08.09.2008 - O arcebispo católico de San Francisco, George Niederauer, estuda se a presidente da Câmara de Representantes dos Estados Unidos, a democrata Nancy Pelosi, pode ou não continuar recebendo a comunhão, devido a comentários da legisladora sobre o aborto.
O jornal The Hill, especializado em assuntos do Legislativo americano, disse hoje que Pelosi, que representa o distrito eleitoral de San Francisco, aceitou se reunir com Niederauer para discutir o assunto.
Aparentemente, o escritório de Niederauer foi inundado de cartas e e-mails de "muitos católicos" indignados com os comentários que Pelosi fez sobre o aborto em um programa da rede de TV NBC no último dia 24.
No programa Meet the Press, Pelosi afirmou que o assunto sobre quando começa a vida - se na concepção ou na gestação- é uma controvérsia que divide a Igreja Católica.
Os comentários de Pelosi causaram mal-estar não só entre os fiéis mas também na hierarquia católica.
Na recente edição da revista religiosa Catholic San Francisco, Niederauer disse que tais comentários "contradizem" e "se chocam gravemente" com os preceitos da Igreja Católica.
Por isso, o arcebispo convidou-a para um "diálogo sobre estes assuntos", o qual foi aceito por ela em carta datada de 5 de setembro.
Como pastor de Pelosi, Niederauer vai decidir se a líder democrata poderá ou não participar do sacramento da eucaristia.
Segundo o arcebispo, a origem da vida não é um tema controvertido na Igreja e, de acordo com o catecismo, "a vida humana deve ser respeitada e protegida desde o momento da concepção"
Fonte: Terra notícias
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Lembrando...
Excomunhão atinge quem provoca aborto e os que física ou moralmente cooperam
01.12.2007 - Cardeal Araujo Sales assinala incoerência quando se trata do tema do aborto.
RIO DE JANEIRO - -Ao reconhecer que a humanidade, nos últimos tempos, percorreu rapidamente «um extenso caminho no reconhecimento da dignidade humana», um cardeal brasileiro assinala a incoerência que há quando se trata do tema do aborto.
«A mesma sociedade que se horroriza, e com razão, pelos crimes contra os direitos humanos e pressiona os seus governantes para agir e tomar atitudes concretas, procede de maneira oposta quando se advoga o abortamento», afirma Dom Eugenio de Araujo Sales.
Em mensagem aos fiéis difundida essa semana pela arquidiocese do Rio de Janeiro, o arcebispo emérito destaca que «uma visão egoísta se reserva o direito de decidir quem pode ou não vir à luz».
«Essa mentalidade é altamente perigosa», afirma Dom Eugenio, «como a tese do direito da mãe sobre seu corpo a se estender à supressão da vida do ser que foi por ela concebido.»
«No atual nível de conhecimento científico não se pode honestamente pôr em dúvida que a prática abortista seja a eliminação de um ser humano. É uma modalidade de aplicar a pena de morte a um inocente, e isso sem processo legal e regular», enfatiza.
«No caso de estupro, que culpa tem o feto no crime do estuprador? Paga pelo que não cometeu. É uma vítima da própria mãe. O mesmo se diga das razões genéticas. Por toda parte se apregoa a morte para quem a natureza não beneficiou com uma formação normal. Qual a diferença de suprimir a vida antes ou depois de vir à luz? Assassinar no seio da mãe ou fora dele?»
Ao se dirigir especialmente aos católicos, o cardeal Araujo Sales afirma que, «se assim nos declaramos, não nos é lícito escolher, do corpo doutrinário, o que nos agrada e rejeitar os pontos que não nos convêm».
Dom Eugenio cita o Concílio Vaticano II, que «é claro» : “São infames as seguintes coisas: tudo quanto se opõe à vida, como seja toda espécie de homicídio, genocídio, aborto, eutanásia e suicídio voluntário” (“Gaudium et Spes”, nº 37).
O cardeal recorda que esse ensino é constante. «Desde o primeiro século, o aborto provocado era alvo de condenação: “Não matarás o embrião por aborto e não farás perecer o recém-nascido” (Didaqué, 2.2)».
«Em nossos dias, o Código de Direito Canônico (cânon 1398) é peremptório: “Quem provoca o aborto, seguindo-se o seu efeito, incorre em excomunhão ‘latae sententiae’ ou seja pelo próprio fato de se cometer o delito nas condições previstas pelo Direito”.»
Está também no Catecismo da Igreja Católica (nº 2272): “A cooperação formal para um aborto constitui falta grave. A Igreja sanciona com uma pena canônica de excomunhão este delito contra a vida humana”.
«A doutrina é clara e não admite subterfúgios», afirma. «Quem, dizendo-se católico, propõe algo diferente ou tenta interpretações falaciosas não anula o que é oficialmente proclamado».
Segundo o cardeal, «a excomunhão atinge quem provoca o aborto, mesmo por motivo de estupro, deformações de feto ou perigo de vida da mãe. Nele incorrem os que fisicamente cooperam, como médicos e enfermeiras, ou moralmente, como marido ou pais, obrigando ou induzindo a mulher ou filha a fazê-lo».
Dom Eugenio lembra que a propaganda abortista costuma fundamentar-se na preservação da vida da mãe.
«No entanto, ninguém tem o direito de substituir a vida de um ser humano por outra. O critério usado leva a graves conseqüências para a sociedade, e começa pelo incremento à violência. Essa convicção tem repercussão benéfica nos mais diversos aspectos de nossa existência.»
«A atitude firme da Igreja não exclui a benevolência e a misericórdia para com as infratoras ou infratores. O perdão está sempre à disposição dos sinceramente arrependidos», afirma o cardeal Araujo Sales.
http://www.zenit.org/article-16882?l=portuguese
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