios de emissão e que deixa de vigorar em 2012.

Fonte: Terra notícias


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