02.08.2008 - Cidade do Vaticano - Bento XVI convida a rezar neste mês de agosto “para que seja promovida e alimentada a resposta de todo o povo de Deus à comum vocação para a santidade e a missão, com um discernimento atento e um empenho constante de formação espiritual e cultural”.
Na intenção missionária de agosto, portanto, o papa exorta a Igreja a rezar para que aumente sempre mais nos fiéis a consciência de que todos os batizados são chamados à santidade. Por vezes, ressalta o Santo Padre, se pensa que a santidade é uma condição de privilégio reservada a poucos escolhidos. Na realidade, insiste Bento XVI, todo cristão, melhor, todo homem tem o dever de tornar-se santo. Mas em que consiste a santidade? Deixemos que o papa mesmo responda:
“A esta pergunta pode-se responder, em primeiro lugar, de maneira negativa: para ser santo não é necessário realizar ações e obras extraordinárias, ou possuir carismas excepcionais. Vem depois a resposta do ponto de vista positivo: é necessário simplesmente ‘servir’ a Jesus, escutá-lo e segui-lo sem desanimar diante das dificuldades (…) A santidade exige um esforço contínuo, mas é possível a todos porque, mais do que obra do homem, é acima de tudo dom de Deus”. (Homilia de 1º de novembro de 2006)
Da santidade à missão: também neste caso, todo cristão é missionário. Mas não devemos dizer apenas que todos os batizados têm o dever e o direito de anunciar o evangelho. O papa convida a superar aquelas formas ambíguas de respeito que afinal de contas se transformam num silêncio da fé. Com efeito, todos têm o direito de conhecer Cristo, salvador da humanidade:
“O anúncio do Evangelho é o primeiro serviço que a Igreja deve à humanidade, para oferecer a salvação de Cristo ao homem do nosso tempo, humilhado e oprimido de tantas formas, e para orientar em sentido cristão as mudanças culturais, sociais e éticas que estão em processo no mundo”. (Angelus de 7 de outubro de 2007)
Os caminhos da santidade e da missão são infinitos, pois o Espírito Santo sopra onde quer, distribuindo os seus carismas, como bem quer e a quem quiser. Esses carismas, por vezes, podem incomodar, e a instituição, a autoridade eclesiástica deve estar atenta a não abafá-los:
“Quem é chamado a um serviço de discernimento e de guia não pretenda comportar-se como se fosse dono dos carismas, mas evite o perigo de sufocá-los, resistindo à tentação de uniformizar o que o Espírito Santo quis como multiforme para concorrer à construção e à dilatação do único Corpo de Cristo, que o mesmo Espírito torna sólido na unidade”. (Discurso sobre os Movimentos eclesiais, 17 de maio de 2008)
Por fim, o papa convida a rezar para que os cristão, longe de se fecharem em si mesmos, cedendo ao pessimismo, cultivem um compromisso constante de formação espiritual e cultural. Ouçamos a exortação de Bento XVI às religiosas da União Internacional das Superioras Gerais:
“Não se cansem de reservar todo cuidado possível à formação humana, cultural e espiritual das pessoas que lhes são confiadas, para que sejam capazes de responder aos desafios culturais e sociais dos nossos dias. Sejam as primeiras a dar o exemplo em fugir do comodismo, da vida fácil, das conveniências, para cumprir a sua missão. Compartilhem as riquezas dos seus carismas com os que estão engajados na única missão da Igreja, que é a construção do Reino”. (Discurso à UISG, 7 de maio de 2007)
(PL)
Fonte: Rádio Vaticano