09.08.2008 - CHINA - No final de julho, desapareceram mais dois padres da Igreja Católica clandestina da China, depois de terem sido detidos. Ao mesmo tempo, o governo promete distribuir gratuitamente 50 mil Bíblias a atletas e turistas e são batidos recordes de impressão da Bíblia no país, em exemplares destinados aos cristãos chineses.
operação de distribuição de Bíblias pretende calar as vozes dos que condenam a política da China no que diz respeito ao direito de professar uma religião. Relatórios sucessivos sobre a liberdade religiosa no mundo têm colocado a China na lista dos países que mais atentam contra este direito fundamental.
A Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), uma organização internacional dependente do Vaticano, mas com autonomia de funcionamento, lançou uma campanha de apoio aos católicos na China, para a fazer coincidir com os Jogos Olímpicos. Notando um enorme crescimento do número de católicos - a cada ano, há cerca de 100 mil novos batismos -, a instituição nota, no entanto, que essas pessoas correm "muitos riscos", quando decidem tornar-se cristãs e que "a perseguição continua".
Relatório sobre liberdade religiosa
A AIS, que tem publicado anualmente um relatório sobre a liberdade religiosa no mundo, afirma que, atualmente, há "pelo menos 12 bispos" detidos "em prisão domiciliar, na prisão ou forçados a viver na clandestinidade".
Na China, há uma estrutura católica clandestina e uma outra - a Associação Católica Patriótica - que é controlada pelo Governo comunista. Mesmo assim, esta não se "livra de sofrer também violências e abusos", lê-se no relatório de 2006 (o último disponível).
Mas as perseguições e ameaças atingem por igual cristãos (católicos e protestantes), muçulmanos, budistas (como no caso do Tibete) ou membros de grupos como a Falun Gong.
Estimativas do Vaticano apontam para a existência de 12 milhões de católicos na China, cerca de 1% da população do país. As Bíblias que serão distribuídas durante os Jogos são bilíngües, mas não ficará por aqui a operação de simpatia para com os crentes cristãos: igrejas e lugares de culto na capital e nas restantes cidades olímpicas ficarão abertos à disposição de quem queira, ao contrário do que é normal.
Fonte: Portas Abertas
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Lembrando...
Vaticano acusa China de mais atos contra a Igreja
10.04.2007 - A agência missionária vaticana "AsiaNews" denunciou hoje que as autoridades da China endureceram a perseguição à Igreja Católica extra-oficial que funciona nesse país e que obedece ao Vaticano, impedindo a realização de atos religiosos durante a Semana Santa e detendo dois sacerdotes.
A "Asianews" diz que a Igreja Patriótica católica, a única reconhecida pelo Governo chinês, fez cerca de mil batismos de adultos durante a noite do Sábado de Aleluia.
Já a chamada Igreja "subterrânea" ou "clandestina" fez apenas cem durante toda a Semana Santa, apesar da "onda de conversões" ao catolicismo, informou a agência vaticana, que numa nota destacou que as perseguições aos membros da Igreja Católica extra-oficial continuam.
A mesma fonte ressalta que muitas comunidades da dita Igreja "clandestina" não puderam celebrar a Semana Santa porque a Polícia fez ameaças de detenções.
Em Wenzhou (Zhejiang), na Quinta-Feira Santa, policiais invadiram o local em que acontecia uma cerimônia religiosa, mas seus "participantes conseguiram escapar".
Além disso, dois sacerdotes da diocese de Zhejiang, Shao Zhoumin e Jiang Sunian, que falsificaram documentos para viajar a Roma, "foram condenados a 9 e 11 meses de prisão, respectivamente".
A Polícia também não permite celebrações na diocese de Hebei, à qual pertencia o bispo Giacomo Su Zhimin, desaparecido há dez anos, segundo a "Asianews". Por essa razão, "os fiéis da Igreja subterrânea tiveram que procurar outros lugares para poder celebrar a Semana Santa", acrescenta.
A "Asianews" afirma que "pelo menos 17 bispos" ordenados pelo Vaticano "desapareceram, foram detidos ou são mantidos em situação de isolamento". Mas a agência não especifica desde quando, ao passo que, dos nove sacerdotes detidos oficialmente nos últimos dias, cinco continuam detidos.
Nesse contexto, cresce a expectativa em torno da carta que o Papa Bento XVI escreveu aos católicos chineses e que, antes de ser publicada, será entregue para sua leitura ao Governo chinês, segundo o cardeal Joseph Zen.
A carta, anunciada em janeiro passado, já está redigida, e sua mensagem, segundo os analistas, será de grande importância para o futuro das relações entre a China e o Vaticano, suspensas desde 1951.
Esse rompimento aconteceu depois que o então Papa excomungou dois bispos designados pelo Governo de Pequim, que, por sua vez, expulsou o núncio apostólico.
Para restabelecer relações, Pequim exige que o Vaticano rompa relações diplomáticas com Taiwan e deixe de "interferir" nos assuntos internos da China.
Atualmente, existem na China comunista cerca de 5,2 milhões de católicos membros da Igreja Patriótica e entre oito e dez milhões de católicos fiéis a Roma.
Fonte: Terra notícias