20.08.2008 - Recentemente um bispo católico foi eleito para a presidência de um país vizinho, e não são poucos os pastores evangélicos que disputam ou já exercem mandatos políticos.Sinceramente não concordo com esta atitude.
Acho que, quem usa a bandeira de Cristo para conseguir um mandato político,
ou está se aproveitando da situação para subir socialmente, ou está fazendo um juízo errado da causa cristã.
O próprio Cristo rejeitou qualquer rótulo político. Ele poderia ter se apresentado como o libertador do estado de Israel, o que aliás muitos desejavam que Ele fizesse. Mas não foi isto que Ele fez.
Cristo Disse: “O Meu reino não é deste mundo”, logo, quem trabalha para Cristo, trabalha na construção de um reino futuro, onde aí sim, Cristo será Rei.
Cristo não mandou seus apóstolos concorrerem a cargos políticos, disse porém: “Ide ao mundo e pregai o evangelho a toda criatura da terra”.
Cristo pede ainda aos apóstolos, que sirvam de testemunho diante dos governadores e reis (Mateus 10-18), mas em momento algum manda que eles se transformem em um deles.
Dos 6 bilhões de habitantes do planeta, estima-se que apenas 2 bilhões conheçam o evangelho, logo a “messe continua grande, e os operários continuam sendo poucos”.
Será que diante de tanto trabalho espiritual pela frente, ainda sobre tempo para ser líder cristão e político ao mesmo tempo?
Ou ainda: será que é possível desenvolver um trabalho de qualidade nas frentes político e religiosas ao mesmo tempo?
Um médico, pode até a vir se formar em engenharia, mas jamais conseguirá exercer satisfatoriamente as duas profissões simultâneamente, por causa das exigências de cada uma.
Deus colocaria duas vocações diferentes em um único coração?
Alguns defensores da causa político/religiosa, alegam que é preciso que homens de Deus participem da vida política de suas comunidades.
Acredito que sim. Porém não os líderes (padres e pastores).
Se na igreja existem membros com vocação política, estes devem ser incentivados e orientados a concorrer a cargos eletivos, para que, entre outras coisas, defendam os pontos de vista cristãos, já que não se pode viver alienadamente nesta vida.
Porém, esta prerrogativa não se aplica aos líderes (padres e pastores), que como já vimos, têm uma missão específica de salvação de almas e construção do reino de Deus.
A respeito dos maus líderes, vejamos o que Deus diz em Ezequiel 34-4: “Vóis não fortaleceis as ovelhas fracas; a doente, não a tratais; a ferida, não a curais;
a transviada, não a reconduzis; a perdida, não a procurais; a todas tratais com violência e dureza. Assim, por falta de pastor, dispersaram-se minhas ovelhas, e em sua dispersão foram expostas e tornaram-se presa de todas as feras”.
E mais adiante em Ezequiel 34-10, diz o Senhor: “Vou castigar esses pastores,
Vou reclamar deles as minhas ovelhas, vou tirar deles a guarda do rebanho, de modo que não possam mais fartar a si mesmos; arrancarei as minhas ovelhas da sua goela, de modo que não mais poderá devorá-las.
Como se pode ver, Deus leva muito a sério o pastoreio. Que cada pastor assuma então com zelo e responsabilidade a Divina missão que lhe foi confiada.
Haroldo Burle
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