09.09.2008 - As Américas do Sul e Central são as regiões do mundo mais afetadas pela violência armada, com quatro vezes mais mortes por esta razão que a média mundial, segundo indicaram nesta terça especialistas neste fenômeno.
A violência armada, que causa a cada ano uma média de 740 mil mortes no mundo, será debatida em uma conferência internacional que será realizada nesta sexta-feira em Genebra, organizada pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) e pelo governo suíço.
Cerca de 490 mil pessoas, ou dois terços do total, são mortas fora das zonas de guerra como conseqüência da criminalidade, e neste sentido as Américas do Sul e Central são as regiões mais afetadas.
O impacto econômico direto da violência armada poderia chegar a US$ 163 bilhões ao ano, ressaltou hoje em entrevista coletiva Thomas Gremiger, chefe da divisão política do Ministério de Assuntos Exteriores suíço.
"A violência armada constitui um dos maiores freios para o desenvolvimento", acrescentou.
Representantes de 70 Estados, entre eles 17 em nível de ministros, assim como organizações internacionais e ONG participarão da reunião, na qual se discutirá o impacto social e econômico da violência e os meios de evitá-los.
Gremiger disse que a declaração adotada por 42 países há dois anos sobre medidas para reduzir este tipo de violência já foi assinada por 94 Estados.
"A violência é a quarta causa de mortes entre as pessoas de entre 15 e 44 anos no mundo", disse, por sua parte, Keith Krause, diretor do programa sobre armas leves no Instituto de Altos Estudos Internacionais e do Desenvolvimento.
A conferência de sexta-feira deverá fazer um balanço sobre a implementação das medidas adotadas anteriormente.
Seis países aceitaram realizar programas piloto para tentar reduzir a violência, entre eles a Guatemala.
Fonte: Terra notícias
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Lembrando...
CNBB: redução da violência exige ações preventivas
02.06.2008 - O secretário-executivo da Comissão de Justiça e Paz da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Carlos Moura, afirmou que o problema da violência no Brasil não vai ser superado apenas com a repressão. "Também é preciso que haja um trabalho preventivo", defende.
Moura diz que segurança pública não é abrir cadeias, não é reprimir, não é realizar prisões e mais prisões. "Segurança pública é dar garantia integral à população", disse.
Ao comentar o relatório preliminar do relator da Organização das Nações Unidas (ONU) para Execuções Sumárias, Arbitrárias e Extrajudiciais, Philip Alston, o representante da CNBB considerou "lamentável que policiais que têm o dever de garantir a integridade da pessoa, como representantes do Estado, pratiquem todo o tipo de excesso e barbárie". O documento também vincula policiais a grupos de extermínio, que seriam responsáveis por 70% dos assassinatos em Pernambuco.
Ele avaliou como necessária a formação em direitos humanos nos currículos escolares para se superar o problema da violência. Segundo Moura, esse tipo de formação deveria ser dada também durante a capacitação dos agentes policiais.
Outro ponto indicado pelo relatório são as mortes em presídios de pessoas sob a custódia do Estado. Em Pernambuco, são apontadas 61 mortes em um período de dez meses de 2007. Moura afirmou que "o Estado falta com seu dever porque não cumpre o que está na Lei de Execuções penais e não dá oportunidades aos presos durante o período de reclusão".
O representante da CNBB apontou ainda a necessidade de salários "dentro realidade social", aprimoramento técnico e melhor aparelhamento para as forças policiais.
Agência Brasil
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Lembrando...
Violência é fruto de crise das famílias, assegura Arcebispo costa-riquenho
13.01.2008 - SAN JOSÉ - O Arcebispo desta capital, Dom Hugo Barrantes Ureña, assinalou que quando "falta a família tradicional e onde não existe a figura de um pai e de uma mãe, vem o resto: a pobreza, a delinqüência, a dependência das drogas".
Perante o clima de insegurança e violência que vai piorando e crescendo na Costa Rica, o Prelado assegurou em uma entrevista ao jornal La Nación que para ele "a causa de tudo isto é a falta de um núcleo familiar".
"O problema não tem que ver tanto com a falta de recursos econômicos", é "um assunto de valores, sobre tudo em uma sociedade onde se estimula em excesso o consumismo e onde a população não quer trabalhar", manifestou o Arcebispo.
Depois de assinalar que a insegurança e violência crescente no país são um dos temas que mais preocupa à Igreja na Costa Rica, o Prelado asseverou que "é o grande desafio do país". "Necessitamos uma agenda de segurança, isto é muito urgente. A insegurança cidadã é uma verdadeira ameaça para o 'tico' (habitante da Costa Rica)", demarcou.
Deste modo Dom Barrantes questionou o papel de alguns meios de comunicação e afirmou que "devem fazer um exame de consciência sobre a violência que transmitem".
Fonte: ACI