Igreja no Quênia lança alarme: 5 milhões de pessoas passarão fome no País


23.09.2008 - Nairobi  - Emergência fome no Quênia: quase 5 milhões de pessoas correm o risco de passar fome, sobretudo nas áreas mais áridas e nas favelas das grandes cidades do país. É o que confirmam fontes da Igreja local e diversas ONGs católicas que fizeram um premente apelo por ajudas alimentares urgentes às populações atingidas.

O alarme foi lançado na semana passada por um relatório do Grupo para a segurança alimentar no Quênia, que reúne representantes do governo, agências da ONU, ONGs internacionais e locais. Segundo o relatório, divulgado pelo escritório da ONU para a coordenação dos serviços humanitários, “o número dos habitantes das favelas que por essas razões não terão alimento suficiente é entre 3,5 e 4,1 milhões, em relação aos 3 milhões de 2007”. Entretanto, estima-se que “sem um apoio internacional, 1 milhão 380 mil habitantes das áreas rurais não será capaz de procurar nem mesmo o mínimo indispensável”.

Esta cifra - lê-se no documento - “compreende também os 300 mil deslocados por causa das violências pós-eleitorais do início do ano”. Muitos já retornaram às suas casas ou estão retornando mas têm ainda necessidade de assistência”. Junto com a instabilidade que marcou a vida política do Quênia nos últimos meses, contribuíram para a crise a seca e o conseqüente aumento do preço da água. A tudo isso somou-se uma grave epidemia de peste nos pequenos ruminantes que atingiu muitas estruturas de criação, única fonte de sustento para uma parte consistente da população queniana.

Fontes eclesiais locais e a CAFOD, a agência dos bispos ingleses para o a ajuda internacional, confirmam que a situação é particularmente dramática em algumas áreas e que as ajudas governamentais não são suficientes para cobrir as necessidades. Segundo as mesmas fontes, a crise alimentar está também fomentando tensões inter-étnicas, já altas no país. (SP)

Fonte; Rádio Vaticano

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Lembrando...

ONU alerta cúpula sobre catástrofe no Quênia

31.01.2008 - Temendo o risco de que uma catástrofe se instale no Quênia, Ban Ki-moon, secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), pretende viajar para o país na sexta-feira a fim de contribuir com os esforços para interromper uma onda de violência responsável por matar 850 pessoas.

Ban afirmou a repórteres presentes em uma cúpula da União Africana (UA) realizada na Etiópia que tentará ajudar seu antecessor, Kofi Annan, na mediação de um acordo capaz de colocar fim aos conflitos étnicos surgidos em um país antes apontado como uma ilha de estabilidade.

As discussões travadas na cúpula de três dias, que começou em Adis-Abeba na quinta-feira, devem ser dominadas pela crise no Quênia. O conflito começou depois da polêmica reeleição do presidente Mwai Kibaki, no dia 27 de dezembro.

O recrudescimento da violência já fez com que 250 mil pessoas abandonassem suas casas.

"A onda de violência persiste e pode intensificar-se, atingindo níveis catastróficos", disse Ban, em um dos primeiros pronunciamentos realizados na cúpula da UA, da qual fazem parte 53 países.

Segundo o chefe da ONU, Kibaki e Raila Odinga, líder da oposição, precisam se esforçar ao máximo para resolver a crise.

O secretário-geral pediu que a UA conclame "os líderes e a população do Quênia a conterem a violência e a resolverem seus desentendimentos por meio do diálogo e do respeito ao processo democrático".

Alpha Oumar Konare, principal diplomata da UA, compartilhou da preocupação de Ban sobre o Quênia, afirmando que "esse era um país pacífico que pedia para os outros evitarem a violência. Se o Quênia incendiar-se, o que restará?".

Até um mês atrás, o país costumava frequentar as cúpulas da UA como um respeitável mediador de paz e era descrito como um refúgio para os que fugiam de guerras nos países vizinhos.

Agora, transformou-se na maior crise da África, enfrentando uma onda de violência étnica que ameaça desestabilizar um importante aliado do Ocidente na região e prejudicar a economia dos países vizinhos.

Fonte: Terra notícias

 


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